Fátima: santuário fechado

Foto: Pixabay

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11 Mai 2020

Em 5 de abril, o card. Antonio Marto, bispo de Leiria-Fátima, com muita sabedoria e um senso primorosamente pastoral, com um comunicado de imprensa com oito pontos, decidiu a suspensão da peregrinação de 12 a 13 de maio, dia da primeira aparição da Virgem à Cova da Iria em 1917.

A informação é publicada por SettimanaNews, 08-05-2020. A tradução é de Luisa Rabolini.

Em 3 de maio teve que intervir com um segundo comunicado para confirmar a decisão tomada e para "esclarecer - são suas palavras conferidas por Settimananews - certas dúvidas provocadas pelas declarações da ministra da Saúde, que disse que estava disposta a admitir uma exceção para o número de pessoas que participavam da histórica peregrinação, como também havia feito para a manifestação sindical da CGTP em 1º de maio".

Em 5 de maio, o reitor do santuário, pe. Carlo Cabecinhas, em um vídeo pedia aos fiéis que não fossem à Fátima nos dias 12 e 13 e fizessem "uma peregrinação do coração", acompanhando as celebrações através dos meios de comunicação.

Mas vamos ao comunicado do card. Marto de 5 de abril. "É com muita dor e tristeza da alma e do coração, mas também com grande senso de responsabilidade que, neste momento, comunico que o santuário de Fátima celebrará a ‘grande peregrinação internacional’, aniversário da primeira aparição, sem a presença física de peregrinos, como era o costume”.

O cardeal confessa: a suspensão é um ato de responsabilidade pastoral e também um profundo ato de fé, que ele diz comunicar "com o coração em lágrimas", pensando nos milhares de peregrinos que se dirigem ao santuário para receber força, conforto espiritual e paz para um ano inteiro. O vírus o forçou a tomar essa decisão dolorosa, "a única decisão sensata e responsável que poderia ser tomada. Não podemos correr riscos! Não podemos, de forma alguma, permitir que nosso santuário se torne o centro ou o foco de contágio para o país e o mundo inteiro". E isso também por respeito à ordenança do governo: todos em casa!

“Mas todo peregrino - observa o cardeal - pode fazer sua peregrinação através dos meios de comunicação social. A área do santuário estará vazia, mas não deserta. Embora fisicamente separados, todos estaremos unidos espiritualmente como Igreja com Maria, de maneira intensa, com um coração cheio de fé. Não somos peregrinos apenas caminhando ... É possível peregrinar com a mente e com o coração, isto é, fazendo uma peregrinação interior em busca da luz e da verdade, da regeneração e da cura, doo conforto espiritual e da paz, no encontro do peregrino consigo mesmo, com a Mãe celestial e com o mistério de Deus, para continuar caminhando com a força da esperança”.

Cerca de 180 grupos de todos os continentes já haviam feito reservas para a "grande peregrinação"; recebê-los a todos teria causado imensas dificuldades ​​em um momento tão delicado.

O bispo de Leiria e Fátima dirigiu um pensamento respeitoso de agradecimento àqueles que tratam da saúde de todos, combatendo o vírus e mantendo a ordem pública e também para os católicos, que privados da Eucaristia, não se sintam sozinhos. A Páscoa está próxima - escrevia o bispo no domingo de ramos - "e nossa alma está tão triste quanto a de Jesus no jardim das oliveiras". Mas ele acrescenta: “É a hora da solidariedade e da esperança. Lembremos que para nós cristãos não há Sexta-Feira Santa sem Páscoa da ressurreição”. Um convite caloroso para orar pelas vítimas da pandemia, pelos que morreram e pelos familiares em luto, por "nossos políticos para que saibam como tomar as melhores decisões para nossas vidas".

No comunicado de imprensa de 3 de maio, o card. Marto diz que respeita as regras emitidas pelo governo e está pronto para colaborar com as várias autoridades. Portanto, nenhum peregrino de 12 a 13 de maio: é o que a prudência aconselha. "Uma escolha dolorosa na expectativa de que, o mais rapidamente possível, possamos ter no santuário as multidões que, na alegria da fé, se reúnem para celebrar e orar".

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