13 Dezembro 2025
Na Rai 1, a série "Pedro. Um Homem ao Vento" narra a vida, os erros e as escolhas do pescador de Cafarnaum e sua história de amor com Jesus. Repleta de percalços.
A reportagem é de Chiara Ugolini, publicada por La Repubblica, 10-12-2025.
Após a prévia para a imprensa e, sobretudo, a estreia para o Papa Leão XIV, o presente de Roberto Benigni para o seu público chega na quarta-feira, 10 de dezembro, em horário nobre na Rai 1. Trata-se de Pietro. Um Homem ao Vento, o monólogo que o ator e diretor gravou nos jardins do Vaticano, "onde os Papas colhem flores", um cenário único e quase de conto de fadas. "Aqui estão os ossos de Pedro", disse Benigni. "Eu queria trazê-los para vocês para mostrá-los, mas me disseram: 'não exagere'."
Depois de Dante, da Constituição Italiana, da Europa nascida em Ventotene e de São Francisco, o diretor vencedor do Oscar conta a história de Simão, o pescador de Cafarnaum. "Nós o imaginamos careca e enrugado, mas quando ele encontra Jesus, ele tem mais ou menos a mesma idade. Esta é uma história sobre crianças", sorri o ator e diretor enquanto imagina: "Se Jesus tivesse ido para o ensino fundamental e seu professor lhe tivesse dado uma redação do tipo 'descreva seu melhor amigo', ele teria sido Pedro." Simão, filho de Jonas, ouve seu irmão André chamando-o, gritando para que o siga, para se juntar a João Batista no rio Jordão, "onde um de Nazaré, o Messias, chegou". Jesus muda seu nome, e "Pedro fica petrificado", pronto para se tornar um "pescador de almas".
Mas a história deles é repleta de altos e baixos, como qualquer história de amor. Pedro comete inúmeros erros, mas Jesus sempre o perdoa. "Jesus vai para Jerusalém e começa a ser odiado pelos sacerdotes, pelos escribas, pelo Sinédrio: eles o odeiam porque têm medo, porque Jesus é uma revolução, um terremoto, e porque foram humilhados quando Jesus entrou no Templo e desferiu sua ira na praça", relata Benigni. "Para ele, o poder não existe, não significa nada, os últimos serão os primeiros, quem ganha perde." Jesus diz: "Amai o vosso inimigo", talvez a palavra mais sublime de todo o pensamento humano. Aqui reside a força do cristianismo, "não uma religião de regras, mas uma revolução de amor".
A noite de Pedro, a última antes da crucificação de Jesus, é uma noite de erros, um após o outro. Benigni os descreve da seguinte forma: "ele não entende o significado da lavagem dos pés, adormece quando Jesus lhe pede para orar, usa sua espada contra o servo quando este lhes diz 'amem seus inimigos', e finalmente nega três vezes o amigo que declarou amar acima de tudo". Mas a história de amor entre Pedro e Jesus está destinada a ter mais duas etapas importantes: eles se encontrarão novamente e, finalmente, Pedro poderá demonstrar seus verdadeiros sentimentos.
"Naquele momento, o apóstolo descobre pela primeira vez o quanto realmente amava aquele homem", "qual era a força irresistível que o trouxera até ali, como um vento. Amar uns aos outros, esse era o mistério. Pedro se deixa capturar e executar: pede para ser crucificado de cabeça para baixo. Parece-me ouvir o último pensamento do pescador que viera de uma pequena aldeia da Galileia para encontrar seu destino. Um pensamento que é uma pergunta: 'Simão, filho de Pedro, tu me amas?', e uma resposta: 'Sim, Senhor, eu te amo'", conclui Benigni. E há uma ovação de pé da plateia. E prevemos que o mesmo acontecerá com aqueles que assistem pela televisão.
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