Orelhas pequenas, grande impacto: hinos para bebês

'Louvado seja o Senhor” em vez de “Todos os Meus Patinhos”: Em Fürth, até as crianças mais novas podem vivenciar os hinos religiosos com seus pais. A ideia surgiu na Dinamarca. Veja o que torna o “canto de hinos para bebês” tão especial.

A reportagem é de Hannah Krewer, publicada por Katholisch, 06-11-2025.

É inegável que a autora deste texto tem uma ligação muito pessoal com este tema. Uma amiga próxima da família costumava cantar hinos para ela quando era bebê, sempre que cuidava dela. Seu repertório de canções infantis e de ninar era limitado. Mas as peças da igreja e do coral, essas sim, estavam enraizadas em sua memória. Em vez de "La Le Lu", cantavam-se clássicos como "Grande Deus, Nós Te Louvamos" ou a canção pascal da Renânia "A Sepultura Está Vazia". Ainda hoje, ela afirma, em tom de brincadeira, que isso contribuiu para o interesse que a autora nutre por assuntos religiosos ao longo da vida.

Cantar hinos com bebês entre 4 e 18 meses de idade é também o foco de uma oficina numa manhã ensolarada de outubro na Igreja Evangélica de São Miguel, no centro de Fürth. A diretora do coral, Monja Fuchs, estendeu panos e almofadas no altar; sinos, um triângulo, um violão e hinários também estão prontos – juntamente com seu mascote, uma raposa vermelha. Cinco mães chegam aos poucos com seus bebês.

Crescendo com música da igreja

"Já reparei que ele reage à música e ao movimento", diz Adriana, que veio com o filho, Eliah. "Música é sempre bom, e num ambiente religioso é algo realmente especial", acrescenta Johanna. Os hinos são simplesmente diferentes. "Vamos ver o que você acha", diz ela, sorrindo e olhando para o filho, Leo.

Durante 45 minutos, Fuchs cantará uma seleção de hinos religiosos com as crianças e os demais participantes – de uma forma lúdica e divertida, com elementos como bolhas de sabão. Esta é a primeira vez na Baviera, afirma Fuchs. Na Alemanha, esse tipo de programa ainda está em seus primórdios.

O conceito de "Canto de Hinos para Bebês" teve origem na Dinamarca. Lá, no início dos anos 2000, a pastora Helene Dam, da Igreja Evangélica Luterana "Folkekirken" ("Igreja Nacional"), começou a apresentar hinos às crianças bem pequenas dessa maneira. De acordo com o site da Folkekirken, a ideia por trás disso é que se deve prestar atenção não apenas ao que as crianças exploram com a boca, mas também ao que entra pelos seus ouvidos. As crianças devem crescer naturalmente com a música sacra e, ao mesmo tempo, a frequência à igreja se torna mais comum para os pais. O "Canto de Hinos para Bebês" é hoje bastante difundido na Dinamarca.

A música evoca emoções – até mesmo em bebês.

Enquanto Fuchs extrai a primeira nota de seu triângulo, um silêncio se instala na sala. Os pequenos a observam, cativados. Ela começa com uma canção de boas-vindas, acompanhada de movimentos; os pais se juntam a ela, e algumas crianças também experimentam. Um bebê loiro com um suéter listrado mal consegue se conter e está ansioso para participar. Outro está deitado de bruços, olhando ao redor com os olhos arregalados. Em seguida, canções do cancioneiro começam a tocar, acompanhadas por violão – "Tanzen, ja tanzen wollen wir" (Queremos dançar, sim, queremos dançar) e uma versão alemã do sucesso de Cat Stevens "Morning Has Broken". Entre uma música e outra, as crianças podem criar seus próprios sons com os sinos.

Durante o hino clássico "Louvor ao Senhor", Fuchs desdobra um grande tecido com as cores do arco-íris. Ela incentiva os pais a cantarem junto para que as crianças possam ouvir suas vozes. Isso, segundo ela, promove a confiança. A diretora do coral explica: "Nessa idade, os pequenos ainda não compreendem totalmente a letra, mas vão assimilando aos poucos". A música permite que tanto eles quanto seus pais absorvam uma mensagem positiva. Os bebês experimentam segurança emocional em um ambiente seguro e acolhedor. "A música nos dá uma maneira de sentir emoções que, de outra forma, poderiam se perder", diz Fuchs.

Explore o interior da igreja

É claro que nem todas as crianças ficam sentadas o tempo todo. Em vez disso, elas rolam, engatinham e correm de vez em quando. Uma criança, por exemplo, fica fascinada por uma grade de ventilação, depois pelos bancos e, finalmente, pelo altar. Mas isso é intencional, como explica Fuchs: "Há muitas experiências sensoriais na igreja: a música, mas também os vitrais coloridos e as velas acesas". A atmosfera da igreja as prepara para receber uma mensagem positiva. Portanto, as crianças devem ter a oportunidade de explorar o espaço.

O culto termina com o hino "Vem, Senhor, Abençoa-nos". Uma vela em um copo alto é passada de mão em mão. Quando a última nota se dissipa, uma mãe exclama: "Só o som da igreja já é especial". Outra comenta: "As canções, o espaço, o som — tudo é tão bonito e acolhedor". E Christine, com seu filho Theo, compartilha o quanto ela mesma gostou de cantar os hinos. "Mesmo que os bem pequenos não entendam muito da letra, o significado das canções é lindo para mim". Ela quer que Theo cresça com tudo isso como algo natural.

No fim, os pais ficam satisfeitos e as crianças ficam entre cativadas, encantadas e cansadas. Fuchs consegue facilmente imaginar oferecer o canto de hinos religiosos para bebês com mais frequência em Fürth, se houver demanda suficiente. "Mas primeiro, deixe tudo assimilar", conclui ela após a primeira rodada. Todo o resto se encaixará.

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