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América Latina. Mulheres contra o machismo

Foto: lunita lu | Flickr CC

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09 Março 2020

"Com o tempo, toda abominação e infâmia se tornam um clichê ou um lugar-comum literário, e a definição misógina dos sexos logo se tornou parte da cultura popular mexicana, dos corridos dos mariachis às convenções das novelas. Mas a diluição dessas atitudes em canções e séries de TV não influencia nem impede que sejam implementadas na vida cotidiana. As estatísticas são assustadoras: as autoridades falam que 3.800 mulheres foram assassinadas no México em 2019. É urgente intervir", escreve Alberto Manguel, em artigo publicado por La Repubblica, 07-03-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Eis o artigo.

No final do século XVII, trancada em um convento na Cidade do México, uma freira inspirada escreveu um poema em que acusava os homens de provocar as mulheres a cometer pecados pelos quais depois eles as culpavam.

O cuál es más de culpar,
aunque cualquiera mal haga, perguntada com sabedoria retórica, ¿la que peca por la paga
o el que paga por pecar?

(Ou quem é mais culpado
ainda que ambos tenham errado:
quem peca por ser paga / ou quem paga para pecar?)

A irmã Juana Inés de la Cruz identificava com precisão a relação paradoxal dos homens com as mulheres como uma relação de poder. Sua poesia termina assim:

Bien con muchas armas fundo
que lidia vuestra arrogancia,
pue en promesa e instancia
juntáis diablo, carne y mundo

(Eu muitos argumentos fundo
contra vossas arrogâncias:
já que unis, em promessas e instâncias
inferno, carne e mundo).

Numa sociedade patriarcal, qualquer um que não tenha pênis é considerada naturalmente inferior (essas são as raízes de uma sociedade à qual as mulheres latino-americanas agora reagem: do México à Argentina, uma onda de protestos e manifestações em defesa de seus direitos, ndr). Octavio Paz, em sua famosa dissecção da sociedade mexicana, O labirinto da solidão, defende que esse paradigma encontra confirmação no espanhol que se fala no México e que o verbo chingar, que significa quebrar, destruir, tem conotações sexuais, mas não é sinônimo de ato sexual. "Você pode chingar uma mulher sem realmente possuí-la", observa Paz. “E quando se refere ao ato sexual, o verbo tem um viés específico de estupro, de engano. O homem que o comete nunca o faz com o consentimento da mulher que está sendo chingada. Chingar, portanto, é usar de violência contra o outro. É um verbo masculino, ativo, cruel: ofende, machuca, deixa marcas, desonra. E provoca uma satisfação amarga rancorosa”.

Paz usa essa conotação para denotar as primeiras tomadas de consciência da identidade mexicana. "A chingada é uma representação da Mãe violada", escreve ele, "e é lógico associá-la à Conquista, que por sua vez foi um estupro, não apenas no sentido histórico, mas também na própria carne das mulheres índias". Segundo Paz, o símbolo desse estupro é Dona Malinche, a amante de Cortés, que atuava como tradutora em seus encontros com os indígenas, exemplo máximo do tradutor traidor. Nossas sociedades parecem se conformar a uma série de preconceitos arraigados que tomaram forma nos séculos para proteger e favorecer as ambições de certos grupos de poder: o racismo justificava a escravidão, a misoginia justificava a degradação das mulheres. A misoginia em suas várias encarnações definia a relação dos conquistadores europeus com o território e seus habitantes.

Os séculos XVI e XVII consideravam que as mulheres eram um bem móvel, como os escravos e o gado. Don Juan, em sua primeira encarnação mexicana, na homônima comédia de Tirso de Molina, simplesmente quer conquistar todo o leque do status social feminino: sua lista inclui a aristocrática Isabela, a pescadora Tisbeia, a nobre Dona Ana, a camponesa Aminta. O catálogo recitado pelo servo do protagonista Leporelo, no Don Juan de Mozart e Da Ponte, é ainda mais longo.

As mulheres são coisas para colecionar, chingar e depois jogar fora. A história da misoginia anda de mãos dadas com a história das caricaturas da misoginia, desde o machão bigodudo e prepotente até a prostituta de bom coração que ele ama e depois abandona. Com o tempo, toda abominação e infâmia se tornam um clichê ou um lugar-comum literário, e a definição misógina dos sexos logo se tornou parte da cultura popular mexicana, dos corridos dos mariachis às convenções das novelas. Mas a diluição dessas atitudes em canções e séries de TV não influencia nem impede que sejam implementadas na vida cotidiana. As estatísticas são assustadoras: as autoridades falam que 3.800 mulheres foram assassinadas no México em 2019. É urgente intervir.

O feminismo reivindica seu papel desde que Lisístrata lançou o primeiro movimento de protesto feminino, mas desde então não houve grandes mudanças no equilíbrio de poder entre os dois sexos. O estupro de Filomela e Lucrécia entrou na consciência aculturada do Ocidente, mas apesar da consciência existente hoje, 80% das garotas e mulheres que tentam entrar nos Estados Unidos são sistematicamente estupradas, com a aquiescência do poder feminista norte-americano. A ajuda não virá do norte, onde as crianças são arrancadas dos braços dos pais que desafiam as proibições burocráticas para tentar salvá-las da violência social e são jogadas pelas autoridades estadunidenses em campos de concentração.

O México deve mudar perspectivas e vocabulário se quiser mudar o esquema mental da sociedade. Então, talvez, poderá esperar que crie raízes entre seus cidadãos algum tipo de igualdade, contra a arrogância patriarcal que denunciava a irmã Juana.

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