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A caravana

caminhada. | Foto: Daniel Case, Wikipédia

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12 Dezembro 2018

"Aos poucos, organizou-se a marcha. De início, alguns pares de pés abriram o caminho. Mas logo se juntaram outros, e depois outros, famílias inteiras, cada vez mais numerosas, às dezenas, centenas, milhares. Não raro o rumor dos passos sobre a estrada cobria as vozes dos peregrinos, mas o entusiasmo animava uns e outras. Pelas ruas e estradas, pessoas e grupos converteram-se numa grande multidão", escreve Alfredo J. Gonçalves, padre carlista e assessor das Pastorais Sociais.

Eis o artigo. 

Primeiro nasceu o sonho. Engendrado no fundo ignoto e obscuro dos tempos, tinha raízes em épocas pré-históricas, primordiais. Vinha dos antepassados mais antigos, conhecidos apenas pelo nome ou pelos mitos. Como todo sonho, brotou e cresceu teimoso a partir de um solo estéril e hostil. A terra se recusava a produzir o pão. Dia e noite, a fome roncava no estômago e debilitava as forças. Temendo os olhares cruzados, os adultos permaneciam agachados, silenciosos e taciturnos. Curvados como se a vergonha lhes pesasse sobre os ombros, a face vergada sobre o chão. As crianças refletiam a pobreza das famílias. Com olhos tão grandes quanto a carestia que morava neles, não choravam. Mas tampouco sorriam e brincavam. O cotidiano parecia insosso, sem sabor, faltava-lhe o tempero. Impossível combater um inimigo que não mostra o rosto. Daqui e dali, começaram a surgir vozes. Sussurradas a princípio, depois livres e soltas nas asas do vento. Uma novidade. Para além das montanhas e da fronteira existe uma terra fecunda.

Então, de boca em boca e de ouvido em ouvido, forjou-se a esperança. Um olhar diferente, um gesto, uma palavra, uma visita – algo inusitado se levantava do chão. Homens e mulheres, de rostos há muito apagados, iluminaram-se de um brilho novo. Antes vacilantes, agora os joelhos desdobraram-se, as pernas se levantaram sobre si mesmas. Ergueram-se as cabeças, apontadas para o horizonte. Meninos e meninas voltaram a correr e a pular, ouvia-se enfim sua algazarra que já parecia extinta. Ainda tímidos, mas com coragem crescente, os jovens procuravam-se, apaixonavam-se, e em silêncio puseram-se a construir castelos para o futuro. A incerteza e a inquietude cederam lugar a uma chama acesa. Pequena e titubeante, sem dúvida, mas que alargava o raio de luz diante de seus passos. Os corações batiam com energia redobrada, as mãos se buscavam, os braços se entrelaçavam em uma única corrente.

Aos poucos, organizou-se a marcha. De início, alguns pares de pés abriram o caminho. Mas logo se juntaram outros, e depois outros, famílias inteiras, cada vez mais numerosas, às dezenas, centenas, milhares. Não raro o rumor dos passos sobre a estrada cobria as vozes dos peregrinos, mas o entusiasmo animava uns e outras. Pelas ruas e estradas, pessoas e grupos converteram-se numa grande multidão. Esta, cada vez mais compacta e colorida, avançava a um passo ritmado, como um organismo vivo. Sedenta e faminta, devorava quilômetro após quilômetro, ultrapassando aldeias, povoados, cidades. Faixas e bandeiras, slogans e cantos, crianças, jovens, adultos e idosos – conferiam-lhe uma imagem, ao mesmo tempo, pacífica e combativa. Seguindo uma espécie de bússola dos tempos, a exemplo dos pássaros e da brisa, a multidão rumava em direção ao norte. Com o passar dos dias e das semanas, o cansaço tomava-lhes os membros, fazia-se notar. Mas a firmeza, a disciplina e a determinação a mantinha alerta.

À medida que avançava, a multidão chama pela solidariedade. Passo a passo, reabriam-se e reavivavam-se feridas históricas, herdadas de pai para filho, estruturais. Outras provinham dos golpes sofridos pela longa caminhada. Perdas, separação, solidão, desilusões e saudades cresciam na exata proporção em que as pessoas se aproximavam do objetivo. Dos campos, vilas e cidades, as pessoas irmanavam-se para estender a mão. Despertada a sensibilidade, muitos deixaram o próprio egoísmo e a própria casa. Traziam água, alimento, calçado, roupa para o frio, algum brinquedo para as crianças... Porém traziam, de maneira particular, olhares cheios de compreensão, palavras de estímulo e incentivo, gestos de apoio, toques de quem conhece a dor, o sofrimento e o amor. O sentimento de acolhida fez surgir, aqui e acolá, lugares de abrigo e de alojamento. Improvisados, provisórios e temporários, evidentemente, mas que permitiam aos viajantes recuperar as forças para retomar a caminhada. Mesmo a um passo cada vez mais lento, tomado pelo peso de inúmeras interrogações, aquele organismo vivo feito de milhares de cabeças, prosseguia.

Entretanto, no horizonte dos forasteiros apareceu o muro. “No meio do caminho tinha uma pedra...”, diz o poeta C. D. de Andrade. A um passo da terra desejada, limite entre a realidade e a utopia, erguia-se o monstro de cimento e metal. Alto, com arame farpado, tomado pelos militares, intransponível. Irônica e estridente eloquência! Escancara as divisões, assimetrias e injustiças entre pessoas, países, regiões, povos e culturas... Ao mesmo tempo, porém, expressa a urgente necessidade de destruir todas as fronteiras que dividem os “de dentro” e os “de fora”, os “nossos” e os “outros”, os “cidadãos” e os “estrangeiros”. Expressa também a importância de buscar alternativas à tirania e à opressão, ao acúmulo de riqueza como contraface da exclusão social. E expressa, ainda, a gigantesca tarefa de recriar as relações nacionais, regionais e internacionais, em vista de uma cidadania universal, como sinal do Reino definitivo.

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