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México. Tepito, morada do altar a Santa Muerte, vota no domingo

Fonte: Wikimedia Commons

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27 Junho 2018

Deveria ser chamado República Independente de Tepito. Comparado a este bairro popular de Cidade do México, qualquer outro labirinto do planeta é uma alegoria esgotada. Tepito é infinito e perigoso. As barracas de rua onde se vende todo o inimaginável se desdobram em uma renovada enredadeira de ruelas sob a suspeita vigilância do crime organizado e seu principal braço ativo, A União de Tepito.

A reportagem é de Eduardo Febbro, publicada por Página/12, 26-06-2018. A tradução é do Cepat.

Nasceu em fins dos anos 1990, sob o juramento de “proteger a gente” desta região que todos conhecem como o “Bairro Bravo” da capital. Cobram pela segurança de cada centímetro quadrado e são os amos do tráfico de mercadorias. Protegem os vendedores e os próprios compradores em troca de uma cota mensal. Seu território resguardado é destacado com um selo bem visível nos comércios. Uma espécie de “aqui não se rouba”.

Seu suposto fundador e líder, Francisco Javier Hernández, alcunhado “Pancho Cayagua”, foi assassinado há mais de um ano na capital mexicana. Há alguns meses, apareceu morto Jorge N, chamado como Rei Pirata. Senhor Jorge N era o patrão da distribuição de sapatos e tênis sem marca nos mercados de Tepito. Teve a sorte daqueles que denunciam A União de Tepito por extorsão, negam-se a pagar a “taxa protetora” ou roubam duas vezes onde não se pode.

Tepito é um mito, uma realidade de bairro que também vota e a morada do altar da Santa Muerte. A grande senhora regula a fé dos que não têm nada, daqueles que não acreditam na igreja dos ricos ou daqueles que comparecem para pedir sua proteção antes de se submergir nas sombras. “Dona Queta” é a alma terrestre do lugar. A mulher de mais de 70 anos fala com a autoridade de uma ministra em funções. Não busca fazer com que entendam o que significa a fé na Santa Muerte. Apenas explica com tom sagaz que essa Muerte não está acima de tudo. “Para nós, primeiro Deus, depois a virgenzinha de Guadalupe, São Judas Tadeu e minha Menina Branca”, disse com olhos intensos que não chegam a ocultar a dor que mudou sua vida quando, em meados de 2016, assassinaram seu marido, Raymundo Romero. “Dona Queta” fez história porque foi a primeira mulher mexicana que reivindicou o culto à Santa Muerte, quando levantou um modesto altar na própria porta de sua casa.

Hoje, milhares de pessoas vêm para pedir proteção, trabalho, saúde, amor e “paz para o México, porque se México não está em paz, tampouco nós temos segurança”, diz Herminia, uma devota da Santa Muerte que veio de muito longe até Tepito. Seu acompanhante, senhor Ricardo, ajoelha-se em silêncio diante da imagem da Santa e fica um tempo compenetrado com essa imagem da morte que espantaria qualquer pessoa que não pertença a esta delicada e polifônica cultura mexicana. Senhor Ricardo se levanta respeitosamente e diz, com voz muito baixa: “também lhe pedi por AMLO, para que cumpra seu destino e melhore assim o mero nosso”.

AMLO: Andrés Manuel López Obrador, o candidato do camaleônico movimento Morena, também arrasa nestes bairros de pobreza, trabalho e violência. Tepito, Doctores e Colônia Buenos Aires são o México real e não este absurdo e inexistente “México escandinavo” que a propaganda política contra López Obrador vende com uma mensagem absurda que circula nas redes sociais: “Desfrutando das últimas semanas do MÉXICO escandinavo, antes da venezuelização”. Não existe nenhum México escandinavo. Há um México muito endinheirado, cuja burguesia goza de uma impunidade aterradora e este país majoritário de violência, corrupção, trabalho e exploração. Tepito é uma grande janela a essa sociedade de excluídos, encurralada entre o crime organizado, a cumplicidade policial e a pobreza. Não são necessários números oficiais para a entender, nem para a sentir até a emoção em cada poro da pele.

O México da Santa Muerte, de Judas Tadeu (santo das causas perdidas), de Malverde (Patrono dos ladrões) e de Rodolfo Guzmán, alcunhado O Santo, o personagem da luta livre mais célebre da história, é o país onde vive Hernán. O homem de uma juventude otimista trabalha em um dos restaurantes de luxo do opulento bairro de Polanco. Sorri como se acabasse de ganhar a loteria, mas sua vida é extrema. “Sou um lutador sem máscara”, diz com resignação. Sua luta está desnudada no quadrilátero social. Entre 14 e 15 horas de trabalho, seis dias por semana, e um trajeto de sua casa ao trabalho que lhe consome cinco horas de transporte diários, entre ida e volta. São 20 horas no total e “um pouquinho de tempo para dormir”.

O México é um Tepito estendido, onde se sobrevive a golpes de perigo e sacrifício e dignidade. O que está em jogo é muito, tão profundo como o rio de mortos que foi deixando uma campanha eleitoral durante na qual as pesquisas antecipam uma avultada vantagem a Andrés Manuel López Obrador, diante de seus dois adversários, José Antonio Meade (Todos pelo México, coalizão onde manda o PRI) e Ricardo Anaya (Pelo México à Frente, coalizão liderada pelo PAN). Nos últimos 9 meses, foram assassinados 122 candidatos ou aspirantes, prefeitos e ex-prefeitos. O ano de 2017 foi também o mais violento da história contemporânea: a porcentagem chegou a 20 homicídios para cada 100.000 habitantes. Só no mês de maio foram contabilizados 2.890 homicídios, o que significa uns 92 por dia. Houve 12 jornalistas assassinados em 2017, 4 desde que começou 2018.

“Alguém terá que consertar isto. Os outros, o PRI e o PAN (ambos partidos de governo) não puderam. Caberá ao ‘peje’ (apelido de López Obrador) se ocupar de uma vez”, diz Hernán. No entanto, durante a campanha, ninguém falou deste tema com propostas sérias sobre a mesa. Tantos mortos e violência voaram em silêncio sobre as plataformas dos candidatos. O México morre e não aguenta mais. Esse é, em definitivo, o ímã de Manuel López Obrador: não é de esquerda, como dizem os otimistas, muito mais de centro-direita que apelou ao nacionalismo revolucionário e, diante de tanta solidão, injustiças e desesperança, tornou-se um ato de fé.

Como dizia Dona Queta nas portas do Altar da Santa Muerte: “se você tem fé, entende, caso contrário, não vale a pena explicar muito”. AMLO é, em definitivo, a fé em que poderia haver algo a mais por trás deste mistério submerso na impunidade que é a expansão contínua da injustiça, violência e morte. Um ato de fé que tomou corpo depois que os dois partidos, o PRI e depois o PAN - em 2000 encarnou uma decepcionante transição -, desencantaram imensos setores da sociedade. AMLO não se impôs como uma opção política consciente, mas, sim, como uma evidência de que seria necessário provar outra coisa para que o México deixe de ser um cemitério infinito.

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