Portas santas nas prisões: "Homenagem a Francisco, oferecemos uma esperança"

Foto: Presidencia de la Republica Mexicana/Flickr

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31 Outubro 2025

Davide Rampello chama o projeto de "oficina renascentista": arquitetos, escultores, engenheiros, artesãos, mas também um cineasta, uma astrofísica e um chef, todos juntos para construir dez "portas da esperança" em frente a dez prisões. Essa ideia, promovida pela Santa Sé, visa criar uma passagem simbólica entre o lado de dentro e de fora, envolvendo a população carcerária. "Serão cerca de cem pessoas no total", explica Rampello, responsável pela curadoria do projeto, "um canteiro de obras que, no final, realizará essas obras de arte".

A informação é de Iacopo Scaramuzzi, publicada por La Repubblica, 17-10-2025.

Tudo começou com o Papa Francisco, que, depois de ter aberto a Porta Santa do Jubileu na Basílica de São Pedro, abriu outra Porta Santa, a entrada da capela da prisão romana de Rebibbia. O Vaticano partiu disso.

"A Igreja considera sua missão a responsabilidade de ir ao encontro das pessoas presas e proclamar o Evangelho da esperança", explicou o Cardeal José Tolentino de Mendonça, Ministro da Cultura do Papa, por sua vez bastante atento à realidade prisional (ele escolheu a prisão feminina de Giudecca para o pavilhão da Santa Sé na Bienal de Veneza). "Queremos contribuir para despertar a consciência da nossa responsabilidade comum como guardiões da esperança. Quando nos olhamos como irmãos, acabamos tecendo juntos a esperança."

E agora um grupo diversificado e prestigiado de criativos criará, até setembro do próximo ano, oito portas monumentais em frente a oito prisões italianas: Michele De Lucchi em San Vittore, Milão; Fabio Novembre na ala feminina de Borgo San Nicola, em Lecce; Gianni Dessì em Regina Coeli, Roma; Stefano Boeri em Canton Mombello, Brescia; Mimmo Paladino em Secondigliano, Nápoles; o diretor Mario Martone em Santa Maria Maggiore, Veneza; o chef Massimo Bottura em Pagliarelli, Palermo; e a astrofísica Ersilia Vaudo Scarpetta em Reggio Calabria.

"Recorremos não apenas a artistas, mas a homens e mulheres que, em suas disciplinas, contemplam a visão da esperança", explica Rampello. Ao lado de cada um deles estarão designers, artesãos, pedreiros e carpinteiros "que darão forma à sua narrativa, porque mesmo quem não domina a linguagem do desenho tem o talento para contar". Mais duas portas serão criadas em Portugal, terra natal do Cardeal de Mendonça. As Portas da Esperança "têm como objetivo ser uma forma de o público 'entrar' na realidade da prisão", explicou D. Davide Milani, do Vaticano, "compreendendo a sua necessária função de reabilitação e humanização, para que ela possa ser cada vez mais central nas preocupações da política e da sociedade civil".

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