23 Julho 2025
Uma tarifa uniforme de 25% causa um aumento de custos de 41,9 mil milhões de dólares para os três grandes grupos do setor de Detroit.
A reportagem é de Diego Longhin, publicada por La Repubblica, 23-07-2025.
As primeiras a sofrer o impacto negativo das tarifas de Trump são as montadoras americanas, as mesmas que, segundo a Casa Branca, devem se beneficiar da nova política protecionista. Os últimos números são da General Motors, que fechou o segundo trimestre com prejuízo de 35,4%, de US$ 1,9 bilhão, enquanto a receita caiu 1,8%, para US$ 47,1 bilhões, com as taxas alfandegárias americanas sobre o setor desferindo um duro golpe, chegando a US$ 1,1 bilhão. E as projeções da GM para o ano indicam um impacto negativo das tarifas entre US$ 4 e US$ 5 bilhões. Isso é mais do que o esperado pela ítalo-franco-americana Stellantis, que estima um impacto negativo entre US$ 1 e US$ 1,5 bilhão. A Ford Motor também considera um possível impacto de até US$ 1,5 bilhão em seu lucro operacional devido às tarifas para 2025.
Por outro lado, é importante entender que o setor automobilístico norte-americano é um sistema único e amplo, composto por diversas fábricas nos Estados Unidos, Canadá e México, de onde saem componentes e peças. E grande parte da montagem está localizada fora dos Estados Unidos. A tarifa de 25% atualmente só está causando prejuízos para as montadoras, pelo menos até que a produção seja transferida do México e Canadá para os EUA, como Trump deseja. Mas as fabricantes temem que as perdas de participação de mercado, devido aos preços mais altos e à perda de vendas, nunca sejam recuperadas.
A previsão da GM para um segundo semestre de 2025 mais fraco reflete volumes "sazonalmente menores", aumento nos gastos com lançamentos de novos veículos e dois trimestres impactados por tarifas. O grupo com sede em Detroit espera um lucro operacional anual entre US$ 10 bilhões e US$ 12,5 bilhões, após reportar um lucro de US$ 6,5 bilhões no primeiro semestre do ano. A CEO Mary Barra enfatiza que a empresa está reorganizando algumas operações em vista das tarifas, reiterando seu investimento de US$ 4 bilhões em fábricas nos EUA.
O Centro de Pesquisa Automotiva afirma que uma tarifa uniforme de 25% sobre todos os parceiros comerciais resultaria em um aumento de US$ 107,7 bilhões nos custos para todas as montadoras dos EUA e um aumento de US$ 41,9 bilhões nos custos para as Três Grandes: Stellantis, General Motors e Ford. Muito depende da participação das fabricantes na montagem dos EUA. Ford e Tesla, por exemplo, sofrerão um impacto menor porque sua participação na produção nos EUA é alta, enquanto para a General Motors os riscos são maiores, como mostram as previsões do CEO Barra.
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