10 Novembro 2025
Rio Bonito do Iguaçu tem pontos de apoio para vítimas; número de feridos chega a 750.
A reportagem é de Clivia Mesquita, publicada por Brasil de Fato, 09-11-2025.
O tornado que devastou cidades do centro-sul do Paraná, na última sexta-feira (7), afetou diretamente 14,6 mil pessoas, deixou seis mortos, 750 feridos e mais de mil desabrigados e desalojados, segundo o último boletim da Defesa Civil. Os fortes ventos derrubaram casas e deixaram um rastro de destruição.
O governo estadual decretou estado de calamidade pública devido à tragédia. O tornado alcançou ventos de até 250 km/h e destruiu 90% das construções de Rio Bonito do Iguaçu, cidade mais afetada. No sábado (8), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) expressou solidariedade às famílias das vítimas e enviou equipes de apoio ao Paraná, coordenadas pela ministra Gleisi Hoffmann.
Eu mato a cobra e mostro imagens de satélite 🛰️.
— Bruno Brezenski (@bbbrezenski) November 9, 2025
Li um estudo de 1978 falando sobre o risco de criar um corredor de tornados poderoso no sul do Brasil se o agro avançasse contra a mata nativa que impediam a formação dos tornados.
1978 foi o estudo, agora veja o que aconteceu… pic.twitter.com/zUsDnqVT3h
A Defesa Civil Nacional também acompanha os trabalhos no local com equipes especializadas no acolhimento das vítimas e na reconstrução. O tornado foi classificado como de nível F3 pelo Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
Além de somar nos esforços para a reconstrução, Hoffmann disse à imprensa que o governo federal avalia liberar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os trabalhadores afetados pela passagem devastadora do tornado.
A Assembleia Legislativa do Paraná fará duas sessões extraordinárias neste domingo (9) para avaliar uma proposta do governo estadual que muda regras no Fundo Estadual para Calamidades Públicas (Fecap) para auxiliar as famílias com até R$ 50 mil para reconstrução de moradias.
Solidariedade
Pontos de apoio emergencial foram montados para atender as famílias de Rio Bonito do Iguaçu. No Ginásio de Esportes Campo do Bugre funciona o centro de acolhimento, triagem e cadastro dos atingidos. Os donativos estão concentrados no Ginásio dos bancários de Laranjeiras do Sul.
Li agora pouco um estudo de 1978 falando sobre o risco de algumas regiões no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul virarem corredores de tornados porque o agro estava avançando e removendo as árvores.
— Bruno Brezenski (@bbbrezenski) November 8, 2025
Um estudo de 1978, e desde sempre a ciência sendo tratada como quem quer… https://t.co/E54XxkZTh4
A preparação dos alimentos para as das famílias atingidas mobiliza voluntários no Centro do Idoso (Avenida Dom Pedro II S/N). Uma delas é Eliane Floss, moradora do assentamento 8 de junho, do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Laranjeiras do Sul. “Viemos contribuir com a alimentação das famílias atingidas para elas se levantarem, se erguem de novo para a luta. A vida é o que mais importa nesse momento.”
Daiane Oliveira, diretora de cultura de Rio Bonito, disse que o tornado “durou um minuto e destruiu a cidade”. “Todos os prédios públicos derrubados, casas, derrubadas, pessoas que a gente ainda não sabe onde estão”, relatou.
Outro ponto de apoio às vítimas da catástrofe é na Casa de Líderes Laranjeiras do Sul, onde funciona o abrigo provisório. Mais de mil pessoas ficaram desalojadas.
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