O Papa quer ir ao Canadá no contexto da questão indígena

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28 Outubro 2021

 

Francisco disse estar disposto a aceitar o convite do episcopado do país norte-americano, empenhado no processo de reconciliação com os nativos. As datas da visita serão oficializadas em breve.

 

A reportagem é de Alessandro De Carolis, publicada por Vatican News, 27-10-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.

 

Foi durante um Angelus de junho passado, para ser mais preciso no dia 6, que Francisco compartilhou sua consternação com a multidão sobre as notícias dramáticas, cruas, de algumas semanas antes. Uma escola católica, a Kamloops Indian Residential School, de repente se tornou um epicentro de horror quando foi desenterrada nas proximidades uma vala comum com mais de 200 restos mortais de nativos canadenses, revelando um passado de crueldades repetidas. Uma descoberta que viu o episcopado norte-americano fazer um imediato "mea culpa" e ativar uma série de projetos de apoio às comunidades indígenas, em um processo de reconciliação cujo ápice agora é representado pela disponibilidade do Papa de ir ao Canadá, “em data a ser definida mais adiante”- como um comunicado da Sala de Imprensa do Vaticano especificou no final da manhã, que relatou o convite dirigido a Francisco pelos bispos do país.

 

Didática violenta

 

Há uma história de abusos por trás daquela descoberta macabra, de várias violências perpetradas contra milhares – estima-se 4.000 - das cerca de 150.000 crianças indígenas que a frequentaram do final de 1800 até o final da década de 1960 (foi definitivamente fechada em 1978). Pequenos separados de suas famílias para serem inseridos em um programa de assimilação cultural, que previa, entre outras coisas, a proibição "didática" de falar a língua de origem, mas também formas ocultas de abusos piores. Já em 2015, a Comissão para a Verdade e Reconciliação do Canadá havia elaborado, após sete anos de pesquisas, um relatório que detalhava os maus-tratos e sofrimentos, em primeiro lugar a desnutrição, padecidos pelos povos indígenas no âmbito das políticas decididas pelo governo federal.

 

Do trauma à esperança

 

O envolvimento das estruturas eclesiais canadenses nesta espiral - além das já mencionadas valas comuns, deve ser considerada também a subsequente descoberta de outras 715 sepulturas anônimas perto de outra estrutura, a Marieval Indian Residential School - levou primeiro a Conferência Episcopal do Canadá a expressar "remorso" pelos maus tratos e a morte de milhares de crianças indígenas e reconhecer "com dor" que "o trauma histórico" e "o legado de sofrimento e os desafios enfrentados pelos povos indígenas" continuam "ainda hoje". Uma aceitação da responsabilidade que foi seguida por empenhos concretos com as comunidades indígenas.

 

“Uma longa jornada”

 

Em particular, foi determinada a destinação de 30 milhões de dólares em nível nacional, por um período máximo de cinco anos, para acompanhar um caminho de reconciliação com várias iniciativas. Programas, objetivos e fundos são e serão objeto de discussão com lideranças indígenas e contam com o envolvimento de dioceses, paróquias e entes eclesiais. Falando na televisão canadense há algum tempo, o arcebispo de Regina, Donald Bolen, havia definido esta como uma "longa jornada". “Devemos caminhar ao lado dos indígenas em sua busca de justiça. Não devemos esconder nada e pedir desculpa quando é claro que é importante fazê-lo. Devemos continuar com ações concretas pela justiça e a reconciliação".

 

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