22 Março 2021
“A escalada de mortes na pandemia minou a aliança do presidente Jair Bolsonaro com o Centrão. Há pouco mais de um mês da vitória dos candidatos governistas nas eleições internas do Congresso, a parceria se alterou de um estado de “lua de mel” para cobranças públicas e ameaças veladas de abertura de impeachment e CPI para investigar o Planalto” – Felipe Frazão, jornalista – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“Queiroga assumiu o ministério sem poder contar com a “paciência” do Centrão, sem tempo para aprender e sem poder errar, avisou o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos (PL-AM), um porta-voz do grupo no poder. Ele e Lira também declararam publicamente que Bolsonaro não poderá contar com eles para impor medidas mais extremas. “É zero a chance”, disseram os dois. Horas antes, Bolsonaro citou o termo “estado de sítio” numa conversa truncada com apoiadores na portaria do Palácio Alvorada em que criticava os governadores” – Felipe Frazão, jornalista – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“Nos últimos dias, uma questão perigosa passou a ser debatida reservadamente entre os líderes de Brasília até bem pouco atrás refratários a solavancos: o que aconteceria, em um país sem vacina e com desemprego e inflação nas alturas, se o presidente fosse substituído? Trocando em miúdos, o afastamento de Jair Bolsonaro paralisaria ainda mais o Brasil ou resultaria em avanço imediato? Para os veteranos de 1992 e 2016, as respostas são menos importantes do que a instauração e disseminação da questão. O vírus da dúvida já está no ar de Brasília” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“Há também boa dose de cálculo eleitoral. O Centrão adverte: 2022 é logo ali e ninguém quer ficar em barco que pode afundar antes de a regata começar” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“A ação de Bolsonaro no STF contra governadores conseguiu agravar a tensão no Congresso” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“A leitura: os últimos dias revelaram, mais uma vez, que o presidente prefere radicalizar e espalhar mentiras ante agir politicamente no combate à pandemia. Com a escalada nos índices de mortes e filas de UTI, ficou atestada a inoperância do governo” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“Assessores palacianos sentiram a tensão escalar em Brasília. Admitem, reservadamente, que a insatisfação com o comportamento do presidente não parte só da oposição, mas de alguns aliados também” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“A esperança reside na reunião entre Congresso, Planalto, STF, AGU, PGR e representantes dos Estados. Sonham em união para combater a pandemia. Mas sabem que tudo dependerá do presidente. Ou seja…” – Coluna do Estadão – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“Ou Bolsonaro se dirige à nação e demonstra plena consciência da gravidade da situação e apresenta, ao lado do ministro da Saúde, um plano nacional de execução urgente para enfrentamento da pandemia, ou permaneceremos, todos, no caos” – Simone Tebet, senadora – MDB-MS – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“País sofrendo com as crises e o presidente falando em estado de sítio e promovendo confrontos com discursos que dividem e dispersam nossa energia” - Marcelo Ramos, vice-presidente da Câmara dos Deputados (PL-AM) – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“Assim como o vírus, o presidente está fora de controle, sempre testando os limites da democracia. Não vê o que todos veem: o colapso da saúde e as mortes. Mas vê o que ninguém vê: insurreição popular e quebra-quebra, mantendo seus delírios sobre golpes e arroubos autoritários. Uma união nacional contra o vírus depende de uma premissa: isolar Bolsonaro” – Eliane Cantanhêde, jornalista – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“Com o sistema de saúde em colapso, péssimas perspectivas econômicas e cansado de tanta confusão, o povo quer apenas que Bolsonaro pare de prejudicar o País. A esta altura, será um grande favor” – editorial do jornal O Estado S. Paulo, 21-03-2021.
“Antagonistas na política nacional desde os anos 1990, o PT e o PSDB selaram uma trégua e estão pela primeira vez alinhados em várias frentes contra o presidente Jair Bolsonaro. A principal delas é o Fórum dos Governadores, onde tucanos e petistas têm se apoiado mutuamente e até trocado elogios. Eleito em São Paulo com um forte discurso antipetista, João Doria abriu mão do protagonismo e defendeu a escolha do governador Wellington Dias (PT), do Piauí, como coordenador das discussões sobre vacinas contra covid no Fórum de Governadores” - Pedro Venceslau e Marcelo Godoy, jornalistas - O Estado de S. Paulo, 22-03-2021.
“Da minha parte estou aberto a conversar. É necessário. Na minha concepção, é preciso definir quem é o inimigo principal. Se é o Bolsonaro, como a gente ganha dele? E ganhar para fazer o quê? Essas são as duas questões postas” – Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República – PSDB, sobre a proposta de reunir-se com Lula – O Estado de S. Paulo, 22-03-2021.
“Sou a favor de que a gente coloque o Brasil acima das nossas divergências políticas secundárias. Estamos tratando de um projeto de salvação nacional. A lógica da disputa da eleição no Brasil será semelhante à dos Estados Unidos. É a democracia contra a barbárie e o ódio. A sociedade do bem vai prevalecer contra a lógica miliciana de condução do País” – Rui Costa, governador da Bahia – PT – O Estado de S. Paulo, 22-03-2021.
“Quero prestar toda solidariedade ao Doria. Ele é um dos governadores que têm sofrido ataques sistemáticos do governo federal. Doria tem se esforçado para reduzir o número de óbitos. Justiça seja feita: não fosse a iniciativa do governo de São Paulo e do Instituto Butantan, 80% das pessoas que receberam a vacina não estariam hoje vacinadas” - Wellington Dias, governador do Piauí – PT – O Estado de S. Paulo, 22-03-2021.
“Tudo aponta para um momento de reconciliação, que é o que os governadores estão fazendo. A realidade obriga a fazer isso” - Fernando Pimentel, ex-governador de Minas – PT – O Estado de S. Paulo, 22-03-2021.
“É preciso aproveitar esse raro momento de convergência política na oposição para articular um projeto que vá além da promessa de interrupção da esbórnia bolsonarista. Será um alívio não ter mais Bolsonaro na cadeira presidencial, é claro, mas quem vier a ocupá-la deve ser portador de um grande entendimento nacional para superar as condições que, em primeiro lugar, permitiram que Bolsonaro chegasse lá. A restauração da inteligência no governo e na política é fundamental, mas é apenas o primeiro passo da longa caminhada para reconstruir o País” – editorial “Só o antibolsonarismo não basta” – O Estado de S. Paulo, 22-03-2021.
"Não estão apenas desenvolvendo algoritmos, estão codificando sociedades e economias inteiras" - Yuval Noah Harari, historiador, dizendo que é ultrajante a sociedade exigir de um médico ou de um cientista cursos de ética para que possam se formar em universidades e não exigir o mesmo a programadores que estão modelando de forma brutal a sociedade atualmente – Portal Uol, 21-02-2021.
"Se não o fizermos, se falharmos no combate à pandemia, não é uma lei da natureza infalível. É porque sofremos uma total ausência de sabedoria política. Espero que isso nos faça entender o quanto somos responsáveis pelo nosso próprio futuro como espécie" - Yuval Noah Harari, historiador, afirmando que do ponto de vista científico, a humanidade nunca esteve tão apta a enfrentar esse desafio, uma vez que temos ao nosso alcance inúmeros recursos tecnológicos – portal Uol, 21-03-2021.
“Bolsonaro arranjou para a semana que vem uma reunião em que espera receber apoio da cúpula de Judiciário e Legislativo para criar um “gabinete de crise” da epidemia (vai ocupar a sala do gabinete do ódio?). Será uma farsa, faltando saber apenas o tamanho da presepada. Para que não o fosse, Bolsonaro teria de renunciar a si mesmo” – Vinicius Torres Freire, jornalista – Folha de S. Paulo, 21-03-2021.
“Em abril, começa a ser pago o auxílio emergencial. Há uma chance de estados e cidades conterem a explosão contínua de mortes na virada do mês, a tal estabilização do horror. Neste mundo sem Deus e em um país que aceita quase 3.000 mortes por dia, tudo é possível. O tombo da economia e os 100 mil cadáveres extras até o fim de abril já estão no preço da política e da elite” – Vinicius Torres Freire, jornalista – Folha de S. Paulo, 21-03-2021.
“Jair Bolsonaro pode ter suas razões ao achar que o isolamento social abala a economia. Com certeza, não há economia que ande direito se o presidente detona em menos de um mês os presidentes da Petrobras e do Banco do Brasil. Isso para não se falar na desidratação dos frentistas do Posto Ipiranga. Pelo menos quinze já foram embora” – Elio Gaspari, jornalista – Folha de S. Paulo, 21-03-2021.
“Governo impõe o paroxismo desvairado: dois ministros da Saúde e nenhum plano coerente para derrotar o vírus. O caminho adotado é o da derrota” - Moreira Franco, ex-ministro de Michel Temer – O Estado de S. Paulo, 22-03-2021.
“Brincadeiras em torno da homossexualidade, “golden shower”, palavrões, bravatas de virilidade, ilações sobre o tamanho do pênis alheio não são apenas traços da loucura do personagem, mas condição estrutural para que aceitemos a trivialização do acesso a armas. Aquilo que deveria ser percebido como um perigo para a própria pessoa é lido como falo potente, signo de narcisismo exibicionista e virilidade imaginariamente protetiva” - Christian Dunker, psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da USP – Folha de S. Paulo, 21-03-2021.
“Chegamos assim ao enfrentamento da pandemia de Covid-19 pelo bolsonarismo como outra grande aplicação do conceito de pulsão de morte, ou seja, como uma ferramenta para entender por que o aumento do sofrimento não incita em nós um movimento de transformação. Isso ocorre porque, no fundo de todo sintoma, há uma paradoxal forma de satisfação” - Christian Dunker, psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da USP – Folha de S. Paulo, 21-03-2021.
“A separação entre economia e saúde, com a qual o bolsonarismo enfrentou a crise sanitária, surge como um ótimo exemplo da dissociação invertida entre pulsão de morte e pulsão de vida, com o agravante cruel de que a vida está do lado da economia, não do corpo real das pessoas. Temos então a necropolítica tornada oposta à biopolítica. Nada poderia exemplificar melhor os perigos da dissociação entre pulsão de morte e pulsão de vida. A indiferença diante da perda de vidas é mitigada por números, curvas e interesses” - Christian Dunker, psicanalista e professor titular do Instituto de Psicologia da USP – Folha de S. Paulo, 21-03-2021.
“A contração da economia afetou desproporcionalmente trabalhadores mais pobres e vulneráveis, com uma queda de 10,5% no número de trabalhadores informais empregados, aproximadamente duas vezes a queda proporcional no número de trabalhadores formais empregados” – Manifesto de quase 200 economistas, entre eles, os ex-ministros da Fazenda Pedro Malan, Marcílio Marques Moreira, Maílson da Nóbrega e Ruben Ricupero, os ex-presidentes do Banco Central Arminio Fraga, Gustavo Loyola, Pérsio Arida, Ilan Goldfajn e Affonso Celso Pastore e nomes ligados ao mercado financeiro, como o presidente do Credit Suisse, José Olympio Pereira, e o conselheiro do Itaú Unibanco, Pedro Moreira Salles – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“Esta recessão, assim como suas consequências sociais nefastas, foi causada pela pandemia e não será superada enquanto a pandemia não for controlada por uma atuação competente do governo federal. Este subutiliza ou utiliza mal os recursos de que dispõe, inclusive por ignorar ou negligenciar a evidência científica no desenho das ações para lidar com a pandemia. Sabemos que a saída definitiva da crise requer a vacinação em massa da população. Infelizmente, estamos atrasados. Em torno de 5% da população recebeu ao menos uma dose de vacina, o que nos coloca na 45ª posição no ranking mundial de doses aplicadas por habitante” – Manifesto de quase 200 economistas – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“Vacinas são relativamente baratas face ao custo que a pandemia impõe à sociedade. Os recursos federais para compra de vacinas somam R$ 22 bilhões, uma pequena fração dos R$ 327 bilhões desembolsados nos programas de auxílio emergencial e manutenção do emprego no ano de 2020. Vacinas têm um benefício privado e social elevado, e um custo total comparativamente baixo. Poderíamos estar em melhor situação, o Brasil tem infraestrutura para isso. Em 1992, conseguimos vacinar 48 milhões de crianças contra o sarampo em apenas um mês” – Manifesto de quase 200 economistas – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“A falta de vacinas é o principal gargalo. Impressiona a negligência com as aquisições, dado que, desde o início da pandemia, foram desembolsados R$ 528,3 bilhões em medidas de combate à pandemia, incluindo os custos adicionais de saúde e gastos para mitigação da deteriorada situação econômica. A redução do nível da atividade nos custou uma perda de arrecadação tributária apenas no âmbito federal de 6,9%, aproximadamente R$ 58 bilhões, e o atraso na vacinação irá custar em termos de produto ou renda não gerada nada menos do que estimados R$ 131,4 bilhões em 2021, supondo uma recuperação retardatária em 2 trimestres” – Manifesto de quase 200 economistas – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“Estamos no limiar de uma fase explosiva da pandemia e é fundamental que a partir de agora as políticas públicas sejam alicerçadas em dados, informações confiáveis e evidência científica. Não há mais tempo para perder em debates estéreis e notícias falsas. Precisamos nos guiar pelas experiências bem-sucedidas, por ações de baixo custo e alto impacto, por iniciativas que possam reverter de fato a situação sem precedentes que o país vive” – Manifesto de quase 200 economistas – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“O país pode se sair melhor se perseguimos uma agenda responsável. O país tem pressa; o país quer seriedade com a coisa pública; o país está cansado de ideias fora do lugar, palavras inconsequentes, ações erradas ou tardias. O Brasil exige respeito” – Manifesto de quase 200 economistas – O Estado de S. Paulo, 21-03-2021.
“Precisamos criar um programa complementar de renda de longo prazo aos mais necessitados. Não se está fazendo favor, simplesmente. Não está se dando esmola para ninguém. Estamos fazendo um programa social de resgate do cidadão que hoje está no desespero” - Elvaristo do Amaral, líder do “Movimento Convergência Brasil” que tem como apoiadores, entre outros, Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração do Grupo Gerdau, Hélio Magalhães, ex-presidente do Citi e presidente do conselho de administração do Banco do Brasil, Helena Nader, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo, e Fabio Barbosa, membro do Conselho das Nações Unidas, entre outros empresários e personalidades – O Estado de S. Paulo, 22-03-2021.
“A criação de uma renda básica para os mais vulneráveis será altamente benéfica para toda a sociedade, inclusive para os empresários. Uma renda complementar de caráter permanente gradualmente vai sendo incorporada ao mercado consumidor, e os empresários muito corretamente estão dispostos a produzir. Isso gera mais crescimento, mais emprego” - Elvaristo do Amaral, líder do “Movimento Convergência Brasil” que tem como apoiadores, entre outros, Luiza Helena Trajano, presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Jorge Gerdau Johannpeter, presidente do conselho de administração do Grupo Gerdau, Hélio Magalhães, ex-presidente do Citi e presidente do conselho de administração do Banco do Brasil, Helena Nader, vice-presidente da Academia Brasileira de Ciências, Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo, e Fabio Barbosa, membro do Conselho das Nações Unidas, entre outros empresários e personalidades – O Estado de S. Paulo, 22-03-2021.