O Vaticano retira a imunidade do Núncio investigado por abusos sexuais na França

Luigi Ventura, núncio apostólico da França. Foto: Katholisch.de

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09 Julho 2019

O Vaticano retirou a imunidade diplomática do núncio apostólico na França, Luigi Ventura, investigado por supostas agressões sexuais, segundo confirmou o Ministério de Relações Exteriores da França nessa segunda-feira, 08-07.

A reportagem é publicada por RD, 09-07-2019. A tradução é de Wagner Fernandes de Azevedo.

A Procuradoria Francesa solicitou no mês de março que se retirasse a imunidade diplomática e sua petição tramitou através do Ministério da Justiça e o de Exteriores, que foi quem fez a comunicação final à Santa Sé.

“O Ministério de Europa e Assuntos Europeus, que transmitiu a Santa Sé a petição (...) recebeu a confirmação de sua renúncia à imunidade devido o procedimento que se enfrenta”, indicou um porta-voz de Relações Exteriores em um comunicado.

O cardeal Ventura está sendo investigado por uma a suposta agressão sexual cometida contra um trabalhador da prefeitura de Paris. As investigações foram abertas no último 24 de janeiro, depois que a prefeitura transmitira à Procuradoria os feitos, que segundo o denunciante, ocorreram durante uma cerimônia na Câmara Municipal de Paris, que ministrou o núncio aos 74 anos, e há uma década no cargo.

Segundo o vespertino Le Monde, os fatos se sucederam durante a tradicional recepção do ano novo ao corpo diplomático oferecido pela prefeita, Anne Hidalgo, no último 17 de janeiro.

Nesse ato, o núncio vaticano costuma ter um papel especial em sua condição de decano do corpo diplomático no país. Tradicionalmente pronunciava um discurso, porém com a chegada de Hidalgo ao cargo limitou-se a ter a possibilidade de acompanhar a presidente da Câmara até o tribunal.

Foi antes desse ato, segundo Le Monde, quando ocorreu a suposta agressão sexual, cometida contra um jovem empregado do serviço de relações internacionais da Prefeitura, que denunciou os abusos do religioso.

A Câmara Municipal pôs em conhecimento da Procuradoria os feitos seis dias mais tarde e, no dia seguinte, o fiscal de Paris, Rémy Heitz, ordenou a abertura de uma investigação.

Doutor em Letras Modernas e licenciado em Direito Canônico, Ventura entrou ao corpo diplomático vaticano em 1978, e foi núncio apostólico em Costa do Marfim, Burkina Faso e Níger, antes de ser enviado em 1999 ao Chila, posto que ocupou por dois anos, antes de partir ao Canadá. Em 2009 foi enviado pelo papa Bento XVI a Paris, em substituição de Fortunato Baldelli, nomeado para um cargo em Roma.

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