18 Junho 2025
Trump convoca Conselho de Segurança Nacional sobre a entrada em guerra: "Parem o programa nuclear". "Já temos controle sobre os céus de Teerã. Sabemos onde Khamenei está escondido, por enquanto não o mataremos, mas nada de mísseis contra americanos".
A reportagem é de Paolo Mastrolilli, publicada por La Repubblica, 18-06-2025.
“Rendição incondicional”. Este foi o ultimato emitido ontem pelo presidente Trump contra o regime iraniano, antes da reunião do Conselho de Segurança Nacional, realizada na Casa Branca para discutir se a diplomacia deveria continuar ou entrar em guerra ao lado de Israel. Teerã se viu, portanto, diante de uma escolha clara e imediata: desistir de seu programa nuclear ou sofrer uma intervenção americana que visaria destruí-lo, criando as condições para a queda do regime. Mas o Ministério das Relações Exteriores da Rússia alertou: “Os ataques de Israel são ilegais e ameaçam expor a comunidade internacional a uma catástrofe nuclear. A solução só pode ser diplomática”.
Já na noite de segunda-feira, ao retornar mais cedo do G7 no Canadá, Trump havia antecipado essa dinâmica, afirmando que seu objetivo é "o fim do problema, não um cessar-fogo". Em seguida, negou ter contatado o Irã para retomar as negociações, afirmando que o regime sabe como contatá-lo, se quiser. No entanto, alertou os aiatolás que, se atacarem alvos americanos, "responderemos com firmeza, não haverá freios".
Ontem de manhã, o presidente foi ainda mais longe. Primeiro, reivindicou o papel que os EUA já têm no conflito: "Agora temos controle completo e total dos céus do Irã". Em seguida, lançou um ultimato: "Sabemos exatamente onde o chamado 'Líder Supremo' está escondido. Ele é um alvo fácil, mas está seguro lá. Não temos intenção de eliminá-lo (matá-lo!), pelo menos não ainda. Mas não queremos mísseis disparados contra civis ou soldados americanos. Nossa paciência está se esgotando. Obrigado pela atenção a esta questão!" Em seguida, acrescentou uma segunda mensagem, escrita em letras maiúsculas: "RENDIDA INCONDICIONAL". Como se isso não estivesse claro o suficiente, o vice-presidente Vance acrescentou que Trump "pode tomar novas medidas" contra o programa nuclear.
Pouco depois, teve início a reunião na Casa Branca, que, segundo o site Axios, tinha como único objetivo intervir, nomeadamente bombardeando os locais subterrâneos de enriquecimento de urânio, começando por Fordow, o mais protegido sob as montanhas.
Para tanto, seriam necessárias as bombas de 13 mil quilos Massive Ordnance Penetrator, ou GBU-57, que só os EUA possuem. Além disso, para lançá-las, seriam necessários aviões B-2, que Israel não possui.
Trump pode decidir que o tempo da diplomacia acabou, a menos que Khamenei, que já transferiu poderes executivos para o Pasdaran e se refugiou em um bunker, se renda incondicionalmente. O objetivo oficial pode se limitar à destruição da infraestrutura, mas a sobrevivência do regime estaria em risco.
A Agência Internacional de Energia Atômica da ONU, que incentivou a escalada acusando o Irã de não respeitar seus compromissos nucleares, escreveu que "identificou elementos adicionais que indicam impactos diretos nas salas subterrâneas de enriquecimento de urânio de Natanz". Em vez disso, "não há nenhuma alteração a ser relatada em Isfahan e Fordow", as estruturas mais protegidas, onde a intervenção americana seria necessária.
De acordo com o site Ynet, "Israel estima que os EUA em breve se juntarão ao ataque". O chanceler alemão Merz confirmou que Trump está considerando essa decisão.
O sistema Aegis da Marinha dos EUA esteve envolvido na interceptação de mísseis lançados pelo Irã contra Israel, enquanto o Pentágono está enviando caças F-16, F-22 e F-35 para a região, além dos 30 aviões-tanque já enviados, de acordo com a Fox.
A base eleitoral de Trump, começando pelos aliados Steve Bannon e Tucker Carlson, não quer guerra, mas o embaixador dos EUA em Israel, Mike Huckabee, disse que o presidente "ouvirá a voz de Deus do céu" para agir.