12 Abril 2024
A 61ª Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e vista pelo arcebispo de Manaus e presidente do Regional Norte1 da CNBB, cardeal Leonardo Steiner, com uma expectativa muito positiva, “porque a experiência das nossas assembleias é uma experiência de colegialidade, é uma experiência de comunhão, é uma experiência de oração, é uma experiência de partilha, é uma experiência de confraternização”, enfatizando que “só isso já valeria a pena nós nos reunirmos, nos encontrarmos. Mas nós vamos refletir, discutir e aprofundar as Diretrizes para a Evangelização na Igreja no Brasil, um elemento fundamental para a presença da nossa Igreja no Brasil, na sociedade, o impulso missionário que nós desejamos dar a través das Diretrizes”.
A reportagem é de Luis Miguel Modino.
As Diretrizes não serão aprovadas nesta assembleia, justamente esperando o final da segunda sessão do Sínodo sobre a Sinodalidade. Nesse sentido, o arcebispo de Manaus ressaltou que “a questão da sinodalidade para nós Igreja do Brasil, é uma questão vital. Nós temos uma experiência bastante grande, especialmente nós da Amazônia, de sermos uma Igreja sinodal, onde todos participam da vida da Igreja, da ação evangelizadora da Igreja. Mas nós agora veremos o resultado do Sínodo para assim irmos com maior liberdade, maior segurança, para a aprovação das Diretrizes Gerais”. O cardeal Steiner diz ter a impressão de que “nós nos sentiremos mais apoiados através de Sínodo, e também nos sentiremos com mais liberdade para propormos às nossas comunidades, às nossas dioceses, a questão da sinodalidade”.
Na 61ª Assembleia Geral da CNBB vai ser usado o método da conversação no Espírito, seguindo a metodologia assumida no atual processo sinodal. Segundo o presidente do Regional Norte1 da CNBB, “a questão fundamental da escuta do Espírito é a escuta dos irmãos, a escuta de quem faz parte da mesa, a mesa da partilha, e nós até poderíamos dizer a mesa da escuta”. O cardeal enfatizou que “nós não discutimos as coisas, não existe debate, mas existe muita escuta para depois chegarmos a determinadas conclusões”.
Segundo ele, “nesse sentido, a conversação no Espírito é muito rica, porque é um exercício de escuta, escutarmos a realidade, escutarmos a interpretação que o irmão, a irmã dá, e termos assim um horizonte mais largo para podermos assim propor mudanças no texto, para propormos uma inserção maior no texto”.
61ª Assembleia Geral da CNBB (Foto: Luis Miguel Modino)
Falando sobre o retiro espiritual, que acontece nos dias 10 e 11, orientado pelo secretário de estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e que tem como tema o caminho sinodal, uma dinâmica que esteve presente no início da primeira sessão da Assembleia Sinodal, onde ele participou como membro, em representação do episcopado brasileiro, dom Leonardo Steiner destaca que “invocarmos o Espírito Santo, termos abertura para o Espírito Santo é decisivo”. Ele colocou como exemplo Santo Agostinho, que “quando reunia os bispos da região, ele costumava a fazer alguns dias de oração, até que houvesse uma sintonia entre os bispos, e havia muita diferença entre eles”.
É por isso que “o retiro é essa possibilidade de termos mais sintonia, de percebermos que nós estamos ao serviço da Igreja, que nós estamos ao serviço das comunidades. Através das dioceses, nós bispos estamos ao serviço do Reino de Deus, e nos dispomos à ação, estamos abertos à ação do Espírito e à possibilidade de nós contribuirmos muito para as Diretrizes, mas também outras questões que deveremos discutir e que deverão ser abordadas. Não se trata apenas das Diretrizes, mas estarmos abertos a ouvir os irmãos e estarmos abertos também de receber inspirações”.
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“A questão fundamental da escuta do Espírito é a escuta dos irmãos”, afirma Cardeal Steiner - Instituto Humanitas Unisinos - IHU