Um convite a pensar, ver e agir de outro modo

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19 Janeiro 2024

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 1,14-20 que corresponde ao 3º Domingo do Tempo Comum, ciclo B do Ano Litúrgico. O comentário é elaborado por Ana Maria Casarotti, Missionária de Cristo Ressuscitado.

14 Depois que João Batista foi preso, Jesus foi para a Galileia, pregando o Evangelho de Deus e dizendo: 15 “O tempo já se completou e o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede no Evangelho!”
16 E, passando à beira do mar da Galileia, Jesus viu Simão e André, seu irmão, que lançavam a rede ao mar, pois eram pescadores.
17 Jesus lhes disse: “Segui-me e eu farei de vós pescadores de homens”.
18 E eles, deixando imediatamente as redes, seguiram a Jesus.
19 Caminhando mais um pouco, viu também Tiago e João, filhos de Zebedeu. Estavam na barca, consertando as redes; 20 e logo os chamou. Eles deixaram seu pai Zebedeu na barca com os empregados, e partiram, seguindo Jesus.

Neste terceiro domingo do Tempo Comum, a liturgia nos convida a continuar a leitura do Evangelho de Marcos. Jesus fica sabendo que seu amigo João - que era a Voz que clamava no deserto - foi preso por Herodes e decide voltar para a Galileia. Esse retorno à Galileia não é simplesmente um retorno à sua terra natal, mas tem um objetivo muito claro: proclamar a Boa Nova de Deus.

Para isso, é necessário ouvir o clamor que subjaz nas profundezas de sua jornada histórica, sentir a necessidade imperiosa de algo novo, de um sopro de vida para a chama que arde e que, às vezes, está prestes a se extinguir. No decorrer da história de cada povo e comunidade humana, as mudanças são continuamente esperadas, às vezes talvez um pouco mágicas ou repentinas, e há um anseio por boas notícias que estimulem a esperança.

Mudanças que transformam, que derrubam estruturas antigas, que dão origem a uma nova vida.

Jesus diz: "O Reino de Deus está próximo". Sua palavra é cheia de esperança porque o Reino de Deus já está em nosso meio. Durante seu ministério, Jesus não define o Reino de Deus, mas o dá a conhecer por meio de parábolas que sempre se abrem a um novo conhecimento que envolve a todos e a todas além do tempo e do lugar em que foram contadas. No texto deste domingo, Jesus nos dirá que esse Reino está próximo de nós e que, para reconhecê-lo, precisamos nos converter e acreditar na Boa Nova.

Neste terceiro domingo do Tempo Comum, a liturgia nos convida a continuar a leitura do Evangelho de Marcos. Jesus fica sabendo que seu amigo João - que era a Voz que clamava no deserto - foi preso por Herodes e decide voltar para a Galileia. Esse retorno à Galileia não é simplesmente um retorno à sua terra natal, mas tem um objetivo muito claro: proclamar a Boa Nova de Deus.  

Em primeiro lugar, o Evangelho enfatiza que "O tempo já se cumpriu". É o tempo proclamado pelos profetas durante séculos, o tempo de salvação esperado pelo povo de Israel. Jesus não anuncia calamidades ou apresenta punições para aqueles que não cumprem determinadas regras. Pelo contrário, ele nos convida a reconhecer, no presente, que estamos vivendo nesse tempo tão esperado e anunciado. O que esse tempo significa para a vida de nossos povos, de nossas comunidades? Como podemos reconhecê-lo?

Para isso, é necessário ouvir o clamor que subjaz nas profundezas de sua jornada histórica, sentir a necessidade imperiosa de algo novo, de um sopro de vida para a chama que arde e que, às vezes, está prestes a se extinguir. No decorrer da história de cada povo e comunidade humana, as mudanças são continuamente esperadas, às vezes talvez um pouco mágicas ou repentinas, e há um anseio por boas notícias que estimulem a esperança. Mudanças que transformam, que derrubam estruturas antigas, que dão origem a uma nova vida.

Jesus diz: "O Reino de Deus está próximo". Sua palavra é cheia de esperança porque o Reino de Deus já está em nosso meio. Durante seu ministério, Jesus não define o Reino de Deus, mas o dá a conhecer por meio de parábolas que sempre se abrem a um novo conhecimento que envolve a todos e a todas além do tempo e do lugar em que foram contadas. No texto deste domingo, Jesus nos dirá que esse Reino está próximo de nós e que, para reconhecê-lo, precisamos nos converter e acreditar na Boa Nova.

A palavra conversão foi mal compreendida por muito tempo, pois era aplicada a uma atitude de mudança individual e geralmente moral ou religiosa. Mas a palavra conversão, traduzida do grego metanoia, tem um significado muito mais amplo: é um convite para mudar a maneira de pensar, sentir e viver.

"Convertam-se e acreditem na Boa Notícia".

Juntamente com essa mudança de vida (conversão), Jesus nos convida a acreditar na Boa Nova! Não é possível acreditar na novidade do Reino sem uma mudança profunda e interior que tome conta de toda a pessoa e também da vida e do coração de toda comunidade cristã. Acreditar é aderir a Jesus, à sua mensagem, e assim sua palavra se torna uma Boa Nova!

Jesus ainda está na Galileia e o relato do Evangelho nos diz que "Ao passar pela margem do mar da Galileia, Jesus viu Simão e seu filho André, que estavam pescando no mar, pois eram pescadores. Jesus lhes disse: "Sigam-me, e eu farei com que vocês se tornem pescadores de homens".

É um texto que foi rapidamente interpretado como o chamado de Jesus aos discípulos, rapidamente identificados como aqueles que escolhem segui-lo como seus discípulos por meio do ministério sacerdotal. É um olhar que reduz o conteúdo desse convite de Jesus para seguir essas pessoas que estão vivendo sua rotina, sua vida diária: são pescadores e estão realizando sua tarefa habitual: pescar às margens do Mar da Galileia.

Nesse lago da Galileia, certamente não é a primeira vez que Jesus vê esses pescadores. No entanto, nesse momento, seu olhar tem uma conotação diferente. Ele os vê e os chama para segui-lo. E eles respondem a esse olhar com um chamado para ir com ele.

Jesus não se apresenta como apenas mais um professor que tem discípulos a quem ensina. Ele é um professor itinerante que entra na vida de cada pessoa em sua vida diária e em suas ações cotidianas. E lá ele nos convida a segui-lo. Segui-lo não significa aprender dogmas, conhecimentos ou novas instruções, mas implica permitir-se ser transformado por sua maneira de pensar, agir e viver. Segui-lo de tal forma que ele molde nosso modo de ser e de viver, a fim de deixá-lo brilhar em nossa vida. Como diz São Paulo: não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim.

Fazemos nossas as palavras do Papa Francisco e o desafio que ele nos apresenta: "Todos nós somos pecadores, todos cometemos pecados. Chamando Mateus, Jesus mostra aos pecadores que não tem em consideração o passado deles, nem a sua condição social, nem sequer as convenções exteriores mas, ao contrário, abre-lhes um novo futuro. (...) A Igreja não é uma comunidade de pessoas perfeitas, mas de discípulos a caminho, que seguem o Senhor porque se reconhecem pecadores e necessitados do seu perdão. Por conseguinte, a vida cristã é escola de humildade que nos abre à graça".

O texto do Evangelho de Marcos nos convida a nos perguntarmos como seguimos Jesus para permitir que ele habite cada vez mais em nossa vida pessoal e na vida de nossas comunidades.

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