26 Setembro 2025
O presidente emite a ordem executiva sancionando a transferência da plataforma para os Estados Unidos. Entre os investidores estão Dell e Murdoch.
A reportagem é de Filippo Santelli, publicada por La Repubblica, 26-09-2025
Não mais chinesa, sob controle americano, mas também um pouco emiradense. Enquanto Donald Trump assina a ordem executiva que sanciona a transferência das operações americanas do TikTok para mãos americanas, uma assinatura anunciada durante a noite, novos detalhes estão surgindo sobre os novos acionistas da plataforma de minivídeos. Ao lado da gigante da nuvem Oracle, cujo proprietário Larry Ellison é o homem mais rico do mundo e próximo de Trump, e do fundo de investimento Silver Lake, surgiu o nome da MGX, a empresa estatal emiradense dedicada ao desenvolvimento de inteligência artificial e outras tecnologias de ponta. Juntos, espera-se que eles controlem aproximadamente 45% da empresa, avaliada em € 14 bilhões. Como previsto anteriormente, os fundadores chineses da ByteDance ficarão com pouco menos de 20%. Os 35% restantes serão, portanto, divididos entre alguns dos investidores de longa data da rede social e novos acionistas, incluindo Michael Dell e Rupert Murdoch.
Assinatura de Trump
A ordem executiva de Trump estipula que o acordo cumpre os termos de uma lei aprovada em 2023 por votação bipartidária no Congresso, que declarou que a propriedade chinesa do TikTok representava uma ameaça à segurança nacional: o braço americano deveria ser alienado ou encerrado. Após retornar à Casa Branca, Trump adiou repetidamente o ultimato, buscando um acordo com Pequim, que acabou se concretizando.
Troca de favores
No cerne da questão está o destino do algoritmo do TikTok, o coração pulsante de sua tecnologia e o segredo aberto de seu sucesso hipnotizante. Nem tudo está claro, mas, segundo rumores, o acordo prevê que a ByteDance o licencie para a nova empresa americana, que poderá "retreiná-la" se desejar. O TikTok USA terá um conselho de administração com maioria de americanos e apenas um nomeado pelos chineses. A Oracle, que já "hospeda" dados de usuários americanos em seus servidores, monitorará sua segurança. Após o recente telefonema com Trump, Xi disse que a China não se oporá ao que ele descreve — também para salvar a face — como um "acordo business-to-business". Em breve ficará claro quais outras concessões, se houver, ele obteve em troca.
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