Desmatamento recorde em Terras Indígenas de Rondônia e Mato Grosso

Mais Lidos

  • “O sínodo é como uma atualização do Vaticano II para o terceiro milênio”. Entrevista com Massimo Faggioli

    LER MAIS
  • Vattimo, Cristianismo, a verdade. Artigo de Flavio Lazzarin

    LER MAIS
  • Os de cima vêm com tudo. Artigo de Raúl Zibechi

    LER MAIS

Newsletter IHU

Fique atualizado das Notícias do Dia, inscreva-se na newsletter do IHU


Revista ihu on-line

Zooliteratura. A virada animal e vegetal contra o antropocentrismo

Edição: 552

Leia mais

Modernismos. A fratura entre a modernidade artística e social no Brasil

Edição: 551

Leia mais

Metaverso. A experiência humana sob outros horizontes

Edição: 550

Leia mais

17 Janeiro 2018

Área equivalente a mais de 1,7 mil campos de futebol foi ilegalmente desmatada em Terras Indígenas entre Rondônia e Mato Grosso. Garimpo, pastagens e extração de madeira para venda lideram o ciclo de destruição. Os dados foram extraídos de uma plataforma internacional e gratuita de monitoramento.

A reportagem foi publicada pelo portal EcoDebate, 16-01-2018.

Monitoramento mostra desmate ilegal recorde no Corredor Indígena Tupi-Mondé (Foto: André Villas-Bôas - Instituto Socioambiental (ISA))

Tecnologia de ponta e colaboração coletiva na troca e checagem de informações são a base do aplicativo Global Forest Watch (GFW), concebido pelo World Resources Institute (WRI) para o monitoramento de florestas e emissão de alertas diante de ameaças importantes. A ferramenta funciona em todo o mundo e, no Brasil, tem permitido acompanhar o desmatamento no Corredor Indígena Tupi-Mondé, área de grande pressão, situada entre Rondônia e Mato Grosso.

Imagens de satélite, dados abertos e informações fornecidas pela população local permitem mapear onde o desmate acontece na região, suas causas e agentes. “O ganho dessa metodologia é a precisão conferida pelo olhar de quem está no local. Utilizamos imagens dos satélites Landsat e Sentinel, disponibilizadas pela Agência Especial Europeia (ESA), para fazer um primeiro mapeamento e, em seguida, validamos com as lideranças indígenas locais, que ainda ajudam a identificar quem está desmatando e por quê”, explica Pedro Soares, gerente do Programa de Mudanças Climáticas do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam), que capitaneia a iniciativa, juntamente com a Equipe de Conservação da Amazônia (Ecam), a GamebeyAssociação Metaleirá do Povo Indígena Suruí e a KanindéAssociação de Defesa Etnoambiental.

As informações coletadas vão subsidiar o Boletim do Desmatamento do Tupi-Mondé, de periodicidade semestral. A primeira edição já está em circulação e analisa dados coletados entre janeiro e julho de 2017.

Nesse período, a região perdeu cerca de 1,2 mil hectares de floresta, o equivalente a mais de 1,7 mil campos de futebol. A destruição segue um ciclo já bem estabelecido. “Primeiro, vêm o corte ilegal de madeira e as atividades mineradoras de ouro ou diamante, que são de grande liquidez. O dinheiro arrecadado subsidia, mais tarde, atividades de pecuária e agricultura. Em alguns territórios, os indígenas participam, frequentemente como mão de obra, como no caso da mineração”, afirma Soares.

De acordo com ele, a perda de floresta no período atingiu as mais altas taxas já registradas na região e, no entanto, há uma ausência crônica de fiscalização. O Corredor Tupi-Mondé possui uma área total de 3,5 milhões de hectares, divididos em sete Territórios Indígenas, que abrigam 6 mil habitantes das etnias Cinta Larga, Zoró, Paiter Surui, Gavião e Arara. Ele está situado no meio do arco do desmatamento da Amazônia e integra um importante corredor florestal de grande biodiversidade.

Leia mais

Comunicar erro

close

FECHAR

Comunicar erro.

Comunique à redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Desmatamento recorde em Terras Indígenas de Rondônia e Mato Grosso - Instituto Humanitas Unisinos - IHU