Papa, mais rigor contra líderes e comunidades religiosas: agora, para fundá-las, é necessário permissão do Vaticano e não do bispo

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05 Novembro 2020

O Papa quer acabar com o fenômeno dos líderes que muitas vezes acabam enganando ou manipulando os fiéis através de comunidades religiosas aprovadas pelos bispos, em nível diocesano, de forma um tanto superficial ou precipitada. Já em 2016 havia estabelecido que "a consulta prévia à Santa Sé" para a criação de novas comunidades religiosas devia "ser entendida como necessária ad validitatem para a criação de um instituto diocesano de vida consagrada, sob pena de nulidade do decreto de criação do próprio Instituto”.

A reportagem é de Franca Giansoldati, publicada por Il Messaggero, 04-11-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

A medida, evidentemente, não deve ter se mostrado suficiente para que hoje ele aprove um motu proprio, intitulado Authenticum charismatis, com o qual intervém sobre o direito canônico, introduzindo não a “consulta” da Santa Sé em matéria, mas a obrigação de o bispo local obter uma "licença escrita" de Roma, elemento necessário antes de conceder autorização a novos institutos de vida consagrada e novas Sociedades de vida apostólica. Em suma, um verdadeiro aumento no rigor que se tornou necessário após uma série de notícias bastante sérias e embaraçosas na Itália e no exterior.

O último problema diz respeito a nove religiosos investigados pelo procurador de Prato por supostas violências sexuais contra dois irmãos, ambos menores na época dos fatos. Os abusos sexuais teriam ocorrido durante anos dentro dos muros da sede de Prato e de Calomini (Lucca) na ex comunidade religiosa "Os Discípulos da Anunciação", oficialmente extinta pelo Vaticano depois que os horrores vieram à tona. Entre os nove investigados figurava também o fundador da comunidade religiosa, Giglio Gilioli, 73, sacerdote veronês que havia se transferido para Prato há mais de dez anos. Um homem considerado pelos seguidores uma espécie de guru.

No ano anterior, em Bérgamo, o Vaticano ordenou a extinção da associação dos fiéis “Apaixonados por Jesus e por Nossa Senhora”. Os motivos eram pesados: "graves abusos da disciplina eclesiástica e escândalo para os fiéis provocados pelo Fundador [...] no desenvolvimento da catequese e na vida interna da associação".

Recentemente, foi excomungado o ex-padre espiritual dos "videntes" de Medjugorje, Tomislav Vlasic, na área de Brescia, acusado pelo bispo local de ter criado uma espécie de estrutura paralela. Também aqui pairam suspeitas de manipulação das consciências e abusos sexuais. O fenômeno das novas comunidades, gerado pelo Concílio Vaticano II, está criando muita preocupação.

 

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