24 Setembro 2025
"E a esperança na Palestina está grávida. Está sentindo as dores do parto. Nós somos apenas as parteiras", escreve Tonio Dell'Olio, padre italiano, jornalista e presidente da associação Pro Civitate Christiana, em artigo publicado por Mosaico di Pace, 22-09-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
Eis o artigo.
A palavra árabe sumud, que aprendemos a conhecer graças à Flotilha, é difícil de traduzir. Sumud, escreve Pietro Stefani, "significa firmeza, perseverança inabalável e encarna uma combinação de resiliência, resistência e determinação diante da adversidade. Frequentemente referida à luta palestina, representa a resistência diária não violenta contra a ocupação e a limpeza étnica".
Até mesmo os Padres contra o Genocídio" que estão hoje em Roma para dizer não aos massacres e às estratégias de morte implementadas pelo governo de Netanyahu, sem esquecer aquela do Hamas, são um sinal de um sumud que reconhece suas raízes na palavra do Evangelho. É a não violência que se torna voz, ou simplesmente sinal. É trazida às ruas de Roma pela fome, pelo sangue, pelas lágrimas e pelo desespero que se elevam da Faixa.
É um sumud que se junta a outros sinais e gestos de sumud e lhe confere a força da vontade de não se render apesar de tudo. De não se resignar. De não dizer: "Acabou tudo". E sabemos que aquele massacre genocida não tem o poder de escrever a palavra fim. Pelo contrário, consegue dizer que é justamente daquela derrota que se deve recomeçar. Todo aquele sangue e dor estão fecundando a esperança. E a esperança na Palestina está grávida. Está sentindo as dores do parto. Nós somos apenas as parteiras.
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