Influenciadores, impulsionamento e “faça você mesmo”: na lógica da internet, campanhas endossam clusters. Entrevista especial com Lucio Uberdan

A disseminação de fake news nesta eleição foi muito semelhante à de 2018: “uma combinação de tema polêmico, mensagem objetiva, apresentação apelativa e uma forma segmentada e massiva de distribuição automatizada ou comunitária”, afirma o analista de redes sociais

Foto: Reprodução

Por: João Vitor Santos | Edição: Patricia Fachin | 14 Outubro 2022

 

Nas próximas duas semanas que antecedem o segundo turno das eleições, a tendência é que “as candidaturas vão seguir elevando o tom”, com aumento dos discursos violentos, diz Lucio Uberdan na entrevista a seguir, concedida por e-mail ao Instituto Humanitas Unisinos – IHU.

 

Segundo ele, até o momento “a campanha de Bolsonaro corre na frente” porque o bolsonarismo nasceu na internet e “tem nela seu principal motor organizativo”. Os bolsonaristas, explica, “não são nativos digitais, mas a sua organização política é. Não é uma organização para eleição, mas um movimento permanente de ocupação da internet. Isso faz toda a diferença, por exemplo, na organicidade dos grupos e no conteúdo, em geral, mais conectado com o perfil de ‘consumo’ de conteúdo na internet”.

 

A campanha do ex-presidente Lula, comenta, “corre atrás, ancorada em sua imagem pessoal, militância política partidária e apoio de influenciadores de fora da política partidária. Esses últimos parecem ser a aposta da campanha para uma maior massificação e diversificação de audiência. Ainda assim, a campanha de Lula esbarra no conteúdo, em geral, muito ‘empacotado’ de candidato, onde a esquerda produziu o conteúdo mais tradicional na forma e linguagem”.

 

Lucio Uberdan também reflete sobre o peso das fake news na disputa eleitoral e a disputa em relação ao voto religioso. “O grupo conservador de perfil religioso, mais precisamente neopentecostal, segundo alguns analistas, representa perto de 1/3 do eleitorado de Bolsonaro. Isso é uma dependência muito grande e, por consequência, uma prioridade na disputa. Por outro lado, a força de Lula é principalmente no eleitorado de até dois salários-mínimos, o que traz mais um ingrediente à equação, visto que a maioria dos neopentecostais deve estar nessa faixa de renda”, pontua.

 

Lucio Uberdan

Foto: Arquivo pessoal

 

Lucio Uberdan trabalha com tecnologias de informação e comunicação há mais de quinze anos. Em 2010, participou da equipe digital da campanha da presidente Dilma Rousseff e, em 2011, assumiu a coordenação de redes sociais da Secretaria de Estado da Comunicação – SECOM/RS, na gestão Tarso Genro. Em 2015, criou a Bateia, consultoria em estratégias digitais com foco em contribuir no trabalho de marketing político digital. Atualmente, presta assessoria para o setor público, sindicatos, mandatos parlamentares e candidatos.

 

Confira a entrevista.

 

IHU – Como a ambiência provocada pela comunicação digital de nosso tempo tem reconfigurado a disputa eleitoral? De que forma podemos entender isso a partir do case das eleições presidenciais?

 

Lucio Uberdan – A tecnologia muda a comunicação política há dezenas de anos. Por exemplo, a chegada do comercial político na TV reconfigurou a forma de se fazer campanha no século passado. Do ponto de vista da internet, temos pelo menos trinta anos de política em meio digital. No meio da década de 1990, Jesse Ventura elege-se governador do Minnesota com uma comunicação que priorizava listas de e-mail. Entre os anos 1990 e a primeira década dos anos 2000, os indígenas zapatistas ganham projeção mundial com seu site de fotos, comunicados e transmissões de áudio via internet. De lá para cá, o uso da internet na política só se amplia, até a chegada da trinca: redes sociais, smartphones e internet móvel, que vão colocar a internet no centro da campanha política, reconfigurando de vez e radicalmente a disputa eleitoral.

 

No estágio atual da comunicação política digital, temos campanhas mais comunitárias, que dependem mais do envolvimento do público, que, por sua vez, acaba demandando mais prioridade das campanhas com seus temas de interesse. É um movimento “natural” de clusterização e formação de “bolha”, o que de certa forma acaba por deslocar o discurso das campanhas para os polos que entregam maior resultado, no caso, engajamento. Isto difere totalmente da comunicação política na TV, que prioriza geralmente ir em direção ao pensamento médio.

 

A campanha presidencial atual na internet se encaixa perfeitamente nessa lógica, com o resultado do 1º turno privilegiando polos que priorizam muito seus clusters, em especial a candidatura de Bolsonaro, que centra muito sua estratégia no marketing de comunidades, mas também a campanha Lula, que aposta muitas fichas no marketing de influência.

 

 

IHU – Que análise faz da “campanha digital” de Lula e Bolsonaro? Qual das duas parece ter mais eco no eleitorado e por quê?

 

Aqui Lucio Uberdan – Essa pergunta se conecta bastante com a anterior. Apesar do esforço de Lula em ampliar [sua campanha], nas redes sociais, ambas as campanhas, de Lula e Bolsonaro, apresentam, pelo menos no que é possível perceber, um leque tático muito resumido e focado em conteúdo. Apesar de a rede ser social, a lógica que impera ainda é de pouca interação e muito “discurso” (conteúdo). São campanhas, inclusive, menos criativas na internet que as anteriores de 2010, 2014 e 2018.

 

Por outro lado, são campanhas, cada uma à sua maneira, muito efetivas quanto ao alcance junto à sociedade, até porque a sociedade está cada vez mais digital. Bolsonaro aposta muito na força das comunidades, no caso, centenas de grupos diversos e horizontalizados, onde a lógica do “faça você mesmo” é muito presente. Lula aposta na força dos influenciadores, o que no caso é uma comunicação mais verticalizada, clusterizada e de endosso, mas com grande alcance em determinados grupos e plataformas. Ambas as campanhas também usam fartos recursos em impulsionamento nas plataformas, algo que para campanhas presidenciais no Brasil é uma novidade.

 

Esse cenário dificulta dizer qual campanha tem mais eco, mas com base na forma de funcionamento dos algoritmos e do que se sabe sobre o uso social das plataformas digitais por parte da sociedade e das candidaturas, acredito que a campanha de Bolsonaro ainda tem maior alcance, mas não é mais a goleada de 2018. O jogo hoje está mais parelho.

 

 

IHU – Como a campanha digital deve se conectar com a campanha nas ruas e com o Brasil real? Bolsonaro e Lula têm conseguido fazer isso em suas campanhas?

 

Lucio Uberdan – A rua e a internet são mais próximas do que muitos imaginam. Antes de 2010, era comum ir a um ato político de dia e, à noite, ao voltar para casa, descarregar fotos e vídeos e subir na internet. Existia um desencontro entre ruas e redes que anulava a força do momento e tornava a informação menos relevante.

 

Com a popularização do smartphone e da internet móvel, a sincronia entre rua e internet ficou ampla e social, com o conteúdo ao vivo se tornando mensagem e polo aglutinador de audiência. Por exemplo, experiências como Occupy (EUA) e Indignados (Espanha) foram essenciais para chamar atenção da política para essa conexão entre o presencial e o digital, que é a transmissão “ao vivo”.

 

Mas o desafio de conexão entre esses dois “espaços” vai muito além do ao vivo. Primeiramente, é importante ter clareza dos objetivos de cada campanha e a sua complementaridade, o que, na minha avaliação, é o ponto-chave. Ações em redes sociais, que buscam produtividade e desempenho, não focam em substituir as ruas, mas em complementá-las.

 

Os objetivos e as táticas de complementação da campanha de rua pelo digital são muitos e diversos, partindo da construção da imagem pela possibilidade do alcance segmentado, passando pela instrumentalização do apoiador de rua a digitalizar sua ação, até o uso do digital como tática de manutenção do relacionamento conquistado na ação de rua.

 

Nessa perspectiva, parece que as campanhas conectam esses espaços ainda de forma muito pontual, conservando em caixinhas isoladas. Isso também é resultado da priorização das plataformas de rede social do mercado e do excessivo conteudismo. Por sua organização digital permanente e de longo prazo, porém descentralizada e com foco em mensageiros, é possível que a campanha de Bolsonaro chegue mais ao cidadão distante do debate político.

 

 

IHU – Como podemos compreender o jogo que está sendo jogado nas redes sociais digitais frente às disputas eleitorais deste ano?

 

Lucio Uberdan – O que se pode captar até o momento, olhando de fora, é que as principais candidaturas ocuparam as plataformas digitais de mercado e se desafiam a produzir um volume alto de conteúdo diário, na tentativa de dominar a pauta, na maioria das vezes negativa, sobre o adversário. Isso é um claro movimento com alvo no apoiador orgânico para ganho de compartilhamento e posterior alcance.

 

A campanha de Bolsonaro corre na frente, pois nasce na internet e tem nela seu principal motor organizativo. Em geral, os bolsonaristas não são nativos digitais, mas a sua organização política é. Não é uma organização para eleição, mas um movimento permanente de ocupação da internet. Isso faz toda a diferença na organicidade dos grupos e no conteúdo, em geral, mais conectado com o perfil de “consumo” de conteúdo na internet. O “verdadeiro” partido de Bolsonaro é uma miríade de grupos ativos 24 horas por dia na rede.

 

Por outro lado, a campanha de Lula corre atrás, ancorada em sua imagem pessoal, militância político-partidária e apoio de influenciadores de fora da política. Esses últimos parecem ser a aposta da campanha para uma maior massificação e diversificação de audiência. Ainda assim, a campanha de Lula esbarra no conteúdo geralmente muito “empacotado” de candidato, onde a esquerda produziu o conteúdo mais tradicional na forma e linguagem. As plataformas de redes sociais priorizam um conteúdo informal, espontâneo, humanizado e que melhor aproveita os recursos nativos disponíveis.

 

 

IHU – Diante do resultado das urnas nesse primeiro turno das eleições, podemos afirmar que o bolsonarismo domina melhor o campo das redes sociais, e até da comunicação digital de hoje? Por quê?

 

Lucio Uberdan – Infelizmente, sim, a ultradireita ainda domina melhor esse ambiente. Mas é importante reforçar que a distância vem diminuindo consideravelmente. Nada perto da virada que os democratas deram em Trump na internet na última eleição, mas a performance já é muito superior a 2018. Aqui no Brasil, mesmo com tudo que se passou entre 2013 e 2018, as estruturas partidárias progressistas pouco reagiram no campo da tecnologia política.

 

O que explica esse domínio, em alguma medida, como já citei, é que o bolsonarismo é uma organização política nativa da internet, que prioriza e dá liberdade para as comunidades, além de investir e desenvolver uma ação digital permanente. O destaque que dá para os mensageiros e a abordagem mais espontânea e humanizada nos conteúdos também faz a diferença no digital.

 

Ainda assim, não faria uma correlação direta entre o desempenho de Bolsonaro nas urnas e a campanha digital na eleição de 2022. Parece que o desempenho on-line de Bolsonaro foi essencial para que ele não se inviabilizasse completamente durante o período do governo, mantendo uma aprovação mínima que o mantinha no jogo, mas o “plus” que garantiu o seu desempenho eleitoral veio certamente da consolidação do centrão em sua base eleitoral.

 

 

IHU – Desde 2018, as fake news do ambiente digital têm sido apontadas como arma da extrema-direita no processo eleitoral. Que transformações vêm ocorrendo desde então na forma e nos conteúdos dessas notícias falsas que, até hoje, acabam incidindo tanto nas eleições?

 

Lucio Uberdan – As fakes news são uma maneira de reconfigurar e escalar, de forma deturpada, uma informação em meio a uma guerra de informações, em especial quando se fala de política. Com a massificação dos mensageiros (WhatsApp, Telegram, etc.) e o consumo de informação se realizando individualmente via celular, as fake news ganharam condições para se desenvolverem. Sozinho, com um celular, o ser humano é mais aberto a consumir conteúdos que não olharia em público e coletivamente.

 

Quando pensamos no papel das fake news nesta eleição – apesar de muito se falar de uma evolução permanente dessa tática após 2018, como as chamadas deep fakes, por exemplo –, identificamos que a forma de conteúdo e distribuição segue muito semelhante à de 2018: uma combinação de tema polêmico, mensagem objetiva, apresentação apelativa e uma forma segmentada e massiva de distribuição automatizada ou comunitária.

 

A incidência delas, de certa forma, está muito conectada com a capacidade de alcance e ganho de atenção. Para serem efetivas, precisam chegar e ganhar atenção de quem está prioritariamente predisposto a acreditar naquela mensagem. Em 2018, após tudo que se passou no Brasil, como a Lava Jato e o impeachment, o brasileiro era uma presa fácil para acreditar em todas as fakes news que promoviam ódio político. O fato de a candidatura de esquerda na época ser desconhecida também facilitava.

 

Nesta eleição de 2022, a efetividade das fake news tende a cair, pois enfrentam uma marca reconhecida, Lula. Uma marca forte é o primeiro muro de contenção contra uma crise de imagem, inclusive por notícias falsas. Afinal, quem conhece e gosta de uma figura pública conta com certa blindagem a mentiras a seu respeito. O tema também foi muito debatido e explicado nos últimos quatro anos, preparando a sociedade para esse tipo de tática.

 

 

IHU – Olhando para a campanha eleitoral, como avalia as respostas que têm sido dadas para as fake news? Essas respostas têm sido capazes não só de responder, mas de restabelecer a verdade dos fatos?

 

Lucio Uberdan – Existe um movimento bem amplo de resposta a esse problema. Por um lado, como já citei, o tema foi muito debatido, da internet à televisão, e isso ajuda o cidadão a entender a faceta da desinformação. Outra iniciativa muito importante foi dada pelas próprias plataformas como resposta à pressão internacional, investindo mais em checagem e diminuindo o potencial viral, em especial no WhatsApp, que hoje limita o número de encaminhamentos de uma mensagem.

 

No Brasil, podemos também destacar um Supremo Tribunal Federal – STF e um Tribunal Superior Eleitoral – TSE mais atuantes no período recente, cobrando maior responsabilidade das plataformas e punindo promotores de fake news. Do mesmo modo, o próprio cidadão, mais afastando do período 2013-2018 e seu contexto de guerra híbrida, parece menos disposto a chancelar táticas de promoção de ódio, além de estar informado sobre a questão.

 

Sobre a ideia de “restabelecer a verdade” no sentido objetivo da informação, eu não saberia afirmar se o que existe hoje, como os serviços de checagem – muito importantes por sinal –, são efetivos em repor a verdade. Arriscaria dizer que não. Uma fake news será ineficiente, muito provavelmente, porque o receptor não quis dar credibilidade a ela e não porque ele tenha procurado uma versão que restabelecesse a verdade.

 

IHU – O senhor tem dito que assuntos religiosos dominam as abordagens das fake news. Gostaria que detalhasse essa perspectiva e analisasse o impacto dessas notícias falsas em específico na campanha de Lula.

 

Lucio Uberdan – Boatos e notícias falsas sempre estiveram presentes na política, mas as fakes news são, de certa forma, um incremento de autoria dessa “nova direita” que convencionamos chamar de bolsonarismo. Por sua vez, o bolsonarismo prioriza, pelo menos na comunicação, não um debate político sobre o Estado, mas sobre valores e costumes conservadores da sua base social. É nessa perspectiva que a visão conservadora cresce nessa tática.

 

O grupo conservador de perfil religioso, mais precisamente neopentecostal, segundo alguns analistas, representa perto de 1/3 do eleitorado de Bolsonaro. Isso é uma dependência muito grande e, por consequência, uma prioridade na disputa. Por outro lado, a força de Lula é principalmente no eleitorado de até dois salários-mínimos, o que traz mais um ingrediente à equação, visto que a maioria dos neopentecostais deve estar nessa faixa de renda.

 

Disputar o voto dos neopentecostais, portanto, além de muito estratégico para as duas campanhas, na ótica da nova direita é um terreno perfeito para uma disputa não racional, com bases em fake news afins a valores de interesse desse grupo religioso. Por outro lado, para uma campanha progressista como a de Lula, o desafio é enfrentar os ataques com informação, desmascarar o oponente com força e direcionar o diálogo para pautas mais universais, como trabalho, renda e direitos.

 

IHU – No que as fake news de cunho religioso se distanciam e no que se aproximam de outras relacionadas à chamada pauta de costumes ou mesmo àquelas que negam a ciência e a crise climática?

 

Lucio Uberdan – O método de operação das fakes news, até onde observo pelo menos, é muito semelhante do ponto de vista tático: é uma combinação de tema polêmico, mensagem objetiva, apresentação apelativa e uma forma segmentada e massiva de distribuição automatizada e comunitária, ainda que com algumas nuances, como um papel maior ou menor de formadores de opinião, estética da mensagem, plataforma prioritária, tecnologia incorporada e segmentação de público.

 

Algumas pautas abordadas com fake news, como a crise climática, podem ser mais efetivas se ideologizadas e em vídeos longos no YouTube. Fake news de cunho religioso, por exemplo, podem ser mais efetivas se menos ideologizadas, em imagem (cards) e em grupos de mensageiros, como WhatsApp. Independentemente disso, a tática de desinformar em meio a uma guerra de informação se repete muito.

 

 

IHU – A ascensão do bolsonarismo no parlamento e a votação na disputa presidencial surpreenderam muitas pessoas, contrariando até institutos de pesquisas eleitorais. As redes sociais já indicavam que isso iria acontecer? Em que medida as “bolhas” de nossas redes particulares nos cegaram nesse processo?

 

Lucio Uberdan – Institutos de pesquisa precisam, permanentemente, calibrar a metodologia, bem como os meios de comunicação precisam rever a forma de divulgar as pesquisas. Em geral, elas são elevadas a uma previsão do resultado eleitoral futuro, o que não ajuda no processo democrático. Eleitores oscilam e, se todos oscilarem na margem, o resultado já fica diferente.

 

Outra questão diz respeito à dificuldade de acompanhar e dimensionar o tamanho, a mobilização e a eficácia dessas comunidades conservadoras que se negam a responder às pesquisas. Por si só, isto pode desequilibrar os dados, derrubando índices do candidato representante desse setor.

 

Ainda assim, o crescimento do parlamento não foi uma surpresa. A nova direita vem angariando os votos da direita “tradicional” há dois pleitos e nada sugeria que a tendência iria se inverter nessa eleição. Ainda mais com Bolsonaro expandindo seu leque político para junto do centrão e turbinando a todos com o orçamento secreto. Se, por um lado, vimos o PL chegar a 99 deputados federais, por outro lado, assistimos à federação liderada pelo PSDB desabar para 19 parlamentares na Câmara dos Deputados.

 

 

IHU – O que deve mudar e o que deve seguir na campanha digital deste segundo turno?

 

Lucio Uberdan – Uma mudança grande é improvável da parte da campanha do Lula. Isso não quer dizer que não pode calibrar sua ação, reagindo e atacando mais Bolsonaro para dominar a pauta o máximo de tempo possível.

 

Por outro lado, Bolsonaro deverá aprofundar os ataques a Lula em grupos fechados, junto a públicos conservadores de forma segmentada, vendendo-se como um suposto “mal menor”.

 

No geral, as candidaturas vão seguir elevando o tom, pelo menos nas três primeiras semanas. Será um 2º turno como nunca visto em relação à violência do discurso. Torcemos para que o cidadão não envolvido esteja blindado e menos interessado nessa abordagem.

 

 

Leia mais