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570 dias no governo Lula 3: um relato crítico da tecnoburocracia e das contradições do poder. Artigo de Sérgio Botton Barcellos

Foto: Caio Guatelli | Fotos Públicas

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26 Agosto 2025

"Em vez de enfrentar desigualdades estruturais e implementar o plano de governo eleito, essa tecnoburocracia reproduz rotinas performáticas, cria a imagem de eficiência e se legitima por redes de indicação pessoal. O resultado é um governo mais preocupado com o marketing político do que com transformações estruturais"

O artigo é de Sérgio Botton Barcellos, professor do Departamento de Ciências Sociais/CCHLA/UFPB e docente do PPG em Sociologia — UFPB.

Eis o artigo.

No livro 570 dias no governo Lula 3 busco fazer um testemunho a partir de um professor e pesquisador de sociologia que, entre outubro de 2023 e fevereiro de 2025, atuou como assessor parlamentar na Secretaria de Relações Institucionais da Presidência da República. Longe de ser apenas uma memória pessoal, o relato se converte em um tipo de análise crítica do funcionamento cotidiano do governo Lula 3, das suas contradições internas e dos pactos que, em vez de avançarem uma agenda pelo menos progressista, reforçaram velhas estruturas de poder.

Observei e atuei na política dessa vez no que denomino como “chão de fábrica” – o cotidiano dos assessores, técnicos e servidores que movimentam a engrenagem do Estado. Inspirado pela perspectiva de Edward P. Thompson, que via a história “a partir de baixo”, aplico essa lente ao Palácio do Planalto e ao Congresso Nacional. O que emerge é o retrato de um governo eleito como progressista, sustentado por uma frente ampla contra o bolsonarismo, mas que se dilui também em pragmatismo, fisiologismo e tecnoburocracia.

Livro "570 dias no governo Lula 3" de Sérgio Botton Barcellos

Entre a esperança e a rotina burocrática

A minha entrada no governo ocorreu pelo sistema Sou.Gov, com a expectativa de contribuir para pautas sociais e ambientais. No entanto, a experiência se restringiu, em grande medida, ao acompanhamento legislativo, ao preenchimento de sistemas eletrônicos e à observação de uma rotina marcada pelo que David Graeber chamou de “empregos de merda”: tarefas repetitivas, burocráticas e muitas vezes inócuas.

Apesar disso, busquei dar sentido ao trabalho, acompanhando comissões, dialogando com parlamentares e tentando articular agendas em áreas como agricultura, meio ambiente e defesa de povos e comunidades tradicionais. Registro pequenas vitórias, como participação na formulação de leis em programas sociais e políticas indigenistas, mas também aponto como elas foram exceções diante de um cenário em que a “governabilidade” se tornou sinônimo de conciliação interminável com o Congresso e as elites econômicas.

A tecnoburocracia como fração de classe

Um dos núcleos do trabalho é a análise da tecnoburocracia. Para mim, o governo Lula 3 foi hegemonizado por uma fração pequeno-burguesa que ocupa cargos de confiança e médio escalão: técnicos, sindicalistas, professores universitários, gestores e especialistas em comunicação e opinião pública. Essa classe, descrita por Florestan Fernandes e atualizada por Jessé Souza, oscila entre o discurso progressista e práticas conservadoras, operando como correia de transmissão de frações de elites econômicas e políticas brasileiras.

Em vez de enfrentar desigualdades estruturais e implementar o plano de governo eleito, essa tecnoburocracia reproduz rotinas performáticas, cria a imagem de eficiência e se legitima por redes de indicação pessoal. O resultado é um governo mais preocupado com o marketing político do que com transformações estruturais.

Anti-intelectualismo?

Outro ponto que enfatizo é a presença de um anti-intelectualismo velado. Relato situações em que documentos bem fundamentados eram descartados sob o argumento de que “isso aqui não é universidade”. Essa hostilidade ao pensamento crítico convivia com a presença de acadêmicos nos gabinetes, mas deslocados para funções legitimadoras, não transformadoras. Daí a pergunta recorrente em uma das partes do livro: onde estão os intelectuais orgânicos do governo?

Pactos narcísicos e exclusões estruturais

Amplio a crítica para dimensões raciais e de gênero. Dialogando com Lélia Gonzalez, Cida Bento e Florestan Fernandes identifico no governo Lula 3 a reprodução do “pacto narcísico branco”: um acordo silencioso que mantém a branquitude nos espaços de mando e invisibiliza desigualdades raciais. Embora políticas afirmativas existam, a ocupação real de cargos estratégicos ainda é hegemonicamente branca, masculina e elitista.

Essa lógica se repete em práticas de machismo, misoginia e elitismo que observei no cotidiano do Planalto e nas relações com o Congresso. Em vez de ruptura, o que vi foi a naturalização de comportamentos autoritários e a adaptação às regras do jogo conservador.

O Congresso e a chantagem permanente

A análise se estende à relação com a Câmara dos Deputados. Descrevo a hegemonia de bancadas conservadoras e fisiológicas. Nesse contexto, o Executivo opera sob chantagem permanente: cada avanço depende de concessões, cargos e emendas, o que reforça o ciclo de dependência e fragiliza qualquer tentativa de políticas transformadoras.

Essa dinâmica, como percebi, foi agravada pela omissão da Casa Civil e pela fragmentação interna dos ministérios, que funcionam como governos paralelos. A tal “governabilidade” soa mais como vício conciliatório do que como estratégia eficaz.

Entre a crítica e a esperança

Apesar do tom ácido, não me limito a uma denúncia. Reconheço esforços de colegas comprometidos, conquistas pontuais e a importância de registrar essas experiências como parte da memória política do país. Mais do que um desabafo pessoal, trato aqui de uma reflexão coletiva sobre os limites da esquerda institucional brasileira diante da hegemonia neoliberal, do racismo estrutural e da captura tecnoburocrática do Estado.

A narrativa combina autobiografia e análise sociológica, unindo vivência pessoal e crítica teórica. É, ao mesmo tempo, testemunho e elaboração, denúncia e tentativa de compreensão. O gesto de escrever é também um ato político: não deixar que as contradições se percam, mas expô-las para que possam ser transformadas.

Considerações finais

O que descrevo em 570 dias no governo Lula 3 são os bastidores de um governo que prometeu mudança, mas segue relativamente aprisionado por estruturas conservadoras, pactos elitistas e pela lógica da pequena burguesia tecnoburocrática. O livro pode interessar não apenas a quem acompanha a política brasileira, mas a todos que se perguntam por que a desigualdade social persiste, mesmo sob governos eleitos com pautas progressistas.

Concluo lembrando que criticar pela esquerda não é fazer o jogo da direita, mas assumir a dialética das contradições. Afinal, só a exposição franca dessas tensões pode abrir espaço para novos caminhos de transformação a partir de uma lógica política de esquerda.

Leia mais

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