21 Agosto 2023
O deserto de notícias, conceito que define áreas geográficas sem veículos de comunicação, diminuiu 8% na Região Sul em 2023, segundo levantamento do Atlas da Notícia, comparado ao ano anterior. Ainda assim, 504 municípios dos 1.191 da região (42%) não contam com jornal, revista, emissora de rádio, de televisão ou portal.
A reportagem é de Edelberto Behs.
“A redução no número de desertos se deve principalmente a dois movimentos: a popularização de veículos digitais e a identificação de mais rádios”, constata, em matéria para o Observatório da Imprensa Marcelo Crispim da Fontoura, jornalista, professor da PUCRS e pesquisador do Atlas da Notícia. “No total – arrola – a região Sul concentra 25,6% dos veículos do Brasil, com 3.823 empreendimentos, enquanto reúne apenas cerca de 15% da população brasileira, de acordo com o censo de 2022”.
Dos três Estados da Região, o Rio Grande do Sul detém o maior número de impressos (411) e de emissoras de rádio (582). Já o Paraná tem 81 emissoras de TV, contra 69 no Rio Grande do Sul e 41 em Santa Catarina. Também soma o maior número de veículos online (539), enquanto o Rio Grande do Sul tem 436 e Santa Catarina 318 meios.
Contabilizando a região, comparada às demais no país, o Sul soma 1.293 veículos digitais, 33% do total, um aumento de 270 novos empreendimentos em relação a 2022. Nos três Estados verifica-se um decréscimo de 54 veículos impressos, somando 1.066 em 2023. O número de emissoras de TV permaneceu estável. Foram identificadas 131 novas estações de rádio no período, incluindo as comunitárias. Esse é o segundo meio mais presente na região.
O mapeamento do Atlas, informa Fontoura, foi possível com a participação de dez universidades da região Sul, entre elas a Unisinos, e contou com a colaboração de 128 estudantes de Comunicação dessas escolas.