Congregação para o Clero: que os padres sejam leais, tenham o “senso do belo” e nunca sejam hipócritas

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09 Dezembro 2016

Leais, nada rígidos, nunca hipócritas e com o “senso do belo”. É o perfil do padre ideal, como traçado no novo documento sobre a vocação presbiteral da Congregação para o Clero, Ratio fundamentalis institutionis sacerdotalis [disponível aqui, em italiano].

A reportagem é do sítio Vatican Insider, 07-12-2016. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

O documento, publicado em anexo ao L’Osservatore Romano, atualiza as regras fixadas em 1985 e explica nos mínimos detalhes como deve ser realizada a formação dos seminaristas, os futuros sacerdotes. “É necessário cultivar a humildade, a coragem, o senso prático, a magnanimidade de coração, a retidão no juízo e a discrição, a tolerância e a transparência, o amor pela verdade e a honestidade”, enfatiza o documento do dicastério dirigido pelo cardeal Beniamino Stella.

No capítulo dedicado à “formação humana”, lembra-se que o futuro padre deve ser acompanhado na totalidade das suas dimensões, sem esquecer o cuidado da “saúde, da alimentação, da atividade motora, do repouso”.

É de fundamental importância que o seminarista alcance uma “equilibrada autoestima, que o leve a tomar consciência dos próprios dons, para aprender a colocá-los a serviço do Povo de Deus”. O futuro padre também deve ter um gosto estético: “Na formação humana, é preciso cuidar do âmbito estético, oferecendo uma instrução que permita conhecer as diversas manifestações artísticas, educando ao ‘senso do belo’, e o âmbito social, ajudando o sujeito a melhor a própria capacidade relacional, de modo que possa contribuir para a edificação da comunidade em que vive”.

“Pareceu-nos que a formação dos sacerdotes precisava ser relançada, renovada e posta novamente no centro”, explicou o cardeal Stella ao jornal vaticano. “Fomos encorajados e iluminados pelo magistério do Papa Francisco, com a espiritualidade e a profecia que distinguem a sua palavra. O pontífice se dirigiu muitas vezes aos sacerdotes, recordando-lhes que o padre não é um funcionário, mas um pastor ungido para o povo de Deus, que tem o coração compassivo e misericordioso de Cristo para as multidões fatigadas e cansadas.”

Um bom padre deve ter o dom da escuta: “Para implementar o discernimento pastoral, é preciso colocar no centro o estilo evangélico da escuta, que liberta o pastor da tentação da abstração, do protagonismo, da excessiva segurança de si e daquela frieza que o tornaria ‘um contabilista do espírito’ em vez de ‘um bom samaritano’”.

O padre, adverte o documento, não deve ser um homem “do fazer”: “O pastor aprende a sair das próprias certezas preconcebidas e não pensará no próprio ministério como uma série de coisas a fazer ou de normas a aplicar, mas fará da própria vida o ‘lugar’ de uma escuta acolhedora de Deus e dos irmãos”.