Um pontificado pós-covid

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04 Setembro 2020

"Um pontífice que antes mesmo do lockdown havia esgotado as surpresas, que já introduziu muitas das inovações que poderia introduzir, que está agora com 83 anos, o que ainda poderia inventar? Talvez nada, efetivamente, e portanto tudo", escreve Iacopo Scaramuzzi, em artigo publicado por Gazzetta Santa Marta - Jesus, revista italiana, 03-09-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

O verdadeiro debate que vem ocorrendo no Vaticano nos últimos meses, tanto velado quanto evidente, não raramente temperado com malícia, é se o coronavírus tenha antecipadamente encerrado o pontificado de Francisco. E certamente o papa da "Igreja em saída", o pontífice que adora olhar para São Pedro das periferias, o homem escolhido no "fim do mundo" para fazer desmoronar a corte romana só pode se sentir "engaiolado", como ele mesmo admitiu, por uma pandemia. E certamente um pastor que, desmentindo as previsões do início, viajou para países nunca visitados por seus predecessores, só pode sofrer por se encontrar confinado dentro das paredes do menor estado do mundo. E, além disso, um pontífice que antes mesmo do lockdown havia esgotado as surpresas, que já introduziu muitas das inovações que poderia introduzir, que está agora com 83 anos, o que ainda poderia inventar? Talvez nada, efetivamente, e portanto tudo.

Um novo ciclo de catequese nas audiências de quarta-feira explorará o mundo que se vislumbra depois, ou melhor, junto, da pandemia: será uma análise rica, mas Laudato si' e Evangelii Gaudium são dois textos já proféticos o suficiente para não deixar muito espaço para uma nova intervenção magisterial. Jorge Mario Bergoglio, porém, dá o melhor de si nos momentos de crise.

Quando está acuado no canto, tira da cartola uma saída de mestre. E enquanto todos esperam novas iniciativas pirotécnicas, poderia arquivar a pars destruens que apaixonou torcedores e adversários da primeira hora. E iniciar a segunda fase do pontificado. A pars costruens. A finalização após as reviravoltas, a consolidação após o desmonte, a colheita após a semeadura. E tornar a reforma bergogliana talvez menos espetacular, mas mais irreversível.

 

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