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Por que tantos padres estão doentes? Artigo de Domenico Marrone

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15 Setembro 2025

"A comunhão sacerdotal envolve caminhar juntos, compartilhando lutas, alegrias e decisões. Quando o bispo se coloca em um lugar muito alto, como uma figura distante ou inalcançável, o equilíbrio fraterno é rompido, criando um abismo não apenas funcional, mas humano", escreve Domenico Marrone, teólogo e padre italiano, professor no Instituto Superior de Ciências Religiosas de Bari, na Itália, em artigo publicado por Settimana News, 12-09-2025.

Eis o artigo.

No cenário eclesial atual, o mal-estar de muitos padres não advém apenas de fatores externos, mas está enraizado na fragilidade do vínculo espiritual, humano e pastoral com o próprio Bispo. O Diretório para a Pastoral dos Bispos oferece orientações claras e proféticas, muitas vezes ignoradas na prática. Redescobri-las pode ser a chave para regenerar a comunhão e reavivar a missão [1].

Não podemos mais evitar a pergunta que muitos fazem, silenciosa ou em voz alta, nos presbitérios: por que tantos padres sofrem? Certamente, as razões são muitas e complexas: uma crise de sentido, o envelhecimento do clero, o isolamento relacional, a solidão emocional, a tensão de ser um líder em um mundo em rápida transformação. Mas, por baixo, muitas vezes, reside um sofrimento mais sutil e profundo: a percepção de não pertencer verdadeiramente a uma comunhão viva.

O padre e seu bispo

O padre é, por sua própria natureza, um homem imerso em uma relação: com Deus, com o povo, com o Bispo, com o presbitério. Sua identidade não é autossuficiente nem autorreferencial: nasce e cresce dentro de uma rede de vínculos. Quando um desses vínculos se enfraquece — ou pior, se rompe —, a pessoa inteira sofre, não apenas sua "eficácia pastoral".

Em particular, o vínculo com o Bispo — como figura de referência sacramental e afetiva — tem um valor estrutural. Como enfatiza o Diretório, "a união de vontade e propósito com o Bispo aprofunda a união com Cristo". Não se trata de uma subordinação funcional, mas de uma comunhão mística, eclesial e missionária. O sacerdote não atua sozinho: ele está inserido num corpo, participa de uma unidade maior e sente-se gerado e protegido numa relação de amor e corresponsabilidade.

Quando essa comunhão é percebida como frágil, distante ou puramente hierárquica, o sacerdote se vê espiritualmente órfão. Ele não tem mais um ponto de referência emocional e paterno que o sustente. Ele não tem mais um irmão mais velho com quem se comparar, um amigo em quem confiar. E, portanto, o risco é duplo: ou ele se fecha em si mesmo, refugiando-se em um ministério pastoral solitário e defensivo, ou desenvolve uma atitude passiva, adaptando-se para sobreviver, desprovido de impulso ou visão.

Muitos padres hoje se queixam justamente disso: de não serem reconhecidos por sua trajetória pessoal, seus esforços, suas percepções pastorais. Sentem-se como meros "funcionários do culto" ou "engrenagens de uma organização", em vez de amados e apoiados. Sua crise, portanto, não é apenas o cansaço pelo excesso de trabalho, mas uma ferida em sua dignidade vocacional, em sua necessidade de serem vistos, ouvidos e estimados.

Padre-bispo: uma relação não formal

Isso resulta em dinâmicas relacionais frequentemente marcadas por tensão, suspeita e um sentimento de inadequação ou abandono. E não é incomum que a ausência de um relacionamento significativo com o Bispo — não nutrido por encontros genuínos e diálogo fraterno — gere um sentimento latente de fracasso ou de não pertencimento, a ponto de minar a própria identidade do ministério. É aí que, em muitos casos, reside a raiz espiritual da depressão sacerdotal.

Diante dessa realidade, o convite do Diretório assume força profética: reuniões, decretos, circulares ou lembretes de fidelidade e comunhão não bastam. É necessária uma reforma do estilo relacional dentro da diocese, partindo da consciência de que a comunhão é geradora e de que todo sacerdote precisa, como todos os outros, saber que sua vida tem significado para alguém, é amado por alguém e protegido por alguém.

Só assim a confiança pode ser regenerada. Só assim a obediência pode se tornar liberdade, o entusiasmo pela missão, a solidão, uma oportunidade de comunhão. O desconforto não desaparecerá com um planejamento melhor. Mas pode ser transfigurado quando o vínculo com o pai e irmão na fé — o Bispo — voltar a ser fonte de vida, não uma formalidade institucional.

O Diretório para a Pastoral dos Bispos nos oferece uma síntese poderosa e concreta da face episcopal: o Bispo deve ser pai, irmão e amigo de seus presbíteros. Essas três palavras profundamente evangélicas não são ornamentos poéticos, mas coordenadas fundamentais para a construção de relações pastorais saudáveis ​​e produtivas. Onde essa tríplice face está ausente ou distorcida, surge no coração do presbítero um desequilíbrio afetivo e vocacional difícil de preencher.

A paternidade do bispo

O Bispo é chamado a ser um gerador de vida, um "transmissor de vida" [2], não apenas um administrador de estruturas. Como um pai, ele acompanha sem controlar, corrige sem humilhar, dá confiança e não apenas indicações. Quando falta esse rosto, o sacerdote pode sentir-se como um "filho abandonado" ou um "empregado subalterno". A ausência de paternidade cria um clima de frio distanciamento, onde o sacerdote se percebe como uma "mônada operacional", não como uma parte viva de um corpo no qual é amado e reconhecido.

Nessa perspectiva, a paternidade episcopal não é um conceito simbólico ou ornamental, mas uma pedra angular teológica, relacional e espiritual sobre a qual repousam a vida do presbitério e a fecundidade da missão.

Como toda verdadeira paternidade, a do Bispo não surge de dentro, mas de uma origem recebida e transmitida. O Bispo é pai porque transmite uma vida que vem de Outro: é chamado a ser o guardião e testemunha da origem apostólica, aquele que conecta a comunidade e o presbitério à Tradição viva da Igreja, assegurando a unidade com Cristo Cabeça. É em sua conexão com a Eucaristia, com a Palavra e com a Igreja universal que ele pode cumprir a tarefa de "passador da vida", gerando e regenerando a comunhão entre seus sacerdotes, não como um administrador ou funcionário, mas como um pai gerador.

Neste sentido, o Bispo não é o mestre do presbitério, mas aquele que salvaguarda a sua identidade profunda, tornando-se sinal visível de uma origem comum e de uma vocação partilhada. A sua pessoa reflete a presença de Cristo Bom Pastor, que ama, une e se doa. Quando este vínculo é vivido com autenticidade e espírito evangélico, também os vínculos jurídicos da Igreja aparecem como expressão natural de uma profunda comunhão espiritual (cf. Apostolorum Successores, 190).

Mas a paternidade não se limita a transmitir as origens: é um apoio no crescimento. Um verdadeiro pai não pede aos filhos que sejam seus clones, mas os acompanha em seu desenvolvimento, ajudando-os a desenvolver seu potencial, a amadurecer em liberdade e a frutificar em sua vocação específica. Da mesma forma, o Bispo, pai dos sacerdotes, não apaga as diferenças, mas as valoriza; não impõe sua vontade, mas orienta e encoraja; não se conforma, mas abre espaço para a graça de Deus que atua em cada um.

O Diretório dos Bispos expressa isso claramente: o bispo "deve comportar-se para com seus presbíteros não tanto como um mero governante diante de seus súditos, mas como um pai e um amigo" (191). A paternidade episcopal é tal quando sabe cultivar um clima de afeto, confiança, escuta mútua, em que a obediência não é vivida como uma imposição, mas como um ato livre e convicto de comunhão e corresponsabilidade.

Um pai não dá ordens de cima: ele explica, compartilha, motiva e envolve, e ao fazer isso, ensina liberdade, não dependência. Sua autoridade vem dos relacionamentos, não da distância.

O Bispo também é pai porque guia seus sacerdotes rumo ao futuro. Ele não os mantém na infância clerical, mas os acompanha em seu crescimento na fé e no ministério. O objetivo não é o controle, mas a responsabilidade compartilhada na missão, o crescimento de uma fraternidade evangélica capaz de ler os sinais dos tempos e responder com criatividade e fidelidade.

Um verdadeiro pai não teme a autonomia dos seus filhos, porque não confunde comunhão com conformismo. Da mesma forma, o Bispo deve ajudar os seus sacerdotes a "darem o melhor de si", valorizando ao máximo os dons recebidos, com a maturidade e a liberdade dos filhos de Deus. Desta forma, a comunhão não se limita à disciplina, mas está enraizada num projeto partilhado, numa visão comum e num amor mútuo que torna a missão eclesial credível e frutífera.

Numa época em que a figura paterna é frequentemente contestada ou ausente, o Bispo é chamado a redescobrir a sua própria paternidade como uma aventura espiritual. Não se é pai por decreto, mas por relação. E a paternidade para com os sacerdotes constrói-se dia a dia, através da escuta, da proximidade, do perdão e do respeito mútuo.

Um pai é o Bispo que sabe chorar com os que choram, que sabe alegrar-se com os sucessos dos seus seguidores, que corrige sem humilhar, que apoia sem se intrometer. Um pai é o Bispo que não se coloca no centro, mas abre espaço para os outros, que não toma para si, mas dá. Um pai é aquele que não tem medo de ser um "transmissor da vida", isto é, um mediador de uma origem, de um caminho, de um futuro que não lhe pertence, mas que ele salvaguarda em nome de um Outro.

Na vida dos sacerdotes, o Bispo pode verdadeiramente tornar-se uma figura-chave na promoção da fidelidade, da alegria e da perseverança no ministério. Mas isso só será possível se ele escolher viver a sua paternidade não como um título honorífico, mas como uma profunda exigência do Evangelho, como um dom a ser acolhido e uma tarefa a ser exercida com humildade, sabedoria e paixão.

Só assim Ele pode ser – como o Pai celeste – aquele que gera a vida, nos sustenta no caminho e nos guia com amor rumo à plenitude.

A fraternidade amigável no presbitério

A comunhão sacerdotal envolve caminhar juntos, compartilhando lutas, alegrias e decisões. Quando o bispo se coloca em um lugar muito alto, como uma figura distante ou inalcançável, o equilíbrio fraterno é rompido, criando um abismo não apenas funcional, mas humano. O padre se sente sozinho ao carregar o peso do seu ministério. Em vez disso, a fraternidade episcopal deve se expressar na proximidade, na partilha sincera, até mesmo na vulnerabilidade.

Jesus disse aos seus seguidores: "Já não vos chamo servos, mas amigos" (João 15,15). A amizade é um estilo pastoral. Significa confiança mútua, segurança, liberdade de discussão e atenção personalizada. Sem essa dimensão, tudo se esvai na formalidade. A autoridade, desprovida de afeto, perde credibilidade e calor. Muitos padres não desejam um bispo perfeito, mas um homem aberto ao encontro, que se mostre humano, próximo e autêntico.

Quando essas três dimensões se entrelaçam harmoniosamente, o Bispo se torna verdadeiramente um sinal de Cristo Cabeça e Servo para seus sacerdotes. Quando, porém, o papel de governador — administrador de crises, nomeado, defensor da instituição — é privilegiado, gera-se distanciamento, medo e, às vezes, hostilidade. E toda a Igreja sofre, porque sem a comunhão afetiva e concreta entre Bispo e sacerdotes, até mesmo o Evangelho perde credibilidade.

Uma das questões mais delicadas e incompreendidas nas relações episcopais é o tema da obediência. Frequentemente invocado, seu verdadeiro significado raramente é compreendido. O Diretório lembra que "o exercício da obediência se torna mais suave [...] se o Bispo explicar aos interessados ​​as razões de suas decisões". Mas a prática em muitas dioceses conta uma história diferente.

Em muitas situações, a obediência aparece como uma ação executiva exigida unilateralmente, sem o apoio de um diálogo verdadeiro, sem explicações, sem processos de discernimento comunitário. A lógica é frequentemente a da ordem e da delegação, do "faz-se porque eu mando", em vez da lógica evangélica da escuta mútua, da confiança compartilhada e do diálogo adulto. Dessa forma, a obediência se transforma de um dinamismo espiritual em um fardo moral, de uma escolha libertadora em uma restrição imposta.

Quando o padre não consegue compreender o significado das decisões que lhe dizem respeito, ou quando as percebe motivadas pela lógica do poder ou do equilíbrio político, a obediência fere em vez de edificar. Surgem decepções, amarguras e ressentimentos. A obediência, para ser evangélica, deve nascer da comunhão, não da subordinação. Quando falta comunhão, mesmo a obediência mais fiel torna-se fonte de sofrimento e cansaço.

Para sanar esse nó, é necessária uma cultura de diálogo e corresponsabilidade, onde os padres sejam reconhecidos como interlocutores maduros, não meros executores. O bispo deve ser capaz de explicar, engajar, motivar e até mesmo – quando necessário – ouvir as divergências com respeito. Somente assim a obediência poderá voltar a ser um ato livre de amor para com a Igreja, e não uma renúncia forçada à própria dignidade.

O Diretório adverte: "mostre igual cuidado e atenção a cada sacerdote". No entanto, muitos sacerdotes sofrem tratamento desigual, favoritismo e critérios opacos em nomeações e avaliações. Alguns se sentem penalizados por sua liberdade de pensamento ou sinceridade; outros, no entanto, parecem desfrutar de consideração privilegiada por sua docilidade ou silêncio.

A comunhão eclesial não pode tolerar esse tipo de desequilíbrio. A fraternidade sacerdotal se rompe quando a justiça é percebida como ausente ou negligenciada. E o primeiro sinal de justiça é a transparência: no discernimento, nas escolhas pastorais, nos critérios utilizados para atribuir tarefas e avaliar pessoas.

Além disso, a Igreja não pode mais se dar ao luxo de sufocar carismas. Cada sacerdote é um dom para a Igreja. Cada um tem sua própria história, sensibilidade e experiência. O Bispo, como pai e pastor, é chamado a fomentar esses carismas, não a padronizá-los. Uniformidade não é unidade. E o controle muitas vezes surge do medo de perder poder, não da preocupação com o bem comum.

Quando o Bispo incentiva a iniciativa, a criatividade pastoral e a busca de novos caminhos, os sacerdotes se sentem parte viva de uma Igreja em movimento. Mas quando cada proposta é vista como uma ameaça e cada desvio como um ato de rebelião, então surgem o conformismo, a mediocridade e o cansaço. Comunhão nunca é homogeneização. É uma sinfonia de vozes diversas, unidas pelo mesmo Espírito.

O nó dos relacionamentos

Não se trata apenas de práticas organizacionais ou de gestão de recursos. O verdadeiro ponto crucial hoje é a qualidade dos relacionamentos. Onde há comunhão genuína, todo o resto se constrói: as dificuldades são enfrentadas, os esforços são compartilhados, as soluções são buscadas em conjunto. Onde os relacionamentos são frágeis, danificados ou inexistentes, até as estruturas mais eficientes entram em colapso.

O Bispo, como pastor do seu presbitério, é chamado a remodelar a cultura relacional da sua Igreja. Isso implica:

  • Estar presente: não apenas nos momentos oficiais, mas na vida cotidiana, nos momentos delicados, nas crises pessoais.
  • Escutar de verdade: não para coletar informações, mas para entrar no coração do sacerdote.
  • Acompanhar com discrição e verdade: sem invadir, mas também sem abandonar.
  • Incentive a responsabilidade compartilhada: confie no padre, envolva-o, aceite sua liberdade e seus esforços.
  • Formar para uma verdadeira sinodalidade: onde cada voz é ouvida e cada decisão é fruto de discernimento compartilhado.
  • A Comunhão é a missão primordial do bispo. É a fonte da paz do sacerdote. É o rosto visível da Igreja.

Em um tempo marcado por múltiplas crises — vocacionais, espirituais e emocionais — intervenções emergenciais ou reformas organizacionais não são suficientes. Precisamos de uma conversão de perspectiva, de uma reforma de relacionamentos. Os bispos devem verdadeiramente voltar a ser pais, irmãos e amigos. E os padres devem se sentir reconhecidos como filhos, companheiros e colaboradores, não como empregados ou súditos.

É a caridade, mais do que a lei, que estabelece a comunhão eclesial. É o amor que torna a autoridade autoritativa. E só a caridade é capaz de gerar obediência alegre, verdadeira fraternidade e ministério fecundo. Se o Bispo é sinal de Cristo, que o seja não apenas na catedral, mas na sua relação viva com cada um dos seus sacerdotes. Assim, o Evangelho pode continuar a ser credível, mesmo em meio à fragilidade das nossas estruturas.

Notas

[1] Nesta contribuição faço referência particular ao n. 76 do Diretório, que reproduzo aqui na íntegra: “O Bispo, pai, irmão e amigo dos sacerdotes diocesanos. A relação entre o Bispo e o presbitério deve ser inspirada e alimentada pela caridade e por uma visão de fé, para que os próprios vínculos jurídicos, derivados da constituição divina da Igreja, apareçam como consequência natural da comunhão espiritual de cada um com Deus (cf. Jo 13,35). Desta forma, o trabalho apostólico dos sacerdotes será também mais fecundo, visto que a união de vontade e intenções com o Bispo aprofunda a união com Cristo, que continua o seu ministério como cabeça invisível da Igreja através da Hierarquia visível.

No exercício do seu ministério, o Bispo deve comportar-se para com os seus sacerdotes não tanto como um mero governante perante os seus súbditos, mas sim como um pai e um amigo. Deve empenhar-se totalmente em promover um clima de afeto e confiança, para que os seus sacerdotes respondam com uma obediência convicta, agradável e segura. O exercício da obediência torna-se mais doce, e não enfraquecido, se o Bispo, na medida em que “O Bispo, na medida do possível e salvaguardando sempre a justiça e a caridade, manifeste aos interessados ​​as razões das suas disposições. Tenha igual cuidado e atenção para com cada sacerdote, porque todos os sacerdotes, embora dotados de aptidões e capacidades diversas, são igualmente ministros ao serviço do Senhor e membros do mesmo presbitério.

O Bispo fomente o espírito de iniciativa dos seus sacerdotes, evitando que a obediência seja entendida de forma passiva e irresponsável. Procure que cada um dê o melhor de si e se doe generosamente, pondo em jogo as próprias capacidades ao serviço de Deus e da Igreja, com a maturidade de filhos de Deus” (CONGREGAÇÃO PARA OS BISPOS, Diretório para o Ministério Pastoral dos Bispos Apostolorum successes, n. 76).

[2] Cf. Xavier Lacroix, Transeuntes. Ensaio sobre a paternidade, EDB, 2005.

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