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Depois de Francisco. Artigo de Flávio Lazzarin

Papa Francisco | Foto: Vatican Media

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03 Junho 2025

"O Papa Francisco tentou ser testemunho inesquecível de liberdade e coragem evangélicas. Foi crítico impiedoso da autorreferencialidade e do clericalismo que ainda hoje continuam a carcomer a identidade e a missão servidora da igreja. Viveu a tensão conflitual, dramática, a partir da extrema periferia do espaço eclesial, com o poder milenar, ineludível e indestrutível permeado por uma concepção monárquica, sacerdotal e patriarcal da Igreja Católica", escreve Flavio Lazzarin, padre italiano fidei donum que atua na Diocese de Coroatá, no Maranhão, e agente da Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Segundo ele, 'ele, porém, como neto de migrantes, não conseguiu encarar o pecado originário do Ocidente, o colonialismo, que é também pecado das Igrejas. Por isto, aparece contraditória e até falsa a tese que descreve Jorge Bergoglio, como representante da periferia da Europa, de um sul do planeta explorado e inferiorizado pelo sistema capitalista. É uma maneira desajeitada de inocentar a Igreja das responsabilidades colonialistas. Ou seja, de um colonialismo imperial que continua até hoje, a fomentar todas as atuais guerras e genocídios, pecado originário da modernidade ocidental, em que o cristianismo, católico e protestante, foi promotor, avalista e incauto cúmplice".

Eis o artigo.

Morre papa Francisco, mas não habitam no meu íntimo tristeza e pesar, como se o fim de sua vida correspondesse ao fechamento definitivo de um ciclo da história da Igreja, surpreendentemente rico de novidades e inéditas alegrias. E como se, diante do projeto de virar página, que está sendo sutilmente encaminhado, não sobrasse outra escolha alternativa à aceitação, tranquila e resignada, da volta à normalidade.

A tentativa de confinar Francisco na prisão dos doze anos do seu ministério é destinada à falência, porque os seus gestos, hábitos, palavras e documentos quebraram, de um jeito inesquecível e irreversível, ritos e tradições seculares. E isto se deu, surpreendentemente, no espaço, antes intocável e intocado da Cúria Romana, - em que pesem inúmeras contradições, - com desobediências e rupturas evangelicamente inspiradas.

A radicalidade do Evangelho e a busca inquieta do rosto histórico e permanentemente atualizado de Jesus de Nazaré, são eventos que sempre têm marcado a história do cristianismo e da nossa Igreja. Nessa procura incessante, quase sempre testemunhas e profetas coerentes pagaram a sua ousadia com a Cruz da incompreensão e do banimento praticados pelo poder dos guardiões da tradição. Nunca, porém, antes de Jorge, a subversão de Jesus chegou a evangelizar e a escandalizar a partir do centro da cristandade católica. E este é o kairós que irradia em nós alegria e esperança.

Poderão, com a secularmente testada diplomacia clerical, tentar nos convencer que não esqueceram de Francisco, e poderão até aceitar que a convicção e o consenso popular da sua santidade sejam decretados oficialmente por Roma. Assim viraria um santo venerável, oferecido à devoção do mundo católico. Essa traição não seria novidade, se lembramos o que foi feito após a morte de Francisco de Assis: um projeto, sem dúvida bem sucedido, em que um movimento profético vira Ordem e instaura-se o controle da revolução franciscana através da veneração do santo fundador. O profeta Francisco foi reduzido a intercessor, objeto de devoções populares e que têm como centro o santuário da sua sepultura.

Essa experimentada estratégia, acaba, de fato, excluindo, deliberadamente, a possibilidade de acolher São Francisco – e papa Francisco – como modelos de discipulado, imitação de seguimento que nunca consistiria em copiar e repetir, tout court, suas ações, mas seria, nada mais que a busca e a escuta da pessoa e da palavra de Jesus de Nazaré que fala sempre de forma renovada e atualizada. Cada um com a sua biografia, com o seus limites e pecados, mas incorporando na sua vida o “como Ele fez”, seguidores imperfeitos, enquanto imitadores do Filho do Homem.

Jorge Mario Bergoglio se tornou Papa e escolheu o nome Francisco, o pobre santo dos pobres, e nos revelou imediatamente a sua intenção de lutar por uma Igreja pobre para os pobres, a Igreja sonhada, por Dom Câmara e o Cardeal Lercaro, entre outros, durante o Concílio, no Pacto das Catacumbas. Um nome que interrompe sequências numéricas e a mera fidelidade repetitiva às engessadas tradições.

Francisco decide, inesperadamente, de recuperar duas profecias que foram interrompidas no passado, retomando, em companhia de Francisco e Clara, o único segredo, do Evangelho, quase sempre esquecido e removido: a subversiva radicalidade de Jesus de Nazaré, pobre e irmão e amigo dos pobres.

E, resgatando o sonho de João XXIII, revigora a profecia do Concílio, que contesta o imobilismo eclesiástico, que se opõe a qualquer “aggiornamento”, e a violenta presunção condenatória do Sílabo e da cruzada antimodernista do tempo de Pio X. A única “hermenêutica da continuidade” de Francisco é, assim, a fidelidade a este esquecido passado samaritano dos santos da misericórdia, dos profetas e dos mártires

Ele foi bem além da condenação ideológica do liberalismo, porque soube gritar contra a “economia que mata”, a “globalização da indiferença”, a violência genocida do sistema que objetifica e descarta vidas.

Pela primeira vez, e bem além da doutrina social da Igreja, tivemos um radical enfrentamento ao sistema capitalista.

Foi atacado pela extrema-direita, acusado de comunismo ou de peronismo pelos que confiam no privilegio dos ricos e na violência dos mais fortes.

Não mudou a doutrina, mas quis favorecer uma Igreja que acolhe, escuta, acompanha, dialoga, mesmo em situações que desafiam a doutrina e o moralismo eclesiásticos, como com os católicos divorciados e recasados, e as pessoas LGBTQIA+.

Defendeu os migrantes, os pobres, os indígenas, os povos esquecidos. Denunciou o extrativismo, o racismo estrutural, a violência ambiental que fere a fraternidade e sororidade de todos os seres vivos.

Protagonizou, com gestos, hábitos e palavras eloquentes a dessacralização e desmitificação do Ministério Petrino, a ponto de não conseguir esconder a influência do seu temperamento, dos seus limites e defeitos humanos. Não deixou que o papel institucional anulasse ou ocultasse a humanidade de Jorge, que renunciou profeticamente a se camuflar atrás do semblante sagrado do Santo Padre ou de Sumo Pontífice.

 

Tentou ser testemunho inesquecível de liberdade e coragem evangélicas.

Foi crítico impiedoso da autorreferencialidade e do clericalismo que ainda hoje continuam a carcomer a identidade e a missão servidora da igreja.

Viveu a tensão conflitual, dramática, a partir da extrema periferia do espaço eclesial, com o poder milenar, ineludível e indestrutível permeado por uma concepção monárquica, sacerdotal e patriarcal da Igreja Católica.

Deixou em herança o longo e sempre inacabado processo da sinodalidade, quase para nos lembrar que “o tempo é maior que o espaço”, que vitorioso é o caminho, o processo, o diálogo, a confrontação fraterna, e não o exercício despótico do poder clerical.

Papa Francisco nos ensina a imprudência de ir além e a desobediência ao poder do Templo, apesar de saber que, por ser constitutivo da configuração eclesiástica, será derrotado somente no fim dos tempos.

No entanto, nos obriga, assim, a assumir uma tensão dramática permanente, que não aceita nem a convivência tranquila com o status quo, nem promove rupturas que surgem da presunção de possuir inspirações e intencionalidades evangélicas puras e incontaminadas. Dessa forma, deixa claro que biografias e teologias de todos nós são fatalmente marcadas pelos humanos limites e pela nossa condição de pecadores perdoados.

Para uma igreja que convive com o joio e o trigo crescendo juntos no seu próprio jardim, - sobretudo, neste tempo de acentuadas polarizações, - a misericórdia e o perdão são os remédios. E isto também quando quem parece acreditar mais na Igreja do que em Jesus, persegue, condena e crucifica os que vão “além”, como aqueles irmãos e as irmãs profeticamente rebeldes e os desobedientes. E se a desgraça ou a derrota virarem nosso pão cotidiano, sabemos, que, no silêncio de Abba, ninguém poderá nos afastar da companhia do Crucificado abandonado e vitorioso.

Mas não tudo se resolve em elogios.

Papa Francisco, na noite em que o encontramos pela primeira vez, disse que tinham ido buscá-lo no “fim do mundo”, uma das periferias, que ele tentou valorizar e visibilizar no seu ministério. Veio do Novo Mundo, do outro mundo de alteridades inventadas, negadas, estupradas, conquistadas e colonizadas, material e espiritualmente.

Ele, porém, como neto de migrantes, não conseguiu encarar o pecado originário do Ocidente, o colonialismo, que é também pecado das Igrejas. Por isto, aparece contraditória e até falsa a tese que descreve Jorge Bergoglio, como representante da periferia da Europa, de um sul do planeta explorado e inferiorizado pelo sistema capitalista. É uma maneira desajeitada de inocentar a Igreja das responsabilidades colonialistas. Ou seja, de um colonialismo imperial que continua até hoje, a fomentar todas as atuais guerras e genocídios, pecado originário da modernidade ocidental, em que o cristianismo, católico e protestante, foi promotor, avalista e incauto cúmplice.

Que o digam os povos indígenas e os povos deportados e escravizados da África, que ainda hoje, são agredidos e dizimados.

Que o digam os ucranianos colonizados pelo império panrusso e os árabes da Palestina, vítimas do colonialismo israeliano. E os numerosos povos e etnias da África vítimas de disputas, conflitos e guerras.

Não há como negar que são fruto da continuidade colonial em que o Ocidente controla direta ou indiretamente todos os recursos naturais, minerais, combustíveis fósseis, água, terra, apoiando ditadores, cavalgando divergências entre grupos étnicos, disputas territoriais em regiões de fronteira e estimulando crises políticas internas em territórios desde sempre caracterizados por instabilidade governamental e golpes de Estado.

Somente através deste reconhecimento seria possível arranhar a aliança, tecida de cumplicidades milenárias, entre o Ocidente dos impérios coloniais e a Igreja. Só assim as três Roma poderiam se converter a uma autêntica universalidade: o papa não seria mais obrigado a ser o capelão do Ocidente e o patriarca de Moscou recusaria, enfim, o papel de avalista e mentor das guerras exigidas pelo sistema colonial eslavo, ortodoxo e panrusso.

Em suma, depois do Francisco, o inventário da sua herança espiritual não será realizado, no centro, em Roma, no Ocidente. Tentarão nos convencer que a eventual continuidade ou ruptura do estilo pastoral de Francisco será tarefa reservada ao papa Leão XIV e à Cúria Romana.

Pelo contrário, tenho a convicção que a coragem e a liberdade evangélicas do Francisco continuarão, como sempre, patrimônio das periferias colonizadas, os lugares privilegiados de onde, por decreto evangélico, surgem profecias existenciais e caminhos de salvação e libertação.

Como se diz aqui no Brasil, com uma frase de Sandro Gallazzi, que já virou provérbio: “A salvação não vem do Planalto, mas da planície.”

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