Nigéria: Páscoa de sangue para a comunidade cristã

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11 Abril 2012

Mais de 50 pessoas foram mortas no norte do país nos dias festivos da fé cristã.

A reportagem é do sítio Vatican Insider, 10-04-2012. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Bombas e tiroteios, mortes e feridos, desespero e lágrimas. A população atingida por ataques dos integralistas islâmicos no Natal (44 mortos) e em janeiro (185 mortos) continua morrendo, devastada pela violência dos terroristas fundamentalistas.

Para Ignatius Kaigama, arcebispo da diocese de Jos na fronteira com Kaduna, entrevistado pelo sítio IlSussidiario.net, "não eram necessários especialistas norte-americanos para prever que ocorreria um ataque na Páscoa em uma igreja nigeriana. A região está cheia de explosivos vindos por terra, por mar e até pelo céu com o único objetivo de serem utilizados contra os cristãos. E, como o próprio presidente declarou, os terroristas já se infiltraram no governo, na polícia e no Exército".

Não houve reivindicações de autoria até agora, mas as autoridades estão convencidas de que por trás do carro-bomba que explodiu no último domingo em Kaduna (norte), perto de uma igreja, enquanto se celebrava um serviço religioso, há elementos da seita fundamentalista Boko Haram, ligada ao terroristas da Al Qaeda. O último balanço fala de 36 mortos e cerca de 50 feridos, incluindo ao menos 13 em estado gravíssimo.

Afirma-se também que seriam obra do Boko Haram os três ataques separados que, nos Estados de Yobe e de Borno, ainda no norte de maioria muçulmana, entre o último domingo e segunda-feira, deixaram outros sete mortos no chão: entre eles três assaltantes. Essa série de atentados coordenados não teria matriz religiosa, mas seriam expressão de uma estratégia de desestabilização do governo do presidente Goodluck Jonathan.

O presidente, por outro lado, sendo cristão, deve ser posto em apuros à força para que os integralistas islâmicos possam realizar o seu principal objetivo: o estabelecimento da Sharia (a lei islâmica) em toda a Nigéria.

Nos Estados de Yobe e de Borno, segundo as autoridades, "foram atacados e queimados" uma delegacia, um banco, um hotel e um edifício da administração pública. Ao mesmo tempo, mataram um homem político, um sargento da polícia e sua filha de apenas seis anos, pegos sem defesas na sua casa em Putiskum. Os soldados de um posto de controle em Maiduguri se salvaram, entrando em conflito armado.

Em Kano, a maior cidade do norte, o Exército desativou uma bomba localizada em uma viatura estacionada em pleno centro da cidade. A metrópole havia sido o palco, no dia 20 de janeiro, de uma série de ataques que deixaram 185 mortos.

Entretanto, parece ter sido esclarecida a dinâmica do massacre desse domingo em Kaduna. Um suicida tentou levar o seu carro cheio de explosivos até a entrada de uma igreja, mas, detido em um posto de controle, deu marcha à ré e explodiu pelos ares perto de outro edifício religioso, praticamente em meio de uma miríade de mototáxis estacionados à espera dos fiéis que ainda estavam participando da missa pascal. Outras viaturas foram incendiadas e destruídas, levando a pensar na presença de um segundo carro-bomba.