22 Setembro 2025
Dúvidas, desconfiança, saída da Igreja: até mesmo as crianças percebem o quanto a ceticismo em relação à Igreja aumentou. A filha de Stefanie Heinrichs se preocupa com as críticas à Igreja, críticas com as quais até os bispos em Fulda têm dificuldade.
A informação é de Stefanie Heinrichs, publicada por Katolish.de, 22-09-2025.
Recentemente, uma criança foi batizada em nosso círculo de conhecidos – com cinco anos. Os pais haviam refletido por muito tempo se esse passo era o certo para eles. Algumas pessoas ao redor reagiram com alegria, outras com ceticismo. Frases como: "O quê, vocês querem batizar seu filho? Eu pensaria bem… nesse clube", rapidamente se espalharam.
Minha filha ouviu essas conversas. E, como as crianças fazem, perguntou diretamente: "Mamãe, por que algumas amigas foram batizadas – e outras não? E por que as pessoas falam tão mal da Igreja?"
Para ela, como criança, isso era confuso. Para nós adultos, a má imagem da Igreja já faz parte do dia a dia: menor vínculo com a Igreja, quase nenhuma confiança, alto número de saídas. Antes, ir à igreja era natural – como o toque do sino aos domingos, que lembrava a todos: agora é hora da missa. Hoje, porém, ele se soma a uma ampla variedade de opções: dormir até mais tarde, tomar um café da manhã prolongado com a família, praticar esportes, passeios. O que antes era um hábito fixo agora é apenas uma opção entre muitas. Minha filha resumiu bem: por que uma família vive sua fé e outra não?
Em sua assembleia de outono, em Fulda, os bispos alemães discutem como a Igreja pode permanecer visível em uma sociedade secular.
Essas questões são refletidas na pesquisa sobre a filiação à Igreja publicada em 2023: cada vez menos pessoas acreditam em Deus, cada vez menos confiam na Igreja. Especialmente dramático: mesmo em ambientes próximos à Igreja, o vínculo está se enfraquecendo. Muitos pais não transmitem mais a fé – porque eles mesmos estão inseguros ou desconfiam da instituição.
Pessoas que encontramos no dia a dia saíram da Igreja, questionam sua fé ou dizem abertamente: "Não preciso da Igreja para acreditar". É aqui que se revela a gravidade do estudo: a distância não é apenas externa, ela atinge o coração da própria fé.
Os bispos também enfrentam essas questões. Em Fulda, eles discutem na assembleia de outono como a Igreja pode continuar visível em uma sociedade secular. E, enquanto a liderança da Igreja debate a grande linha, minha filha faz a pergunta simples: "E o que se pode fazer para que as pessoas não fiquem mais bravas com a Igreja?" Talvez em Fulda seja possível encontrar novas respostas: não de forma teórica, mas de maneira que funcionem no dia a dia – para famílias, crianças, fiéis e buscadores. Só então a estatística poderá se transformar novamente em confiança.
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