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Nosso guia para o futuro: o desafio da covid-19 para o papa Francisco. Artigo de Austen Ivereigh

Foto: Vatican News

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28 Novembro 2020

Esse deve ser o ano em que o papa Francisco deveria ter visto seu trabalho ser completado. Mas em vez disso, a covid-19 colocou o mundo em uma turbulência e escuridão, com o futuro incerto, e deu a seu proeminente líder espiritual seu maior desafio – e oportunidade.

Este ano será visto pelos historiadores com o do “relançamento” do pontificado de Francisco, justamente quando ele deveria estar desacelerando. 2020 seria o ano no qual seu ciclo de ensinamentos e reformas seriam concluídos. Então a covid-19 colocou ao Papa uma inesperada missão global: ser o condutor do Povo de Deus em meio à tempestade para um novo horizonte de possibilidades.

O artigo é de Austen Ivereigh, jornalista e biógrafo do papa Francisco, em artigo publicado por The Tablet, 26-11-2020. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

Essa inesperada virada aconteceu anteriormente na sua vida, mais recentemente em 2012-13, quando o cardeal Jorge Mario Bergoglio, com 75 anos ofereceu a Bento XVI a renúncia como arcebispo de Buenos Aires. Ele começou a colocar seus papéis em ordem e planejar sua aposentadoria. Em vez disso, encontrou um chamado a Roma, e para o que ele gosta de chamar com alegria de “mudança de diocese”.

Essa não é uma evidência de que Francisco estava pronto para se aposentar em 2020. Mas ele tem visto esse ano como a conclusão do “plano de sete anos” (que originalmente seria um plano quinquenal, mas quando a força da oposição a suas reformas tornou-se clara, ele decidiu estender). Este era para ser o ano da reorganização, o serviço do Vaticano à Igreja seria incorporado em uma nova constituição, quando a reorganização financeira viria junto, e quando várias reformas pastorais – na seleção de bispos e cardeal, a formação dos padres, medidas antiabuso – adquiriram cidadania na Igreja.

Haveria até mesmo uma encíclica final, sobre fraternidade, perto de um ensinamento tríptico com foco em regenerar as três relações chaves, obscurecidas pela tecnocracia: com Deus (Evangelii Gaudium), com a Criação (Laudato Si') e com o outro (Fratelli Tutti). Na mente de Bergoglio, em outras palavras, 2020 era para ser um ano breve, seu trabalho completo, depois ele estaria pronto para se retirar, Deus assim o dispusesse: após o funeral de Bento XVI, digamos; ou se atingido por alguma doença ou fragilidade.

Mas foi a covid que o atingiu. Primeiro, ele foi pego de surpresa. O choque de um Papa sozinho em uma chuvosa Praça São Pedro em 27 de março, falando de uma escuridão que envolvia o mundo, levando comentaristas italianos a declararem – nas palavras de Alberto Melloni – o “início do fim” do seu pontificado. Mas eles não tinham visto o que estava emergindo naquela mensagem Urbi et Orbi, e que seria refinada na Páscoa: o profundo discernimento de Francisco sobre o momento. Isso estava muito exposto, tentadoramente, na sua entrevista comigo, publicada pelo The Tablet em 08 de abril (traduzida ao português pela IHU On-Line), quando ele demonstrou sua consciência de direcionar movimentos espirituais, as escolhas e tentações, para enfrentar o mundo.

Eu estava fascinado por aquelas intuições, claro, alimentado por suas homilias e discursos sobre a Páscoa, as quais carregam um nova urgência e destaque; e foram antes de seu anúncio de uma comissão pós-covid, a qual ele confiou a um jovem e dinâmico padre argentino, bem conhecido pelos seus tempos de trabalho no Reino Unido na Cafod. O Papa falou a Augusto Zampini-Davies que sua comissão era para “preparar o futuro” em diálogo com especialistas ao redor do mundo.

Esse não é um papado que repousaria, mas ao contrário: arrancava, reabastecido, novamente engajado.

Minha própria intuição era que o Papa não tinha soletrado seu pensamento, e que o mundo mal necessitava disso. Então em uma carta de maio, eu tive alguma parresia. Ele considerava naquele tempo que sua mensagem teria uma ampla audiência na entrevista para o Tablet – e seria muito mais profunda? Ele poderia me usar para escrever uma carta de amor do tamanho de um livro para a humanidade, repleta de orientação espiritual, para este tempo de crise?

Sim, ele respondeu por carta – mas ele precisaria da minha ajuda. “Deixo em suas mãos”, acrescentou. Eu entendi. Nós dois estávamos trancados; seu tempo era limitado; o mundo estava em crise. O livro deve ser focado, firme, com uma narrativa adequada; precisava de um plano e de um formulário. Meu papel seria fornecer o andaime no qual ele pudesse apoiar seus insights, sua linguagem e suas ideias. Enviei a ele um esboço detalhado de um pequeno livro de três partes que sairia no final do outono. Começamos a trabalhar em junho e terminamos no início de setembro, quando o mundo saía do primeiro lockdown.

O método ver-julgar-agir que sustenta “Vamos sonhar juntos” tem sido usado por muito tempo pela Igreja latino-americana e em seu pontificado – em Laudato Si', por exemplo – para refletir o próprio processo de conversão. Ao nos abrirmos para a realidade, para deixá-lo falar conosco, contemplamos nosso mundo; discernimos ao descobrir o que é de Deus e o que o prejudica, escolhendo o primeiro; e então propomos planos e decisões ousadas com base nesse discernimento. Daí os três “tempos” de “Vamos Sonhar Juntos”: para ver, para escolher e para agir.

Os materiais variaram: gravações em resposta às minhas perguntas; escritos dele existentes que eu conhecia de seu período de jesuíta ou de seu tempo como arcebispo de Buenos Aires; suas reflexões sobre a covid; e textos não publicados que ele me enviou. E também houve um estranho telefonema. Às vezes, em resposta a uma pergunta, ele apontava para algo que ele ou outra pessoa havia escrito (quase sempre fornecido com referências de página, “caso seja útil”), ou me dava uma série de pensamentos e dizia: “Eu não sei se isso faz sentido: se não, fique à vontade para ignorá-lo”. Tive grande liberdade para redigir; o Papa confia naqueles a quem atribui tarefas. Mas o texto é inteiramente dele: não fiz sequer um esboço de suas palavras, ele não hesitou em riscar e reescrever, ou usar os rascunhos para saltar para um novo texto.

Foi difícil enxergar, porque estávamos trabalhando tanto em inglês quanto em espanhol com um cronograma horrendo – “este é um processo desumano!”, em um ponto (com razão) objetou – mas de alguma forma funcionou. E o tempo todo não parei de pensar que privilégio é ser mediador, no verdadeiro sentido da palavra: aquele que capacita e facilita sem se interpor (No livro, o Papa critica aqueles que “deixam de mediar e se tornam intermediários, obscurecendo nossa visão da realidade”). O livro é convencionalmente intitulado “Em Conversa com Austen Ivereigh”, mas eu gosto que nunca apareça, exceto para uma nota no final para explicar o porquê.

Francisco está deliciado para trabalhar: rápido, preciso, pontual, mas também gracioso, divertido e com inspirações sem fim. Ele é um escritor por natureza. Alérgico a clichês, adepto de metáforas, ele sabe como finalizar uma ideia, sempre voltando aonde começou, e ele ama tomar uma direção inesperada, sempre abrindo para novas coisas que o Espírito deve lhe fornecer. No livro ele chama isso de “pensamento inacabado”, e diz ele que aprendeu isso com Romano Guardini. Significa que muitas vezes tive que pressioná-lo a soletrar ou explicar algo; e em sua paciente reexpressão da ideia tropeçaria na clareza que sua intuição visceral inicial às vezes faltava.

Somente uma seção causou tensão: quando eu pedi a ele para dar exemplo de sua própria vida do que ele chamou de “personal covids” – tempos de paralisação quando a vida vira de cabeça para baixo. Ele não gostou de falar sobre ele próprio, e eu tive que ir e voltar duas ou três vezes para perguntar mais sobre, sentindo culpa por pressioná-lo; mas ele fez o que eu pedi, desculpando-se humildemente por “uma certa inibição, porque estou acostumado a ser reservado”. Essas são algumas das passagens mais ricas do livro. Mais tarde, na Terceira Parte (“A Hora de Agir”), ele faz seu primeiro relato – novamente, muito comovente – do encontro com os cartoneros (catadores de lixo) na missa em Buenos Aires, e de sair com eles pelas ruas à noite.

Três coisas foram sem precedentes em “Vamos Sonhar Juntos”. É o primeiro livro escrito por um Papa moderno em resposta a uma crise particular. É o primeiro a ser direcionado diretamente ao leitor (mais que em resposta às questões). E é o primeiro a ser simultaneamente esboçando em dois idiomas: o texto original está em inglês e espanhol. Para explicar: minhas trocas com Francisco foram sempre em espanhol. Mas por sua sugestão eu produzia um rascunho em inglês, então ele lia mais naturalmente e fluentemente. Por essa liberdade e confiança – como eu disse a ele – que este seria o primeiro livro escrito por um Papa no qual o sucessor de Pedro não soaria estranho em língua inglesa (e ele gostou disso).

Nós também concordamos que, no texto espanhol, ele mantivesse o “vos”, como segunda pessoa do singular, típico do espanhol dos portenhos – de Buenos Aires. Espanhóis tendem a esnobar isso: nos textos do Vaticano Francisco soa mais um madrileno que um portenho. Mas em Soñemos Juntos – título da versão espanhola – o Papa fala como se estivesse sentado à sua frente.

Apesar de sua franqueza e informalidade, o tema de Vamos Sonhar Juntos não poderia ser mais importante ou solene. É sobre como Deus entra na história, sobretudo em momentos de sofrimento e crise. Mas também é direção espiritual pessoal: é sobre como podemos nos abrir para receber esse Espírito, essa nova direção, em nossas vidas tanto quanto na sociedade – as graças que um Deus misericordioso nos oferece na tribulação, e como, para encerrar fora, nós resistimos e sentimos falta deles. É sobre o Dilúvio, mas também sobre a Arca que nos espera para nos levar a um lugar melhor.

Mas eu suspeito que o fascínio imediato de Vamos Sonhar Juntos está no que ele revela sobre a mente multifacetada do papa Francisco. Ouvi-lo diagnosticar espiritualmente a oposição e divisão na Igreja em termos de consciência isolada, ou nos ensinar como manter as contraposições (tensões polares) para que não caíssem em contradições, ou explicar como o discernimento nos sínodos foi minado pelos relatos da mídia, você percebe que intelecto original e penetrante ele tem, impregnado de tradição, mas nunca exausto por ela.

Consegui vê-lo pessoalmente, no final de setembro, enquanto estava em Roma para falar na cúria jesuíta. Em seu escritório e residência no Santa Marta, entreguei-lhe uma cópia do texto em PDF para que ele fizesse as correções finais. Ele havia perdido peso, estava otimista, disparando a todo vapor: como me dizem pessoas próximas a ele, essa crise o energizou. Quando entramos em seu escritório, ele apontou para uma placa em italiano na porta: Vietato Lamentarsi (“Proibido reclamar”). “Se você entrar aqui, terá que obedecer”, ele riu.

Seu escritório era pequeno, cheio de livros e papéis, mas bem organizado. Em uma das estantes, localizei um dicionário de lunfardo, a rica gíria de Buenos Aires, e concordamos em sua utilidade. Tínhamos alguns negócios; ele escreveu uma carta à mão e fez uma ligação. Ele nunca perde um minuto, mas não tem pressa. Ele emite uma paz profunda.

Quando terminamos, ele me levou pelo corredor até sua secretária para combinar a melhor maneira prática de lidar com as correções finais que ele pudesse ter (ele tinha muitas, é claro). Então quando descia as escadas me acenou com ternura, um homem com a missão de nos mostrar o horizonte que ainda não podemos ver.

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