24 Abril 2021
Bolsonaro cortou R$ 240 milhões do Ministério do Meio Ambiente um dia após falar na Cúpula do Clima em dobrar orçamento.

Fiel seguidor da cartilha ambiental de Jair Bolsonaro, Ricardo Salles é considerado uma ameaça global.
(Foto: Marcos Corrêa/PR)
A reportagem é publicada por Rede Brasil Atual - RBA, 23-04-2021.
O presidente Jair Bolsonaro anunciou hoje (23) o veto de R$ 240 milhões do Orçamento da União para ações do Ministério do Meio Ambiente. O anúncio foi feito um dia após ele mesmo afirmar, na Cúpula de Líderes do Clima, que dobraria o investimento em programas de fiscalização para o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia. Responsável pela fiscalização e que pode exercer poder de polícia, o Ibama teve R$ 19,4 milhões vetados. E justamente para ações de combate à ação de criminosos ambientais e de prevenção e combate a incêndios, que se espalha sobre a mata devastada no período mais seco.
Do Instituto Chico Mendes de Preservação da Biodiversidade (ICMBio), que administra e protege as mais de 300 unidades de conservação espalhadas pelo país, Bolsonaro vetou R$ 7 milhões. O presidente ainda cortou R$ 4,5 milhões do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima. E na área que abriga o programa para melhoria da qualidade ambiental urbana, R$ 203 milhões.
Governo deveria zerar
Ao Estadão, Salles afirmou que vai tratar do assunto com o Ministério da Economia. “Essa parte de adequação dos valores precisaremos ver com o ministro Paulo Guedes”, declarou. E disse ainda que o governo deveria “zerar qualquer corte e fazer o ajuste pelo dobro do previsto”.
“Um dia depois de prometer que iria dobrar os repasses para áreas de fiscalização ambiental, o governo federal anunciou um corte de R$ 240 mi no orçamento geral dedicado ao MMA. Vetos publicados afetam programas cruciais tocados pelo Ibama e pelo ICMBio”, disse a Comissão Pró-Índio por meio de sua conta no Twitter.
Mas diferentemente do Ministério da Educação, o do Meio Ambiente não teve recursos bloqueados. Enquanto os recursos contingenciados podem vir a ser liberados ao longo do ano, caso haja “folga” dentro do teto de gastos, os vetados não têm volta.
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Bolsonaro prometeu dobrar recursos, mas cortou verba do meio ambiente - Instituto Humanitas Unisinos - IHU