A COP26 desapontou, afirma bispo participante da cúpula

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16 Novembro 2021

 

O resultado da Cúpula do Clima COP26 em Glasgow foi descrita como “decepcionante” pelo bispo encarregado pelo meio ambiente para a Inglaterra e País de Gales

 

A reportagem é de Ellen Teague, publicada por The Tablet, 14-11-2021. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

 

O bispo de Salford, John Arnold, que esteve em Glasgow para a conferência afirmou: “Tendo visto o entusiasma de muitas pessoas, expressando suas esperanças para COP26, tendo lido muito sobre o que a ciência precisamente explica que danos nós temos feitos para nosso clima e nosso mundo... o plano não esteve ali”.

Ele acrescentou: “Isso é uma vergonha para nós, nós falhamos em nossas negociações para prover fundos para as nações mais pobres para reparar os danos feitos”.

Após a publicação do pacto do Clima de Glasgow, ontem, um dia depois da cúpula ter sido encerrada, a Cafod (Cáritas da Inglaterra e Reino Unido) disse: “A COP26 entregou um cordão salva-vidas rasgado para as pessoas mais vulneráveis”.

A diretora da Cafod Christine Allen afirmou: “A questão é, nós estamos indo longe o suficiente, rápido o suficiente e justo o suficiente? A reposta é não. No fim isso não foi o suficiente, mas nós temos outro ano para continuar tentando”.

Haverá uma mobilização na preparação para a COP27 no Egito, daqui um ano, para limitar o aumento da temperatura em 1,5 °C e dar o financiamento climático para os desesperadamente necessitam, disse ela.

A Cafod acredita que os passos foram dados na direção correta, com um chamado a acelerar o fim dos ineficientes subsídios a combustíveis fósseis, mesmo sem um prazo final estabelecido. No entanto, quase 200 países na COP26 falharam em deliberar sobre as perdas e danos vividos por países na linha de frente das catástrofes climáticas.

Lorna Gold, residente na Irlanda e diretora do Movimento Laudato Si', sugeriu que “uma grande vitória da COP26, a meu ver, é o fato de que eles precisarão voltar no ano que vem com planos melhores, não em 2025, e nós temos um ano para fazer pressão”.

O movimento coordenou atividades online de mobilização durante as discussões finais, galvanizando mais de 60 organizações católicas, grupos missionários e católicos proeminente dentro de poucas horas para publicar uma declaração sobre o rascunho do acordo da COP26, articulando para fortalecê-lo.

“Nós precisamos alcançar um acordo em Glasgow que estabeleça um limite de tempo claro e ambicioso para uma transição justa para sair desses nocivos combustíveis fósseis”, diz a declaração, e como católicos outras prioridades incluem “assegurar direitos humanos e seguranças ambientais, reconhecer os direitos dos povos indígenas e comunidades locais e manter o compromisso de 1,5 °C”.

Paul Chitnis, diretor das Missões Jesuítas, disse que isso é “vital que as pessoas religiosas permaneçam esperançosas”. Essa esperança, ele sentiu, veio das manifestações fora da cúpula e das peregrinações orando pelo sucesso da conferência.

Amanda Mukwashi, executiva-chefe da Christian Aid, disse: “Durante a COP26, pessoas religiosas se uniram a ativistas do Sul Global, feministas, jovens e povos indígenas para exigir justiça climática. Nosso movimento nunca foi tão forte e este deve ser o legado de Glasgow para manter viva a esperança”.

A Tearfund reconheceu os avanços, mas disse: “Lamentamos que as negociações tenham falhado em oferecer justiça e um futuro mais seguro para milhões de pessoas”.

A caridade ecumênica de conservação A Rocha disse: “A COP26 falhou em cumprir seus objetivos principais, mas tem esperança de progresso no próximo ano”.

Embora o acordo tenha recebido aplausos por manter viva a esperança de limitar o aquecimento global a 1,5 °C, muitas das quase 200 delegações nacionais gostariam de ter feito mais. As promessas nacionais atualmente mantêm o mundo no caminho certo para cerca de 2,4 °C de aquecimento. O pacto climático de Glasgow, no entanto, exige que os países atualizem suas promessas alinhados com 1,5 °C no próximo ano, e se compromete a considerar a adequação das promessas agregadas na COP em 2022, em vez de esperar até 2025 como originalmente planejado.

O presidente britânico da COP26, Alok Sharma, ficou visivelmente emocionado após um drama no último minuto quando a Índia, apoiada pela China e outras nações em desenvolvimento dependentes do carvão, rejeitou uma cláusula pedindo a “eliminação” da energia de carvão e foi alterado para “redução gradual”.

As pequenas nações insulares ficaram consternadas, mas o delegado das vulneráveis ilhas Marshall, no Pacífico, disse: “Este acordo fez alguns progressos e não podemos permitir a estagnação”.

Sharma descreveu o acordo fechado como uma “vitória frágil”. Em uma entrevista coletiva após a COP26 na tarde de domingo, o primeiro-ministro Boris Johnson disse: “Mantivemos viva a ambição de fazer algo sobre o aquecimento do planeta”.

 

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