28 Novembro 2023
A União Internacional das Superiores Gerais (UISG) e a União de Superiores Gerais (USG) realizam uma reunião conjunta em Roma, um prelúdio para a criação de uma plataforma conjunta.
A reportagem é de José Beltrán, publicada por Vida Nueva, 27-11-2023.
A União Internacional das Superiores Gerais (UISG) e a União de Superiores Gerais (USG) poderiam fundir-se para criar uma nova estrutura a reunir todos os institutos femininos e masculinos de vida consagrada da Igreja Católica. Pelo menos é o que surge das reflexões compartilhadas pelo secretário-geral da USG, o marista espanhol Emili Turú, após a celebração de sua 100ª assembleia geral e de um encontro conjunto realizado com a UISG na casa de espiritualidade Fraterna Domus de Sacrofano, em Roma. Se no dia 19 de novembro se reuniram até 120 superiores gerais das congregações masculinas, a partir do dia 22 de novembro elas também participaram dessas jornadas de trabalho e encontro até chegarem a 250 líderes.
“Está sendo discutida a possibilidade de criação de uma União única, mas algumas dificuldades operacionais devem ser superadas. Poderíamos pensar em uma federação? Talvez. O importante é dar uma voz única à vida religiosa”, afirma Turú à agência noticiosa italiana SIR, que também está consciente das diferenças entre as duas realidades. “Embora a UISG represente cerca de 2.000 congregações, incluindo aquelas de nível diocesano, em nossa plataforma somos cerca de 200”.
Embora Turú deixe a porta aberta, já supõe que “quando surgir a oportunidade a presidente das mulheres e o presidente dos homens devem falar”. Ou, em outras palavras, a recém-nomeada líder da UISG é Mary T. Barron, superiora geral das Irmãs de Nossa Senhora dos Apóstolos. Por outro lado, o presidente do USG é Arturo Sosa, superior geral dos jesuítas.
A verdade é que desde há algum tempo se valoriza esta possibilidade de os religiosos e as religiosas serem governados pelo mesmo órgão, como já se faz em muitos países, por exemplo, na Espanha, agrupada na CONFER, ou na CLAR, que reúne todos os religiosos da América Latina e do Caribe sem distinção de sexo. Não é a primeira vez que a ideia é levantada, mas é inédito que o secretário-geral do USG a tenha verbalizado com tanta naturalidade.
Para além deste futuro formalmente comum, a verdade é que esta nomeação responde ao trabalho conjunto que tem sido realizado na primeira fase do Sínodo sobre a Sinodalidade, que agora procura reforçar para enfrentar os desafios partilhados para a vida religiosa no mundo de hoje, da capacidade das comunidades de vida consagrada de promoverem a sinodalidade como modo de vida e de serem portadoras de esperança e de vozes proféticas.
“A vida consagrada é sinodal desde o início. Pensemos, por exemplo, na participação de todos na eleição do superior”, lembra Emilí Turú. A partir daí, o religioso insiste que “devemos entrar na escuta contemplativa proposta pelo Sínodo, que realmente faz a diferença. Isto é muito poderoso para a Igreja e para o mundo. Aprender a conversar até com quem é o meu oposto, tentando entendê-lo”. Turú está convencido de que “podemos estar em comunhão mesmo pensando diferente”.