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Bolívia. A análise de Slavoj Žižek sobre o golpe

Assembleia Legislativa da Bolívia | Foto: Rodrigo Achá - Wikimedia Commons

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19 Novembro 2019

Se deixarmos de lado o possível papel do lítio no golpe, a grande questão é: por que a Bolívia representa, por mais de uma década, um incômodo tão grande ao establishment liberal ocidental? O motivo é muito peculiar.

A análise é de análise de Slavoj Žižek, filósofo, psicanalista e um dos principais teóricos contemporâneos, publicada por blog da Boitempo, 18-11-2019.

Eis o artigo.

Embora eu seja por mais de uma década um firme apoiador de Evo Morales, devo admitir que, depois de ter lido sobre a confusão que se seguiu a controversa vitória eleitoral de Morales, fiquei mergulhado em dúvidas… Teria ele também sucumbido à tentação autoritária, como ocorreu com muitos esquerdistas radicais no poder? Contudo, depois de um ou dois dias, as coisas logo ficaram claras.

Brandindo uma enorme Bíblia encadernada em couro e se autoproclamando presidente interina da Bolívia, Jeanine Añes, a segunda vice-presidente do Senado declarou: “A Bíblia retornou ao palácio do governo.” E emendou: “Queremos ser uma ferramenta democrática de inclusão e unidade”. O recém-empossado gabinete de transição, contudo, não continha uma única pessoa indígena. E isso já diz tudo. Embora a maioria da população da Bolívia seja composta de indígenas ou mestiços, até a ascensão de Morales esses setores eram efetivamente excluídos da vida política, reduzidos à maioria silenciosa daqueles que fazem seu trabalho sujo nas sombras. O que aconteceu com Morales foi o despertar político dessa maioria silenciosa que não se enquadrava na rede de relações capitalistas. Não eram ainda proletários no sentido moderno, permaneciam imersos em suas identidades sociais tribais pré-modernas – foi assim que Álvaro García Linera, o vice de Morales, descreveu a situação:

“Na Bolívia, a comida era produzida por agricultores indígenas, prédios e casas eram construídas por trabalhadores indígenas, as ruas eram limpas por pessoas indígenas, e a elite e as classes médias encarregava a eles o cuidado de seus filhos. No entanto, a esquerda tradicional parecia cega para isso e se ocupava somente com trabalhadores na grande indústria, dando pouca atenção à identidade étnica desses sujeitos” — Álvaro Garcia Linera, em entrevista a Marcello Musto para a Truth Out, 9 nov. 2019.

Para compreendê-los, precisamos incorporar nesse quadro o peso histórico da condição deles: essas pessoas são os sobreviventes de possivelmente o maior holocausto da história da humanidade, a obliteração das comunidades indígenas pela colonização espanhola e inglesa das Américas.

A expressão religiosa do estatuto pré-moderno deles é a combinação única entre catolicismo e a crença na Pacha Mama, a figura da Mãe Terra. É por isso que, embora Morales tenha se declarado católico, na Constituição Boliviana vigente (promulgada em 2009), a Igreja Católica Romana perdeu seu status oficial. No artigo quarto do documento lê-se: “O Estado respeita e garante a liberdade de religião e de crenças religiosas, conforma as cosmovisões de cada indivíduo. O Estado é independente da religião.” É contra essa afirmação da cultura indígena que o gesto de Añez de exibir a Bíblia é direcionado. A mensagem é clara: uma afirmação aberta de supremacismo religioso branco, e uma tentativa não menos aberta de colocar a maioria silenciosa de volta a seu devido lugar de subordinação. Do México, onde atualmente encontra-se exilado, Morales já apelou ao Papa para que intervenha. A reação do pontífice vai nos dizer muito. Será que Francisco reagirá como um verdadeiro cristão e rejeitará de maneira firme a re-catolicização forçada da Bolívia como aquilo que ela realmente é, a saber, como uma jogada política de poder que trai o núcleo emancipatório do cristianismo?

Se deixarmos de lado o possível papel do lítio no golpe (a Bolívia possui grandes reservas de lítio, matéria-prima das baterias dos carros elétricos), a grande questão é: por que a Bolívia representa, por mais de uma década, um incômodo tão grande ao establishment liberal ocidental? O motivo é muito peculiar: o fato surpreendente de que o despertar político do tribalismo pré-moderno na Bolívia não resultou em uma nova versão do Sendero Luminoso ou do show de horrores do Khmer Rouge. O governo Morales não se enquadra na história conhecida da esquerda radical que, ao tomar o poder, estragou tudo econômica e politicamente, gerando pobreza e passou a manter seu poder por meio de medidas autoritárias. Uma prova do caráter não-autoritário do governo Morales é que ele não expurgou militares e forças policiais de seus opositores (razão pela qual eles se voltaram contra ele).

Morales e seus seguidores, é claro, não eram perfeitos: eles cometeram erros, havia conflitos de interesse no interior de seu movimento. No entanto, o balanço geral é realmente impressionante. Morales não era Chávez, ele não dispunha de recursos do petróleo para debelar seus problemas, de forma que seu governo precisou realizar um trabalho duro e paciente de resolução de problemas no país mais pobre da América Latina. O resultado não foi nada menos do que milagroso: a economia deslanchou, os índices de pobreza caíram e a saúde pública melhorou – e tudo isso garantindo que as instituições democráticas tão caras aos liberais continuaram funcionando. O governo Morales manteve um equilíbrio delicado entre formas indígenas de atividade comunal e política moderna, lutando simultaneamente por tradição e pautas como os direitos das mulheres.

Para que seja contada a história inteira do golpe na Bolívia, precisamos de um novo Assange parra trazer à tona documentos secretos relevantes. O que é possível ver agora é que foi precisamente por terem sido bem-sucedidos que Morales, Linera e seus seguidores representavam um incômodo tão grande ao establishment liberal: por mais de uma década a esquerda radical esteve no poder na Bolívia e o país não “virou uma Cuba ou uma Venezuela”. O socialismo democrático é possível.

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