Tempos de crise

Mais Lidos

  • “Passamos da etapa do aquecimento, estamos em uma emergência climática ou de ebulição global”. Entrevista com Paulo Artaxo

    LER MAIS
  • Milhares de pessoas foram resgatadas de trabalho escravo contemporâneo em 2023 no Brasil. Entrevista com Frei Xavier Plassat

    LER MAIS
  • Um histórico encontro de oração entre protestantes, ortodoxos e católicos na Roma papal

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

15 Novembro 2019

A leitura que a Igreja propõe neste domingo é o Evangelho segundo Lc 21,5-19 que corresponde ao 33° Domingo do Tempo Comum, ciclo C do Ano Litúrgico. O teólogo espanhol José Antonio Pagola comenta o texto.

Eis o texto

Nos Evangelhos se recolhem alguns textos de caráter apocalíptico em que não é fácil diferenciar a mensagem que pode ser atribuída a Jesus e as preocupações das primeiras comunidades cristãs envolvidas em situações trágicas enquanto esperam, com angústia e no meio de perseguições, o final dos tempos.

Segundo o relato de Lucas, os tempos difíceis não devem ser tempos de lamentos e desalento. Não é tampouco a hora da resignação ou da fuga. A ideia de Jesus é outra. Precisamente em tempos de crise, “tereis ocasião de dar testemunho”. É então quando nos é oferecida a melhor oportunidade para dar testemunho da nossa adesão a Jesus e ao Seu projeto.

Levamos muito tempo sofrendo uma crise que golpeia duramente a muitos. O que aconteceu neste tempo permite-nos conhecer já com realismo o dano social e o sofrimento que gera. Não terá chegado o momento de avaliarmos como estamos reagindo?

Talvez, o primeiro seja rever profundamente nossa atitude: Temos nos posicionado de forma responsável, despertando em nós um sentido básico de solidariedade ou estamos vivendo de costas a tudo o que pode perturbar a nossa tranquilidade? Que fazemos a partir dos nossos grupos e comunidades cristãs? Marcamos a nós próprios uma linha de ação generosa ou vivemos celebrando nossa fé à margem do que está acontecendo?

A crise está abrindo uma fratura social injusta entre aqueles que podem viver sem medo do futuro e aqueles que estão sendo excluídos da sociedade e privados de uma saída digna. Não sentimos o chamado para introduzir “cortes” na nossa vida, para viver assim nos próximos anos, de forma mais sóbria e solidária?

Pouco a pouco, vamos conhecendo mais de perto quem vai ficando mais indefeso e sem recursos (famílias sem rendimento algum, desempregados de longa duração, imigrantes doentes...). Será que nos preocupamos em abrir os olhos para ver se podemos nos comprometer em aliviar a situação de alguns? Podemos pensar em alguma iniciativa realista a partir das comunidades cristãs?

Não devemos esquecer que a crise não cria só empobrecimento material. Gera também insegurança, medo, impotência e experiência de fracasso. Desfaz projetos, afunda famílias, destrói a esperança. Não teremos de recuperar a importância da ajuda entre familiares, o apoio entre vizinhos, o acolhimento e acompanhamento a partir da comunidade cristã? Poucas coisas podem ser mais nobres nestes momentos do que o aprender a cuidar-nos mutuamente.

Leia mais:

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Tempos de crise - Instituto Humanitas Unisinos - IHU