Quando o horizonte fica sombrio. Artigo de José Antonio Pagola

Foto: Andres Siimon | Unsplash

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29 Novembro 2023

“Muitos de nós sentimos uma estranha sensação de culpa, vergonha e tristeza. Sentimos também uma espécie de cumplicidade devido à nossa indiferença e à nossa incapacidade de reagir. sobre a nossa segurança"

O artigo é de José Antonio Pagola, teólogo espanhol, publicado por Religión Digital, 27-11-2023.

Eis o artigo.

A falta de esperança está gerando entre nós mudanças profundas que nem sempre sabemos compreender. Quase sem nos apercebermos, as políticas que visam uma vida mais humana estão a desaparecer do horizonte. Fala-se cada vez menos de programas ou projetos de libertação que procuram maior justiça e solidariedade entre os povos.

Quando o futuro se torna sombrio, todos procuramos segurança. Não deixe nada mudar, as coisas estão indo bem para nós. Que ninguém coloque em risco o nosso bem-estar. Este não é o momento de pensar em grandes ideais de justiça para todos, mas de defender a ordem e a tranquilidade.

Aparentemente não sabemos como ir além desta reação quase instintiva. Os especialistas dizem-nos que os graves problemas ambientais, o fenómeno do terrorismo desesperado ou a crescente perseguição dos famintos que penetram nas sociedades de bem-estar social não estão aparentemente a causar quaisquer mudanças profundas na vida pessoal dos indivíduos. Apenas tema e busque segurança. Todos procuram aproveitar ao máximo seu pequeno bem-estar.

Sentimento de culpa

Sem dúvida, muitos de nós sentimos uma estranha sensação de culpa, vergonha e tristeza. Também sentimos uma espécie de cumplicidade pela nossa indiferença e pela nossa incapacidade de reagir. No fundo não queremos saber nada sobre um mundo novo, só pensamos na nossa segurança.

Fontes cristãs preservaram um chamado de Jesus para momentos catastróficos: “Despertai, vivei vigilantes”. O que essas palavras significam hoje? Despertar de uma vida que corre tranquilamente no egoísmo? Despertar da frivolidade que nos rodeia a todo momento, impedindo-nos de ouvir a voz da consciência? Libertar-nos da indiferença e da resignação?

Não deveriam as comunidades cristãs ser um lugar privilegiado para aprender a viver despertos, sem fechar os olhos, sem fugir do mundo, sem procurar amar a Deus de costas para quem sofre?

1º Advento – B (Marcos 13:33-37)

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