06 Outubro 2021
“Hoje pensamos em tantas famílias desagregadas por uma migração que sangra a Nicarágua; mais uma vez os nicaraguenses sofrem a perda de muitos, de nossos melhores irmãos, homens e mulheres, inteligentes, ousados, criativos, empreendedores, trabalhadores, do campo e da cidade, os jovens e até crianças, que representam o futuro da nossa pátria. Caravanas completas de irmãos nicaraguenses que não encontraram em nosso país o que precisavam para viver com dignidade e buscam, mesmo arriscando a vida, outros horizontes. É mais uma dor na alma, a nossa alma dói de tanta dor”: ressaltou o Bispo de Matagalpa, D. Rolando José Álvarez, durante a missa celebrada no domingo, 3 de outubro, na Catedral de São Pedro Apóstolo.
A reportagem é publicada por Agência Fides, 05-10-2021. A tradução é de Luisa Rabolini.
Partindo das leituras bíblicas da liturgia dominical, segundo a nota divulgada pela Conferência Episcopal da Nicarágua, enviada à Agência Fides, o Bispo se deteve em sua homilia sobre o sacramento do matrimônio e, portanto, sobre a família. “Como não pensar que a Nicarágua esteja vivendo outro êxodo, como um povo em busca de um futuro melhor, porque as portas em sua pátria se fecharam para eles”, disse D. Alvarez, que continuou: “Migrantes em busca de asilo, exilados, refugiados, prisioneiros, queremos estar juntos, porque, insistimos: a Nicarágua é de todos e todos temos o direito de viver em paz e liberdade, na justiça e na santidade, todos como irmãos; sem exclusões, sem nicaraguenses que sejam tratados como descartes”.
Na homilia da missa, também transmitida pelos meios de comunicação da Igreja e suas plataformas digitais, o prelado lançou um apelo: “Queremos viver sem periferias humanas, é preciso parar a espiral de violência contra a família, a família nicaraguense não pode continuar a se desintegrar, em primeiro lugar, porque a família, cada família sem distinções, é uma expressão da família do Deus Uno e Trino”.
Referindo-se ao texto do livro proclamado do Gênesis, D. Alvarez ressaltou que, longe de ser uma interpretação errônea comum, "tanto o homem como a mulher são da mesma natureza, iguais em dignidade e grandeza". A seguir, prosseguiu destacando as três notas que constituem o matrimônio: “unidade, indissolubilidade e fecundidade” e sublinhando que o matrimônio está sempre aberto à vida, “portanto os filhos, mais do que consequência do amor entre os dois, são a extensão, são a presença, são a expressão, são a manifestação do amor do casal que se uniu".
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Nicarágua: “tantas famílias desagregadas por uma migração que sangra o país, estamos vivendo outro êxodo”, constata bispo de Matagalpa - Instituto Humanitas Unisinos - IHU