O mundo pertence a Greta e às suas irmãs

Mais Lidos

  • “Os israelenses nunca terão verdadeira segurança, enquanto os palestinos não a tiverem”. Entrevista com Antony Loewenstein

    LER MAIS
  • Golpe de 1964 completa 60 anos insepulto. Entrevista com Dênis de Moraes

    LER MAIS
  • “Guerra nuclear preventiva” é a doutrina oficial dos Estados Unidos: uma visão histórica de seu belicismo. Artigo de Michel Chossudovsky

    LER MAIS

Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

16 Março 2019

“Os nossos políticos serão lembrados como os maiores malvados de todos os tempos se optarem por não ouvir, por não agir.” Assim afirma Greta Thunberg, a ativista sueca de 16 anos, a respeito da Comissão Europeia no dia 21 de fevereiro passado. Mas não há apenas Greta: as vozes dos jovens ambientalistas de todo o mundo estão se tornando cada vez mais fortes e decididas, e foram ouvidas nessa sexta-feira, 15, na Global Strike for Future [Greve Global pelo Futuro].

A reportagem é de Ludovica Di Ridolfiin, publicada em Il Fatto Quotidiano, 15-03-2019. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Em 98 países, envolvendo mais de 1.300 cidades, estudantes de escolas e universidades se manifestarão do lado de fora das prefeituras e dos Parlamentos nacionais para pedir compromissos concretos contra as mudanças climáticas que estão destruindo o planeta. A Itália está entre as nações mais ativas, com as suas 109 praças, de norte a sul do país. Tudo a exemplo de Greta, que, em dezembro do ano passado, começou a protestar diariamente em frente ao Parlamento de Estocolmo, empunhando o cartaz: “Greve da escola pelo clima”. E, em poucos meses, conseguiu envolver centenas de coetâneos e coetâneas.

Um antigo estudo – estamos falando de 2007, há mais de 10 anos – já mostrava que, entre as crianças entre 10 e 14 anos de idade, a metade da amostra estava profundamente preocupada com o aquecimento global: e uma em cada 4 temia até que o mundo acabaria ao longo das suas vidas.

Entre os manifestantes e os organizadores das greves, sem faltar os meninos, as líderes desse movimento juvenil são, acima de tudo, jovens mulheres.

Greta Thunberg (Suécia) – No começo, foi ela. Ela recebeu recentemente o prêmio de “Mulher do Ano” da Suécia e foi proposta para o Prêmio Nobel da Paz. No fim de abril, será lançado na Itália o seu primeiro livro, “La nostra casa in fiamme” [A nossa casa em chamas] (Ed. Mondadori). “Eu sou apenas uma mensageira, não estou dizendo nada de novo, estou apenas reiterando o que os cientistas repetidamente afirmam há décadas. Estou aqui para lhes informar que a mudança está chegando, quer vocês gostem ou não”, disse ela em uma das suas quintas-feiras na frente do Parlamento de Estocolmo.

Youna Marette (Bélgica) – Aluna de 16 anos, fez-se conhecer pelo seu discurso na Cúpula C40 de Paris: “Não defendamos a natureza: nós somos a natureza que se defende”. Youna pertence ao movimento Génération Climat, que, nas últimas semanas, organizou manifestações durante o horário escolar. Junto com ela, Anuna de Wever e Kyra Gantois (17 e 19 anos): desde o início de 2019, todas as quintas-feiras, as duas jovens mobilizam milhares de coetâneos nas praças de Bruxelas.

Alexandria Villasenor (EUA) – Treze anos são poucos, mas são o suficiente para testemunhar os incêndios que devastaram a Califórnia, sua cidade de origem, há poucos meses. Por isso, Alexandria protesta todas as sextas-feiras há 13 semanas na frente da sede da ONU: pede uma redução clara na emissão de gases do efeito estufa.

Louisa-Marie Neubauer (Alemanha) – É o rosto alemão do movimento pelo clima. Ela tem 22 anos e tem um “passado” de ativista entre manifestações e campanhas. Ela colabora com o Greenpeace e, apoiada pelos 190 grupos ambientais locais, está lutando pela erradicação do carvão até 2030.

Nadia Sparkes (Reino Unido) – Os valentões a chamavam de “menina-lixo”, porque todas as manhãs ela limpava as ruas carregando tudo o que recolhia na cesta da sua bicicleta antes de ir para a escola. A britânica de 12 anos é agora embaixadora naturalista da WWF.

Ariane Benedikter (Itália) – Natural do Tirol do Sul, 18 anos, há dois dias ela recebeu do presidente italiano, Sérgio Mattarella, o reconhecimento de “Alfiere della Repubblica”. Ela foi representante da Itália e vice-presidente da ONG Plant for the Planet.

Ridhima Pandey (Índia) – Ela tem apenas nove anos, mas o país já ouviu falar dela: Ridhima dirigiu-se ao Supremo Tribunal indiano pedindo medidas para conter enchentes, inundações e desmoronamentos que atingiram o seu Estado de origem (Uttarakkhand), matando milhares de pessoas.

Riikka Karppinnen (Finlândia) – Ela vem da Lapônia, uma terra que ela conseguiu se proteger da abertura de mais uma mina quando ela tinha apenas 15 anos, em 2009. Hoje, ela tem 24 anos, é membro do Partido Verde Finlandês, e a sua história foi contada no documentário de Petteri Saario, “Aktivisti”.

Melati e Isabel Wijsen (Indonésia) – A Indonésia é o segundo Estado do mundo em termos de poluição produzida pelo plástico. As irmãs Melati e Isabel (16 e 18 anos), naturais de Bali, fundaram a associação “Bye Bye Plastic Bags”, que hoje reúne milhares de jovens com o objetivo de limpar as praias da ilha das sacolas plásticas.

Marinel Ubaldo (Filipinas) – A sua família perdeu tudo por causa do tufão Haiyan, há seis anos. Desde então, Marinel, 22 anos, começou a travar a sua cruzada pela defesa do ambiente: “A minha mensagem aos líderes mundiais é simples: as mudanças climáticas já estão acontecendo. E é um problema que diz respeito a todos nós”.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

O mundo pertence a Greta e às suas irmãs - Instituto Humanitas Unisinos - IHU