“Esta terapia de reversão é homofóbica”

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04 Mai 2013

Clara Goldman, vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia (CFP) classifica o debate como vergonha nacional. Para ela, existe um movimento a fim de empurrar a psicologia para a adoção de práticas de terapias de reversão, que prestariam erroneamente a “cura da homossexualidade”. Ela salienta prejuízos psíquicos com a possibilidade de lidar como a opção sexual tal qual uma doença. 

A entrevista é do jornal Zero Hora e publicada no dia 03-05-2013.

Eis a entrevista.

Qual é a posição do CFP sobre o projeto da “cura gay”?

Este projeto extrapola a função do parlamento, uma vez que se refere a uma resolução de um determinado segmento profissional. Nós precisamos entender definitivamente neste país que não pode haver cura para uma enfermidade que não existe. Ela não restringe o exercício profissional, principalmente, porque hoje nós sabemos a importância de que a sociedade possa desenvolver estratégias de enfrentamento do preconceito. Este é o princípio fundamental: uma sociedade livre de preconceito, livre de ódio. Esta terapia de reversão é uma terapia homofóbica.

Acha que isto pode surtir efeito negativo na sociedade?

Para a sociedade, para os homossexuais, para o reconhecimento do Brasil internacionalmente como um país que superou o arbítrio, que superou as tentativas hegemônicas de controle. Este projeto aprovado, é o projeto da vergonha nacional.

Feliciano negou nas redes sociais que o projeto queira tratar a homossexualidade como doença. Qual é a sua opinião?

Não. É a tentativa da cura gay mesmo. É preciso que vocês explicitem para a sociedade e perguntem ao Feliciano quais são os setores deste país que defendem terapia de reversão e “cura gay”.

O Conselho de Psicologia recebeu a notícia com preocupação?

Nós temos um parecer que foi entregue a todos os deputados de várias comissões, que rebate item a item este PDC, temos manifestos e toda a mobilização da categoria, mas é preciso que os parlamentares caiam em si, para perceber a função que hoje tem o parlamento brasileiro de preservar a democracia que foi conseguida a duras penas.