Tarifaço atingirá quase 60% da exportação brasileira aos EUA

Foto: Bernd 📷 Dittrich/Unsplash

Mais Lidos

  • Legalidade, solidariedade: justiça. 'Uma cristologia que não é cruzada pelas cruzes da história torna-se retórica'. Discurso de Dom Domenico Battaglia

    LER MAIS
  • Estudo que atestava segurança de glifosato é despublicado após 25 anos

    LER MAIS
  • Momento gravíssimo: CNBB chama atenção para votação e julgamento sobre a tese do Marco Temporal

    LER MAIS

Assine a Newsletter

Receba as notícias e atualizações do Instituto Humanitas Unisinos – IHU em primeira mão. Junte-se a nós!

Conheça nossa Política de Privacidade.

Revista ihu on-line

O veneno automático e infinito do ódio e suas atualizações no século XXI

Edição: 557

Leia mais

Um caleidoscópio chamado Rio Grande do Sul

Edição: 556

Leia mais

Entre códigos e consciência: desafios da IA

Edição: 555

Leia mais

01 Agosto 2025

Decreto assinado por Trump definiu lista de quase 700 exceções, mas produtos estratégicos da pauta de exportação do Brasil para os EUA não foram poupados, como carne e café. Tarifa entra em vigor em 6 de agosto.

A reportagem é publicada por DW, 31-07-2025.

A tarifa de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos confirmada na quarta-feira (30/07) por Donald Trump deixou 694 produtos de fora, o que representa cerca de 43,4% do total exportado pelo Brasil para o mercado americano. A estimativa preliminar é da Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham).

A entidade estima que os itens protegidos do tarifaço representam 18,4 bilhões de dólares – o total exportado pelo Brasil aos EUA em 2024 foi de 42,3 bilhões de dólares.

Na lista de exceções, estão itens de peso da pauta comercial brasileira, como petróleo, combustíveis, suco e polpa de laranja, minérios, fertilizantes, motores, peças, componentes e aeronaves civis. No entanto, ficaram de fora produtos como café e carne bovina, que tiveram a taxação de 50% confirmada no decreto assinado por Trump.

O Brasil é maior exportador mundial de café, com os EUA sendo o maior comprador. Em 2024, as exportações de café para os americanos foram de quase 2 bilhões de dólares (16,7% do total).

Alívio parcial

Apesar de lamentarem a medida, governo e o setor produtivo brasileiro esperavam inicialmente um impacto maior do tarifaço – o maior entre os países que exportam aos EUA –, anunciado por Trump em 9 de julho.

"Embora essas exceções atenuem parcialmente os efeitos da tarifa de 50% anunciada, a Amcham reforça que ainda há um impacto expressivo sobre setores estratégicos da economia brasileira. Produtos que ficaram de fora da lista continuam sujeitos ao aumento tarifário, o que compromete a competitividade de empresas brasileiras e, potencialmente, cadeias globais de valor", afirmou a Amcham, em nota.

Entre os produtos fora do tarifaço que mais causam impacto em valor exportado estão combustíveis, abrangendo 76 produtos, com 8,5 bilhões de dólares exportados em 2024. Em seguida, aparecem aeronaves, o que engloba 22 produtos e 2 bilhões de dólares em vendas ao mercado americano. Ferro e aço, com exportação de 1,8 bilhão de dólares, e pastas de madeira (celulose), com 1,7 bilhão de dólares, também são destaque na lista de exceções.

De acordo com o texto, a medida, que passará a vigorar a partir de 6 de agosto, seria uma resposta a ações do governo brasileiro que, segundo a Casa Branca, são uma ameaça "incomum e extraordinária à segurança nacional, à política externa e à economia dos EUA".

O comunicado volta a citar o processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal federal (STF), acusando o governo brasileiro de cometer graves violações aos direitos humanos através de "perseguição, intimidação, assédio, censura e acusação politicamente motivadas".

"O presidente Trump tem reafirmado consistentemente seu compromisso de defender a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos contra ameaças estrangeiras, inclusive salvaguardando a liberdade de expressão, protegendo empresas americanas de censura coercitiva ilegal e responsabilizando violadores de direitos humanos por seu comportamento ilegal", afirmou o decreto, que teve como base a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, de 1977.

Leia mais