12 Abril 2024
Grupos radicais israelenses assediam as propriedades cristãs no Monte Sião, em Jerusalém. Eles querem expulsar cristãos da área, sob o pretexto de que naquela área estaria o suposto local do túmulo do rei Davi. Seminaristas e alunos da Escola Patriarcal do Monte Sião, pertencente ao Patriarcado Ortodoxo Grego, sofrem ameaças regularmente, desde assédios, intimidações e cusparadas.
A reportagem é de Edelberto Behs.
Delegação de Jerusalém do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), integrada por Yusef Daher, Iskandar Majlaton e George Sahhar, visitou o Monte Sião, encontrou-se com o padre ortodoxo Matheos, no início de abril. A Escola Patriarcal do Monte Sião é uma escola secundária e liceu igual às escolas públicas gregas de ensino secundário, autorizada pelo governo em 1911. Desde a década 1970, lá também passou a funcionar o seminário do Patriarcado.
Além da escola ortodoxa, o Monte Sião, localizado fora das atuais muralhas da Cidade Velha, abriga cemitérios protestantes, católicos e ortodoxos desde o século XIII. No local há uma antiga catacumba que, acredita-se, serviu de local de esconderijo dos cristãos após a crucificação de Cristo. Acima das catacumbas foi construída uma capela ortodoxa.
Em terreno que pertence ao Patriarcado, atrás do seminário, onde também está a capela, foi construída uma quadra de basquete. O município designou a área como sendo pública e impediu a igreja de controlar as diversas entradas. Radicais israelenses ingressam no terreno sempre que querem. A capela frequentemente é vandalizada, as fechaduras das portas quebradas. Também podem ser vistas manchas de tinta derramada no seu chão.
As procissões religiosas são contestadas ruidosamente por grupos religiosos radicais israelenses. Todos os anos, a polícia faz-se necessária para a segurança de padres e peregrinos.
Para Daher, informa o serviço de imprensa do CMI, o assédio tem por objetivo expulsar os cristãos e criar uma contiguidade geográfica de presença de colonos em Jerusalém Oriental. Ele revelou que o terreno que leva ao seminário é o quintal de um terreno armênio ameaçado de tomada por grupos de colonizadores. O jardim do seminário é adjacente ao terreno onde está planejada a construção de um teleférico e a construção de estrada que liga dois enclaves de colonos no Leste.
“As atividades de grupos radicais israelenses – avaliou Daher – ameaçam mudar a identidade de Jerusalém, convertendo-a numa identidade exclusivamente israelita, uma ameaça destacada pelos chefes das igrejas em nada menos que 12 declarações emitidas durante os últimos dois anos”.
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