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01 Julho 2025

“O bloqueio de alimentos e ajuda humanitária, imposto a Gaza desde o dia 02 de março, está reduzindo os palestinos a uma dependência abjeta. Para comer, precisam rastejar em direção a seus assassinos e mendigar. Humilhados, aterrorizados, desesperados por alguns restos de comida, se veem despojados de sua dignidade, autonomia e capacidade de ação. Isso é intencional”. A reflexão é de Chris Hedges, publicada por The Chris Hedges Report e reproduzida por Voces del Mundo, 29-06-2025. A tradução é do Cepat.

Chris Hedges é escritor e jornalista vencedor do Prêmio Pulitzer. Foi correspondente internacional do New York Times durante quinze anos.

Eis o artigo.

O uso da fome como arma por Israel é a forma como os genocídios sempre terminam. Cobri os efeitos insidiosos da fome orquestrada nas terras altas da Guatemala durante a campanha genocida do general Efraín Ríos Montt, a fome no sul do Sudão que deixou 250 mil mortos – passei pelos cadáveres frágeis e esqueléticos de famílias enfileiradas às margens das estradas – e, mais tarde, durante a Guerra da Bósnia, quando os sérvios cortaram o fornecimento de alimentos para enclaves como Srebrenica e Goražde.

O Império Otomano usou a fome como arma para dizimar os armênios. A fome foi usada para matar milhões de ucranianos no Holodomor de 1932 e 1933. Os nazistas a usaram contra judeus nos guetos durante a Segunda Guerra Mundial. Os soldados alemães usaram os alimentos, assim como Israel, como isca. Ofereciam três quilos de pão e um quilo de doce para atrair as famílias desesperadas do gueto de Varsóvia para os meios que as transportavam para os campos de extermínio.

“Houve momentos em que centenas de pessoas tiveram que esperar na fila durante vários dias para serem deportadas”, escreve Marek Edelman em The Ghetto Fights. “O número de pessoas ansiosas para receber os três quilos de pão era tal que os transportes, que agora partiam duas vezes por dia com 12.000 pessoas, não conseguiam acomodar todos”. E quando as multidões se tornavam indisciplinadas, como em Gaza, as tropas alemãs disparavam rajadas mortais que crivavam os corpos emaciados de mulheres, crianças e idosos.

Essa tática é tão antiga quanto a própria guerra.

A reportagem publicada no jornal israelense Haaretz, segundo a qual os soldados israelenses recebem ordens para atirar contra multidões de palestinos em centros de ajuda humanitária, o que já resultou em 580 mortes e 4.216 feridos, não é nenhuma surpresa. É o resultado previsível de um genocídio, a conclusão inevitável de uma campanha de extermínio em massa.

Israel, com seus assassinatos seletivos de pelo menos 1.400 profissionais da saúde, centenas de funcionários das Nações Unidas (ONU), jornalistas, policiais e até poetas e acadêmicos, com a destruição de blocos de apartamentos de vários andares que mataram dezenas de famílias, bombardeios de “zonas humanitárias” designadas, onde palestinos se amontoam debaixo de tendas, lonas ou a céu aberto, ataques sistemáticos a centros de distribuição de alimentos da ONU, padarias e comboios de ajuda humanitária, ou sádicos disparos de franco-atiradores que ceifam crianças, há muito demonstra que os palestinos são considerados vermes que merecem apenas a aniquilação.

O bloqueio de alimentos e ajuda humanitária, imposto a Gaza desde o dia 02 de março, está reduzindo os palestinos a uma dependência abjeta. Para comer, precisam rastejar em direção a seus assassinos e mendigar. Humilhados, aterrorizados, desesperados por alguns restos de comida, se veem despojados de sua dignidade, autonomia e capacidade de ação. Isso é intencional.

Yousef al-Ajouri, de 40 anos, contou ao Middle East Eye sobre o seu angustiante deslocamento até um dos quatro centros de ajuda humanitária criados pela Fundação Humanitária de Gaza (FHG). Os centros não foram projetados para atender às necessidades dos palestinos, que antes dependiam de 400 pontos de distribuição de ajuda, mas para atraí-los do norte de Gaza para o sul. Israel, que hoje novamente ordenou que os palestinos deixassem o norte de Gaza, está expandindo progressivamente sua anexação da faixa costeira. Os palestinos são encurralados como gado em estreitos corredores de metal nos pontos de distribuição, supervisionados por mercenários fortemente armados. Se tiverem sorte, recebem uma pequena caixa de comida.

Al-Ajouri, que antes do genocídio era taxista, mora com a esposa, os sete filhos e os pais em uma tenda em al-Saraya, perto do centro da Cidade de Gaza. Ele foi a um posto de atendimento na estrada de Salah al-Din, perto do corredor Netzarim, para buscar comida para os filhos, que, segundo ele, choram constantemente “porque estão com muita fome”. Seguindo o conselho de seu vizinho da tenda ao lado, vestiu-se com roupas largas “para poder correr e me mover rapidamente”. Carregava uma sacola com enlatados e alimentos embalados porque, devido à multidão, “ninguém conseguia carregar as caixas em que chegava a ajuda”.

Ele saiu por volta das 21h com outros cinco homens, “entre eles um engenheiro e um professor”, e “crianças de 10 e 12 anos”. Não seguiram pela estrada oficial designada pelo exército israelense. As multidões que se aglomeram no ponto de ajuda ao longo da rodovia oficial fazem com que a maioria nunca chegue perto o suficiente para receber comida. Em vez disso, eles caminhavam no escuro por áreas expostas ao fogo israelense, muitas vezes tendo que rastejar para não serem vistos.

“Enquanto eu rastejava, olhei ao redor e, para minha surpresa, vi várias mulheres e idosos seguindo o mesmo caminho perigoso que nós”, explicou. “Em determinado momento, houve uma saraivada de tiros ao meu redor. Nos escondemos atrás de um prédio destruído. Qualquer um que se movesse ou fizesse um movimento perceptível era imediatamente alvejado por franco-atiradores. Ao meu lado estava um jovem alto e loiro que usava a lanterna do celular para se guiar. Os outros gritaram para que ele a desligasse. Segundos depois, ele foi baleado. Caiu no chão e ficou sangrando, mas ninguém conseguiu ajudá-lo ou movê-lo. Morreu em poucos minutos”.

Al-Ajouri passou ao lado de seis corpos ao longo da estrada, que haviam sido mortos a tiros por soldados israelenses.

Chegou ao centro às 2h da manhã, horário marcado para a distribuição da ajuda. Viu uma luz verde piscando à sua frente, indicando que a ajuda estava prestes a ser distribuída. Milhares de pessoas começaram a correr em direção à luz, empurrando e atropelando umas às outras. Ele abriu caminho através da multidão até o local da entrega.

“Comecei a vasculhar as caixas de ajuda e peguei um saco que parecia conter arroz”, disse. “Mas, no momento em que o fiz, alguém o arrancou das minhas mãos. Tentei segurá-lo, mas ele ameaçou me esfaquear com uma faca. A maioria das pessoas ali carregava facas, seja para se defender ou para roubar outras. No final, consegui pegar quatro latas de feijão, um quilo de trigo bulgur e meio quilo de macarrão. Em segundos, as caixas estavam vazias. A maioria das pessoas ali, incluindo mulheres, crianças e idosos, não recebeu nada. Alguns imploravam para que outros compartilhassem, mas ninguém podia se dar ao luxo de abrir mão do que havia conseguido”.

Os empreiteiros estadunidenses e os soldados israelenses que supervisionavam o caos riam e apontavam suas armas para a multidão. Alguns filmavam tudo com seus celulares.

“Minutos depois, lançaram granadas de fumaça vermelha para o ar”, recordou. “Alguém me disse que era o sinal para evacuar a área. Depois disso, um intenso tiroteio começou. Khalil, alguns outros e eu fomos para o Hospital Al-Awda em Nuseirat porque nosso amigo Wael machucou a mão durante a viagem. Fiquei chocado com o que vi no hospital. Havia pelo menos 35 mártires mortos no chão de uma das enfermarias. Um médico me disse que todos haviam chegado ao hospital no mesmo dia. Cada um deles havia sido baleado na cabeça ou no peito enquanto esperavam na fila perto do posto de ajuda humanitária. Suas famílias esperavam que voltassem para casa com comida e suprimentos. Agora eram cadáveres”.

A FHG é uma criação do Ministério da Defesa de Israel, financiada pelo Mossad, que tem contratos com a UG Solutions e a Safe Reach Solutions, administradas por ex-membros da CIA e das Forças Especiais dos EUA. A FHG é dirigida pelo reverendo Johnnie Moore, um sionista cristão de extrema-direita com laços estreitos com Donald Trump e Benjamin Netanyahu. A organização também contratou gangues de narcotraficantes anti-Hamas para fornecer segurança aos centros de distribuição de alimentos.

Como disse Chris Gunness, ex-porta-voz da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), à Al Jazeera, a FHG está “branqueando a ajuda”, uma forma de mascarar a realidade de que “a população está sendo submetida à fome”.

Israel, juntamente com os Estados Unidos e os países europeus que fornecem armas para sustentar o genocídio, optou por ignorar a decisão de janeiro de 2024 da Corte Internacional de Justiça (CIJ), que exigia a proteção imediata dos civis em Gaza e o amplo fornecimento de ajuda humanitária.

O Haaretz, em seu artigo intitulado “É um campo de extermínio: soldados das FDI recebem ordens para atirar deliberadamente em moradores de Gaza desarmados que aguardam ajuda humanitária”, relatou que comandantes israelenses ordenam que os soldados abram fogo contra multidões para mantê-las longe dos pontos de ajuda ou para dispersá-las.

“Os centros de distribuição geralmente ficam abertos por apenas uma hora todas as manhãs”, escreve o Haaretz. Segundo oficiais e soldados que servem em suas áreas, as FDI atiram em pessoas que chegam antes do horário de abertura para impedi-las de se aproximar, ou novamente após o fechamento dos centros, para dispersá-las. Como alguns dos tiroteios ocorreram à noite, antes da abertura, é possível que alguns civis não conseguissem ver os limites da área designada.

“É um campo de extermínio”, disse um soldado ao Haaretz. “Onde eu estava alocado, eles matavam entre uma e cinco pessoas por dia. São tratadas como uma força hostil: sem medidas de controle de multidões, sem gás lacrimogêneo, apenas com fogo real com tudo o que se possa imaginar: metralhadoras pesadas, lançadores de granadas, morteiros. Depois, assim que o centro abre, os tiros param e eles sabem que podem se aproximar. Nossa forma de comunicação são os disparos”.

“Abrimos fogo de manhã cedo se alguém tenta furar a fila a algumas centenas de metros de distância, e às vezes simplesmente atacamos de perto. Mas não há perigo para as forças”, explicou o soldado. “Não tenho conhecimento de nenhum caso de fogo como resposta. Não há inimigo, nem armas”.

O mesmo soldado disse que o envio para os centros de ajuda é conhecido como “Operação Peixe Salgado”, uma referência ao nome israelense para o jogo infantil “Luz Vermelha, Luz Verde”. O jogo apareceu no primeiro episódio da série distópica sul-coreana Round 6, na qual pessoas em desespero econômico são mortas enquanto lutam entre si por dinheiro.

Israel devastou a infraestrutura civil e humanitária de Gaza. Reduziu os palestinos, meio milhão dos quais enfrentam a fome, a manadas desesperadas. O objetivo é subjugar os palestinos, torná-los dóceis e forçá-los a deixar Gaza para que nunca mais retornem.

Na Casa Branca de Trump fala-se em cessar-fogo. Mas não se deixe enganar. Israel não tem mais nada para destruir. Seus bombardeios intensivos durante 20 meses reduziram Gaza a uma paisagem lunar. Gaza é inabitável, um deserto tóxico onde os palestinos, vivendo entre lajes de concreto quebradas e poças de esgoto, carecem de comida e água limpa, combustível, abrigo, eletricidade, medicamentos e infraestrutura para sobreviver. O último obstáculo para a anexação de Gaza são os próprios palestinos. Eles são o alvo principal. A fome é a arma escolhida.

Leia mais

  • "Israel não vê Gaza, mas apenas o antissemitismo". Entrevista com o diretor do Haaretz
  • Três ou quatro dias sem comer em Gaza. Artigo de Angelo Rusconi
  • Fome em Gaza: assim a extrema direita impõe a agenda da "vitória". Artigo de Francesca Mannocchi
  • Investigação do Haaretz sobre as ajudas a Gaza: um caos que favorece a todos
  • “São quase o dobro os mortos em Gaza”. Catar pressiona: vislumbres de trégua
  • Instituição de caridade católica condena a abordagem militar israelense em relação à ajuda a Gaza
  • "Estamos morrendo de fome, tudo falta aqui. Rápido, venham salvar o povo de Gaza"
  • Oficiais e soldados das IDF disseram ao Haaretz que receberam ordens de atirar em multidões desarmadas perto de locais de distribuição de alimentos em Gaza, mesmo quando não havia nenhuma ameaça presente. X - Tuitadas
  • "O genocídio israelense em Gaza não vai parar porque é lucrativo; há pessoas ganhando dinheiro com isso". Entrevista com Francesca Albanese
  • Israel como laboratório da escalada fascista e a segunda Nakba em Gaza. Entrevista especial com Peter Pál Pelbart
  • A agência da ONU para refugiados chama o sistema de distribuição de ajuda em Gaza de "abominação"
  • Antissemitismo e Palestina. Artigo de David Neuhaus
  • “Sem sanções internacionais, Israel não mudará”. Entrevista com Francesca Albanese
  • Israel-Palestina. “A política é inerte diante de uma limpeza étnica”. Entrevista com Francesca Albanese
  • “Entre a paz e a vitória, a razão não é de quem mata mais”. Entrevista com Felice Scalia
  • Al Nakba, uma tragédia sem fim. Artigo de Arlene Clemesh

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