14 Junho 2025
A informação é de Jesús Bastante, publicada por Religión Digital, 12-06-2025.
“Com a chegada do Papa Prevost a música mudou”. A tese apresentada por Il Messaggero parece ser a mesma que subscrevem, pelo menos no que lhes diz respeito, alguns dos mais fervorosos defensores das missas em latim, que esperam que a chegada de Leão XIV ao sólio pontifício acabe com o que consideravam "perseguições" do Papa Francisco. E a verdade é que Prevost lançou algumas mensagens conciliadoras, como uma saudação ao encontro de sacerdotes tradicionalistas de Chartres. O bispo diocesano assegurou que "o Papa Leão reza por cada peregrino que vive um encontro pessoal com Cristo”.
Haverá um retrocesso nas restrições às missas em latim? Tudo parece indicar que não, mas também que este pontífice colocou a unidade e a comunhão como eixos de seu pontificado, e que é mais do que previsível algum gesto para os setores mais conservadores, muito contentes ao ver como se recuperam algumas liturgias ou vestimentas, deixadas no esquecimento durante o pontificado de Francisco.
De fato, esses setores confiam que, pelo menos, Leão XIV flexibilizará as normas que, na prática, os impedem de criar comunidades tradicionalistas sem controle, apelando ao necessário restabelecimento da unidade na Igreja. Desde 2023, os bispos deviam obter a aprovação expressa do Vaticano para permitir as missas em latim em suas respectivas dioceses.
Curiosamente, Francisco tomou esta medida para frear a divisão que, na opinião de muitos, esses setores ultraconservadores estavam fomentando, utilizando a liturgia como um modo de atacar as reformas implantadas desde o Concílio Vaticano II. O mesmo que consagrou o Evangelho e a liturgia em línguas vernáculas.
Pouco depois de sua eleição, o cardeal Müller, um dos defensores do movimento anti-Francisco, já sugeriu a Leão XIV a urgência de abordar Traditionis Custodes, que em sua opinião resultava "prejudicial e desnecessária" para a Igreja e reclamando o levantamento das restrições.
“Não podemos condenar absolutamente nem proibir o direito e a forma legítima da liturgia latina”, assinalou Müller, que sustentou que Prevost "é capaz de falar com as pessoas e encontrar uma solução muito boa que seja boa para todos”. Uma declaração parecida à que deu o cardeal de Singapura, dom Goh, que recalcou que não há "nada de errado ou pecaminoso" nas missas tridentinas.
Por enquanto, Leão XIV não se pronunciou, embora tenha pedido aos bispos franceses (o país vizinho é um dos berços do tradicionalismo) que "não evoquem simplesmente a nostalgia de um passado que poderia parecer passado, mas que despertem esperança e deem lugar a um novo impulso missionário".