“A Resposta Somos Nós”: indígenas voltam às ruas de Belém durante a COP30

Foto: Ana Pessoa/Mídia Ninja

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18 Novembro 2025

Manifestantes protestam contra assassinato de Guarani-Kaiowá e reivindicam urgência da demarcação de TIs e do fim do petróleo na Amazônia.

A informação é publicada por ClimaInfo, 18-11-2025.

Milhares de indígenas marcharam na 2ª feira (17/11) pelas ruas de Belém, em uma atividade da Aldeia COP, um dos espaços paralelos à programação oficial da COP30. Com o lema “A Resposta Somos Nós”, os manifestantes protestaram contra o caráter restrito da conferência, a insuficiência dos debates nas instâncias diplomáticas e cobrou mais participação das populações tradicionais, detalha o Brasil de Fato.

A violência de fazendeiros e garimpeiros contra indígenas foi abordada no ato, informa a Folha. O caso mais recente, citado na marcha, foi de um indígena Guarani-Kaiowá. Vicente Fernandes Vilhalva foi morto com um tiro na testa em um ataque atribuído a pistoleiros contra a retomada Pyelito Kue, em Iguatemi (MS), no domingo, informam Repórter Brasil, g1 e Folha. Ao menos outros quatro Guarani-Kaiowá ficaram feridos. A área integra a Terra Indígena (TI) Iguatemipeguá I, sobreposta à Fazenda Cachoeira e retomada pelos indígenas em 3 de novembro.

“Essa marcha é para trazer também essa mensagem importante da defesa da vida dos nossos defensores e defensoras, que estão fazendo a luta pelo nosso direito, pela luta territorial”, disse Kleber Karipuna, coordenador da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib). “Não é possível que em pleno século 21 lideranças indígenas que estão lutando pelo seu direito sejam brutalmente assassinadas”, acrescentou.

A marcha centrou reivindicações em cinco eixos, listados pela Agência Brasil: reconhecimento territorial como política climática; desmatamento zero e fim da exploração dos combustíveis fósseis e de mineração nos territórios; proteção dos defensores; acesso direto ao financiamento climático; e participação com poder real.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, participou da marcha. No início da manifestação, ela quebrou o protocolo ao não ficar no carro principal de som, mas abraçada, cantando e dançando com outros indígenas. Quando falou ao microfone, garantiu que o governo iria anunciar novas demarcações de Territórios Indígenas.

Já no fim da tarde de ontem, o governo anunciou a demarcação de 10 TIs. A lista inclui Territórios Indígenas na Bahia, Amazonas, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco, Paraná e São Paulo, ocupados pelos Povos indígenas Mura, Tupinambá de Olivença, Pataxó, Guarani-Kaiowá, Munduruku, Pankará e Guarani-Mbyá.

A marcha indígena na COP30 e novidades sobre demarcações de TIs foram noticiadas por Sumaúma, UOL, Brasil de Fato, Jornal de Brasília, g1, Sul21, Diário do Pará e Repórter Brasil.

Em tempo

A Jovem Campeã do Clima da COP30, Marcele Oliveira, conduziu uma roda de conversa com 30 crianças e jovens de vários países e diferentes regiões do Brasil, ontem, dia da conferência dedicado à juventude. Marcele instigou o grupo com uma pergunta dirigida às futuras salas de negociação: “Se vocês pudessem estar lá dentro, o que diriam?” As respostas foram bem diretas. Como a de João, de 11 anos, que afirmou que proporia a eliminação dos combustíveis fósseis, relata a TVT. Para ele, existem alternativas com impactos menores ao planeta. João ainda questionou quando as ideias das crianças passarão a ser implementadas, e não apenas ouvidas. “Nós vamos viver as causas das mudanças climáticas. Precisamos ter essa voz”, disse.O recado chegou às mesas de decisão ontem: quem está negociando soluções para estancar a crise climática precisa ouvir quem herdará o planeta, reforça a CNN Brasil. Isso porque mais de 600 crianças de 12 países, de quatro continentes, enviaram suas percepções, preocupações e expectativas sobre o futuro climático da Terra para organizadores da COP30, no Pavilhão de Crianças e Juventudes, na Zona Azul.

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