Putin apoia Maduro em plena escalada dos EUA no Caribe

Vladimir Putin | Foto: Kremlin / FotosPúblicas

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12 Dezembro 2025

Em um telefonema, o presidente russo garantiu seu apoio “pleno e permanente” para “consolidar a paz, a estabilidade política e o desenvolvimento econômico” de Caracas.

A reportagem é publicada por Página12, 12-12-2025.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, manteve uma conversa telefônica com seu colega russo, Vladimir Putin, na quinta-feira, na qual ambos os líderes ratificaram o “caráter estratégico, sólido e ascendente” da relação entre seus países. A troca ocorreu em um momento de tensão máxima entre Caracas e Washington, com Donald Trump alegando que Maduro “tem os dias contados” em meio à implantação militar dos EUA no Caribe e à recente captura de um petroleiro na costa venezuelana. Maduro chamou o incidente de um ato de “pirataria naval criminosa” e denunciou o “rapto” de sua tripulação.

“solidariedade” russa

Segundo um comunicado do executivo venezuelano, Putin expressou “firme e categoricamente” seu apoio aos esforços de Maduro para “consolidar a paz, a estabilidade política, o desenvolvimento econômico e a proteção social” do país. O Kremlin, em uma nota paralela, indicou que o líder russo transferiu para o presidente venezuelano sua “solidariedade” diante das “crescentes pressões externas” e reafirmou seu apoio à política de Caracas destinada a “proteger os interesses e a soberania nacionais”.

Putin também ressaltou que os canais de comunicação entre os dois governos “permanecem abertos permanentemente” e que Moscou continuará apoiando a Venezuela “em sua luta para afirmar sua soberania, direito internacional e paz em toda a América Latina”. Também disponibilizou a capacidade diplomática russa para aprofundar a cooperação em campos econômico, energético, comercial e humanitário, alinhado com o acordo de parceria estratégica em vigor desde novembro de 2025.

Maduro, por sua vez, atualizou seu homólogo russo sobre os avanços econômicos que permitiriam à Venezuela “liderar o crescimento regional” este ano, com uma projeção de 9%. O presidente venezuelano sublinhou o objetivo de expandir a conectividade aérea e marítima com a Rússia, que já inclui rotas diretas para Moscou e São Petersburgo, e levantou a necessidade de aprofundar esses vínculos como parte da agenda econômica conjunta.

Lula também falou com Maduro

Enquanto isso, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva conversou na semana passada por telefone com Nicolás Maduro, segundo fontes oficiais, que também confirmaram que a ligação foi após um contato com Donald Trump. A conversa com Maduro, a primeira que Lula teve depois de mais de um ano com o presidente venezuelano, foi “rápida e cordial” e ocorreu depois que, em 2 de dezembro, o chefe de Estado brasileiro telefonou para Trump, segundo fontes oficiais.

Com Maduro, eles falaram sobre “paz na América Latina”, segundo essas mesmas fontes, que não se aprofundaram no conteúdo da conversa. Lula conversou com Trump em 2 de dezembro, quando, segundo ambos os governos, discutiram as negociações que visam eliminar as sanções comerciais que os Estados Unidos impuseram ao Brasil em retaliação ao julgamento que levou à cadeia do ex-presidente e líder da extrema-direita brasileira Jair Bolsonaro.

“Pirataria Naval Criminal”

Maduro disse na quinta-feira que os Estados Unidos querem “roubar” o petróleo venezuelano depois que o governo Trump interceptou e confiscou um navio carregado de petróleo perto das águas do país sul-americano. “Eles sequestraram a tripulação, roubaram o navio e inauguraram uma nova era, a era da pirataria naval criminosa no Caribe”, disse o presidente venezuelano em um evento presidencial em Caracas.

Segundo Maduro, o navio transportava 1,9 milhão de barris de petróleo venezuelano. “Ontem sua máscara caiu. Os supremacistas que estão governando nos Estados Unidos querem uma guerra na América do Sul”, disse. O chefe de Estado disse que deu instruções para tomar “ações legais e diplomáticas” em todas as instâncias. “A Venezuela garantirá todos os navios para garantir o livre comércio de seu petróleo para o mundo”, disse.

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