21 Setembro 2025
"O trecho do Evangelho lido hoje em milhares de comunidades de fé do mundo (Lucas 16, 1-13) cai como luva (prefiro "como sopro divino") na realidade atual", escreve Chico Alencar, deputado federal - PSOL-RJ ao comentar o Evangelho deste domingo, 21-09-2025.
Segundo ele, "na contramão de "blindagens de castas intocáveis", que querem até "voto secreto" para esconder suas trapaças, corriqueiras na politicagem reinante, Jesus conclama por honestidade e fidelidade. Por transparência e coerência desde as situações mais cotidianas: "quem é fiel e justo nas pequenas coisas, também o será nas grandes" (10)".
Eis o comentário.
Viver é fazer escolhas. E aferir, periodicamente, se os caminhos que trilhamos estão de acordo com elas.
O trecho do Evangelho lido hoje em milhares de comunidades de fé do mundo (Lucas 16, 1-13) cai como luva (prefiro "como sopro divino") na realidade atual.
O Mestre das parábolas fala do "administrador esbanjador". Reconhece o "êxito" dos "espertalhões", dominantes até hoje: "de fato, os que pertencem a este mundo são mais espertos, com a sua gente, do que aqueles que pertencem à luz" (8).
Na contramão de "blindagens de castas intocáveis", que querem até "voto secreto" para esconder suas trapaças, corriqueiras na politicagem reinante, Jesus conclama por honestidade e fidelidade. Por transparência e coerência desde as situações mais cotidianas: "quem é fiel e justo nas pequenas coisas, também o será nas grandes" (10).
Isso é conosco! Temos sido a mudança que queremos no mundo? Justos quando pregamos justiça, amorosos quando cantamos o amor, honestos ao exaltarmos a honestidade? Ou jogamos palavras ao vento e somos hipócritas, "sepulcros caiados"?
Ao final, Jesus cobra de que lado estão seus discípulos: "vocês não podem servir a dois senhores, a Deus e ao dinheiro" (13). Essa interpelação chega a nós.
À nossa volta, estão amantes do dinheiro, da acumulação e do enriquecimento ilícito, do "subir na vida" pisando nos outros, com seus egos inflados.
De que lado estamos? - é preciso indagar sempre. Sejamos luz em meio às "tenebrosas transações"!
"Não se pode servir a Deus e ao dinheiro!": o conhecido repto de Cristo reverbera. "Quem protegerá a sociedade brasileira das incongruências do próprio Congresso Nacional?" - indaga a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em nota lançada em 18/9/2025.
Esta reflexão é dedicada a Luiz Marcolino de Souza (1941-2025), militante coerente da igualdade social e do bom direito.
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