03 Janeiro 2024
A Federação Luterana Mundial (FLM), o HIAS – originalmente Sociedade Hebraica de Ajuda aos Imigrantes – e a Islamic Relief Worldwide (IRW) vão desenvolver materiais de formação e ferramentas práticas para os intervenientes humanitários com o propósito de garantir assistência aos refugiados baseados em critérios sensíveis à fé. O compromisso foi firmado no Fórum Global de Refugiados, reunido em Genebra dias 13 a 15 de dezembro.
A reportagem é de Edelberto Behs.
Após consultas a concepção de ferramentas e a formação serão testadas ao longo dos próximos quatro anos em três locais: na África, na Ásia e na América Latina, com a participação de atores religiosos, comunidades de acolhimento e organizações humanitárias, informa o serviço de imprensa da FLM.
“Durante muito tempo, os intervenientes humanitários mantiveram uma certa distância das organizações religiosas, temendo que isso contradiria o princípio humanitário da imparcialidade”, comentou o coordenador do setor humanitário da FLM, Allan Calma. Mas hoje há um consenso global crescente, acrescentou, “sobre a importância de respeitar e aderir às tradições religiosas das pessoas afetadas por crises humanitárias”.
Os intervenientes religiosos, informou Calma, são, normalmente, os primeiros a fornecer ajuda e os que permanecem no terreno muito depois de o financiamento às organizações humanitárias cessarem. “Devemos encontrar mais maneiras de apoiá-las nessa tarefa crítica”, defendeu.
Segundo o Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) existem, hoje, 114 milhões de pessoas em todo o mundo que foram deslocadas das suas casas devido a conflitos ou catástrofes naturais. Esse número representa “sonhos desfeitos, vidas destruídas e esperanças frustradas”, disse Felippo Grandi, do Alto Comissário.
O Serviço Humanitário Mundial da FLM está presente em 26 países e ajuda 3,4 milhões de pessoas necessitadas em todo o mundo.
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Luteranos, judeus e islâmicos se unem na ajuda a refugiados - Instituto Humanitas Unisinos - IHU