"Primavera Árabe" chega ao Chile com estudantes

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17 Julho 2011

A onda de protestos da Primavera Árabe, que sacudiu o Oriente Médio e influenciou o movimento dos indignados em países como Espanha e Grécia, chegou neste inverno à América Latina, com os sucessivos protestos estudantis no Chile.

As manifestações têm a adesão de outros setores insatisfeitos e provocaram uma grave crise no governo de Sebastián Piñera.

A reportagem é de Lucas Ferraz e publicada pelo jornal Folha de S. Paulo, 18-07-2011.

Influenciados por essas recentes manifestações, os estudantes chilenos se mobilizam desde maio em prol de uma ampla reforma no sistema educacional do país.

Desde então, 30 universidades e mais de 200 colégios estão tomados em todo país. Além de estudantes universitários e secundários, professores e reitores, somaram-se aos protestos ecologistas, trabalhadores das minas de cobre, aposentados e até servidores da saúde.

Acossado pelos reclamos, Piñera já ostenta o pior índice de aprovação de um chefe de governo em 40 anos e cogita uma ampla reforma ministerial para tentar reverter a crise.

"Vimos que podíamos mudar indo para as ruas, como fizeram outros países", conta Estebán Lagos, 23, secretário-geral da Fech (Federação dos Estudantes da Universidade do Chile) e um dos líderes estudantis.

"Agora temos a certeza que, além do sistema educacional, podemos influenciar também na política", completa, estudante de administração pública.

A crise no sistema educacional chileno explodiu pela primeira vez em 2006, no que ficou conhecido como revolução dos pinguins" - em referência ao uniforme dos estudantes secundários, parecido com as cores da ave.

Além do boom de faculdades privadas, a qualidade da educação vem se degringolando desde os anos 80, quando a ditadura de Augusto Pinochet mudou as regras e esvaziou a participação do Estado no setor.

Mobilizados via internet desde o ano passado, os ex-integrantes da "revolução dos pinguins", agora universitários, voltaram às ruas.

"O que aconteceu na Europa e no Oriente Médio nos incentivou bastante, e hoje contamos com o apoio de organizações do Egito, França, Espanha e até Hungria", conta Magdalena Paredes, 19, que ontem inspecionava a ocupação da Universidade do Chile, majestoso prédio do século XIX vizinho do Palácio La Moneda, sede do governo.

Apesar de alguns acenos do governo, como o envio de projetos de lei para o Congresso e a formulação de um pacote de US$ 4 bilhões para o setor, os estudantes, ainda insatisfeitos, seguem com as mobilizações nesta semana.

"A crise não é só deste governo, mas de toda a política", disse à Folha Marta Lagos, diretora da ONG Latinobatómetro. "Há uma mudança de ânimo da população, que começa a cobrar por mudanças estruturais."

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