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O zapatismo permite enfrentar o retorno do fascismo. Artigo de Bernardo Gutiérrez

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04 Junho 2025

"Diante do enigma zapatista, Diego Enrique Osorno sempre se apoia nos discursos do subcomandante Marcos. Palavras intergalácticas, lançadas décadas atrás à mãe terra, ressuscitadas após uma travessia inesperada sobre a mãe água. Palavras-semente de múltiplas formas de viver coletivamente", escreve Bernardo Gutiérrez, em artigo publicado por CTXT, 03-06-2025. 

Bernardo Gutiérrez é jornalista, escritor e pesquisador hispano-brasileiro. Cobre a América Latina desde 1999, atuando como correspondente no Brasil durante a maior parte desse tempo. É autor dos livros Calle Amazonas (Altaïr), #24H (Dpr-Barcelona), Pasado Mañana (Arpa Editores) e Saudades de junho (Liquid Books).

Eis o artigo.

Em 05-10-2020, quando a pandemia da covid ainda paralisava o mundo, o Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) emitiu um comunicado intitulado “Uma montanha em alto-mar”. O subcomandante insurgente Moisés explicava no texto que “diversas delegações zapatistas, homens, mulheres e outroas da cor de nossa terra, sairemos para percorrer o mundo, caminharemos ou navegaremos até terras, mares e céus distantes”. Sem dar detalhes, Moisés anunciava que uma delegação zapatista zarparia rumo à Europa em abril de 2021, para chegar a Madri em 13 de agosto de 2021, “quinhentos anos depois da suposta conquista do que hoje é o México”. Encriptada em código zapatista, a expedição da “desconquista” estava anunciada.

O zapatismo é um movimento improvável, oscilação real de uma montanha em alto mar — Bernardo Gutiérrez

Meses depois do comunicado — que passou quase despercebido —, o jornalista mexicano Diego Enrique Osorno recebeu em seu celular uma mensagem dos zapatistas cheia de suspense: em breve, receberia outra comunicação importante. Quando estava prestes a entrar no carro para passar um fim de semana na praia com a família, uma segunda mensagem o convocou para uma conversa telefônica. Na ligação, seu interlocutor zapatista lhe perguntou diretamente sobre seus planos para os meses de abril, maio e junho. Osorno, que até então pensava que o anúncio da viagem à Europa era “mais literário do que literal”, recebeu o convite para embarcar no veleiro La Montaña junto a quatro mulheres, dois homens e um outroa zapatista. Sua parte no acordo: narrar uma viagem que invertia a lógica do “descobrimento” da América. O comunicado destacava dois pontos: “Um: que não nos conquistaram. Que seguimos em resistência e rebeldia. Dois: que não têm por que pedir que lhes perdoemos nada.” Diego Enrique Osorno cancelou todos os seus planos para embarcar no Stahlratte, “o rato de aço”, um velho veleiro holandês rebatizado como La Montaña. Ele embarcou no navio que zarpou em 2 de maio de 2021, desde Isla Mujeres, no estado de Quintana Roo, rumo ao porto de Vigo. Então, ele ainda não sabia que acabaria escrevendo um livro e dirigindo um documentário. “O zapatismo é um movimento improvável, oscilação real de uma montanha em alto-mar”, escreveria após a viagem.

Memória zapatista

De sua casa em Hermosillo, no meio do deserto de Sonora, Osorno explica por videoconferência os bastidores de seu livro Na Montanha (Anagrama, 5º Prêmio Anagrama de Crônica / Fundação Giangiacomo Feltrinelli, 2024) e de seu documentário homônimo. Começa confessando que ainda se sente muito impressionado com o que viu ao chegar “ao território zapatista de Chiapas pela primeira vez, em 2003”. “Não tenho como não falar de mim. — Suspeito que coincidimos por lá, estive na comunidade zapatista de Dolores Hidalgo em 2005, nos preparativos de La Otra Campaña”, digo. “Ah, claro, eu estava lá”, ele responde. A cumplicidade dá o tom apropriado para uma entrevista que, assim como o livro Na Montanha, não versa exclusivamente sobre uma travessia de barco, mas sobre três décadas de zapatismo. Naqueles dias de agosto de 2005, os “encapuzados zapatistas”, entre eles o subcomandante Marcos, debatiam sobre La Otra Campaña, que acabaria provocando o rompimento com Manuel Andrés López Obrador, o político que encantava a esquerda mexicana e que já queria ser presidente. Durante aquelas noites em Dolores Hidalgo, dançávamos ao som da banda Marimba Rebelde, entre lama, um frio úmido e cheiro de feijão.

“Eu cheguei ao zapatismo quando ele já estava fora de moda — afirma Diego Enrique Osorno. — Eles haviam tomado a decisão radical de romper o diálogo com tudo o que implicasse grupos de poder político. Em 2001, os zapatistas chegam à Cidade do México, vão ao Congresso, apresentam os argumentos que vinham negociando há muito tempo... A esquerda, que já havia tomado o controle político da capital, em vez de se somar ao reconhecimento desses direitos, começa a mostrar mesquinhez, porque havia o cálculo de que, se se desse a vitória aos povos originários, abrir-se-ia o caminho para que o EZLN se tornasse uma força eleitoral e disputasse o poder. O zapatismo não queria poder.” O jornalista destaca que admira a coerência do movimento zapatista, que optou pela “construção de autonomia para não se tornar uma sigla política das esquerdas”. Paradoxalmente, a ideia da Travesía por la Vida surge durante o mandato de Andrés Manuel López Obrador (2018-2024), que demorou mais do que o previsto para conquistar o poder. “Hoje, no México, governa uma esquerda com o Exército e com o homem mais rico do México, Carlos Slim, ao seu lado, com uma série de interesses financeiros e com uma complacência com a integração aos Estados Unidos que, há trinta anos, teria sido inimaginável”, afirma Osorno.

Alguns trechos de discursos do subcomandante Marcos reunidos em Na Montanha ressaltam a autonomia dos territórios zapatistas de Chiapas: “Em vez de nos dedicarmos a formar guerrilheiros, soldados e esquadrões, preparamos promotores de educação, de saúde, e foram sendo levantadas as bases da autonomia que hoje maravilha o mundo; em vez de construir quartéis, melhorar nosso armamento, erguer muros e trincheiras, levantaram-se escolas, construíram-se hospitais e centros de saúde: (...) em vez de lutar por ocupar um lugar no Partenon das mortes individualizadas de baixo, escolhemos construir a vida”.

Osorno continua fascinado pela figura de Marcos, que durante La Otra Campaña se apresentava como Delegado Zero. Em 2014, transformou-se no silencioso e quase invisível Subcomandante Insurgente Galeano. Seus discursos, transformados em graphic novel pelo argentino Ian Debiase, continuam a reverberar. “Aqui tudo muda de sentido: o norte será o sul e o sul será o oeste de um nada, povo convulsionado, herdeiro de um pesadelo imperial”, afirmava o subcomandante Marcos (citação registrada no livro). “A pessoa por trás do passa-montanhas de Marcos e os povos maias que o acolheram criaram um dos personagens mais fascinantes e enigmáticos da virada do século latino-americano. Um truque de mágica terrível e maravilhoso que chamou atenção para uma das causas mais legítimas em um México que se pretendia moderno e cosmopolita em meio a um caudal de racismo, desigualdade e autoritarismos. Sua visão política, a capacidade estratégica, um potente fôlego literário, o senso de autoironia e o rigor guerrilheiro fizeram de Marcos uma referência central do movimento altermundista”, pontua o jornalista à CTXT.

Viagem inversa

A travessia interoceânica de La Montaña foi também, para Diego Enrique Osorno, um itinerário narrativo: “O literal e o literário se entrecruzam no zapatismo. A palavra revolução está sempre ligada à imaginação, ou seja, à criação de outra coisa, à surpresa de criar algo inesperado, ao deixar a imaginação ir adiante do processo. Essa travessia é filha dessa imaginação política do zapatismo e também de uma práxis muito radical”, pontua o mexicano.

Tudo na travessia interoceânica de La Montaña — movimento improvável, oscilação real — teve vocação narrativa. O barco navegou com vasos de plantas e flores: tomilho, camomila, coentro, louro, epazote, arruda, gerânios, cravos, tulipas, rosas e mañanitas, entre outras. O diário de bordo, escrito a muitas mãos, voz em off no documentário, exalava poesia: “La Montaña dá o primeiro passo com um gesto de dor, agora sangram as plantas desta montanha pequena, distante dos mapas, dos destinos turísticos e das catástrofes”. As conversas sobre o Atlântico teciam um corpo coletivo. Os navegantes falavam da “mãe água”, alter ego inesperado da mãe terra. Le zapatista otre (não binárie em gênero) medita diante da câmera: “Vamos semear, não como Hernán Cortés”. No livro, Diego Enrique Osorno fala do “grande angular” das comunidades indígenas: “Elas entendem que o mundo é amplo (e se supõe que são elas as fechadas) (...) Quem te diz: ‘Te recebo na minha casa e você não precisa deixar de ser quem é, seja negro, branco, amarelo, vermelho ou gay, lésbica, transexual’, seja o que for, te aceita assim como é e te diz para buscar o seu lugar?”

Enquanto a Europa permanecia semiconfinada devido à pandemia, o zapatismo, como escreve Osorno, “ergue velas e estende horizontes”. Javier Elorriaga, um dos zapatistas de La Montaña, resumia assim seus propósitos: “Tentar abrir janelas, dizer que não há uma única, mas muitas possibilidades de resistir”. Antes de zarpar, um jornalista fez uma pergunta ao subcomandante Moisés:

– Que significado tem para vocês fazer essa travessia que há quinhentos anos fizeram os conquistadores?

– Esta é uma invasão para semear a vida. É uma invasão para entender que o capitalismo nos invadiu no mundo inteiro e que todos devemos despertar, todos, até os ricos, se quiserem despertar. É preciso lutar pela vida. A vida está com a Mãe Terra e é preciso se organizar, se preparar, defender, mas juntos, tanto o campo quanto a cidade, porque da Mãe Terra vem o que comemos. Vivemos do ar, do oxigênio, vivemos da água que bebemos e da alimentação. Isso vem da Mãe Terra, quem não luta por isso que é a vida está perdido (resposta registrada em La Montaña).

Vamos semear, não como Hernán Cortés — Bernardo Gutiérrez

O texto de Diego Enrique Osorno acabou se tornando uma crônica narrativa, formato defendido por ele mesmo em suas páginas: “Há uma tempestade de merda cobrindo tudo, embora seguramente haja quem não veja nada. Que tem o céu limpo. Ou que veja apenas uma chuvinha de merda bonitinha. Talvez por isso a crônica seja importante, porque ajuda a ver tempestades de merda que não se veem. Uma boa crônica pode fazer até com que você sinta o cheiro do que está sendo contado. E o que o mundo cheira mal. De verdade. Há um sistema coprófago que perfuma as histórias. O desafio da nossa crônica é contar o cheiro que a morte oculta. Não é fácil, porque é tanta merda nos inundando, e há tanto tempo, que nos acostumamos com o aroma”.

Atualidade zapatista

Na montanha, recorda-se uma história em quadrinhos intitulada ¡Ay, qué mundo este!, que os zapatistas distribuíram nas comunidades de Chiapas.

– Veja só, os sete países mais ricos estão no Norte e a maioria dos países pobres fica no Sul, dizia um dos personagens.

– Agora o problema não é entre Leste e Oeste, mas entre Norte e Sul, respondia outro personagem.

– O que acontece entre Norte e Sul?

– Os pobres não têm participação. São espectadores daquilo que os outros decidem, fazem e desfrutam.

Os ricos concentram a riqueza, o poder e desfrutam dos bens. Não deixam que os pobres se desenvolvam.

Diego Enrique Osorno mantém sua admiração pelas estratégias de comunicação popular zapatistas. Enquanto ambos assistiam ao debate-reflexão da Outra Campanha em Dolores Hidalgo, em 2005, a Rádio Insurgente transmitia de algum lugar secreto. Em sua frequência, Los Leones de la Selva educavam cantando rancheras sobre biogenética: “Os transgênicos produzem inquietação e desconfiança. Multinacionais, não nos enganem com projetos criminosos”.

Desde o 1º de janeiro de 1994, quando o EZLN se levantou em armas em Chiapas, o mundo vem assistindo, com atraso, aos discursos proféticos do subcomandante Marcos. (Quase) todas as suas previsões sobre o neoliberalismo se concretizaram. “Nesses 25 anos do século XXI, a democracia, em vez de nos trazer mais liberdade, nos trouxe mais terror. O sistema, a partir de certas lógicas criminosas, busca impor suas agendas. Faz um tempo que estamos numa espécie de neblina. O zapatismo, seu discurso e sua ação política têm um ponto de apoio muito mais interessante. São um mecanismo crítico que permite enfrentar este momento, este retorno do fascismo, este capitalismo tão arrogante e descarado que vemos na caricatura sombria de Trump e Musk”, afirma Diego Enrique Osorno.

O escritor destaca a plena atualidade do zapatismo. Se nos anos 1990 o movimento seduziu os desiludidos de todas as ideologias de esquerda da Europa, o Esquadrão 421 (nome dado aos tripulantes de La Montaña) e La Extemporánea (170 mulheres, homens e crianças que chegaram posteriormente de avião) desencadearam, mais do que uma conexão ideológica, um reconhecimento interoceânico de formas de vida comunitárias. A Gira Zapatista se espalhou pela Europa semeando vida. Manifestações em Viena, Madri ou Paris. Debates. Encontros em espaços autogeridos de Madri com algumas das pessoas que participaram do II Encontro Intergaláctico pela Humanidade e contra o Neoliberalismo, de 1997, um dos primeiros encontros internacionais do zapatismo. Alguns delegados zapatistas chegaram inclusive ao Ártico para se encontrar com o povo nômade Sami.

Diego Enrique Osorno destaca que houve uma conexão fortíssima com as gerações mais jovens: “As gerações mais velhas estavam um pouco cansadas, sobrecarregadas, decepcionadas, desiludidas. As mais jovens têm angústia existencial, mas querem algo mais. A frase ‘outro mundo possível’ não era apenas uma consigna, mas uma decisão de construir outra coisa. O que já existe não serve. Ou seja, esses jovens que estão fazendo suas hortas urbanas na Europa e pequenas resistências vivem de forma encarnada essa urgência de querer fazer outra coisa, mesmo sem saber exatamente o que. Sentem a angústia climática, e os discursos de Marcos carregam toda a convicção indígena — e é aí que está essa conexão com a terra”.

As gerações mais jovens têm angústia existencial, mas querem algo mais — Bernardo Gutiérrez

Durante a viagem de La Montaña, a delegação zapatista construiu quatro cayucos que acabariam integrando a coleção do Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofía, em Madri, como parte da sala Outro mundo possível. Os cayucos, explica o próprio museu, “resumem as particularidades da cosmovisão do movimento revolucionário: o imaginário dos povos nativos, a resistência desde a selva Lacandona e a lógica de comunidade”. Após adentrarem o maior museu de arte contemporânea da Espanha, os zapatistas doaram o dinheiro obtido com a venda dos cayucos à Open Arms, ONG que resgata migrantes no mar. A frase “um mundo em que caibam muitos mundos” não é uma consigna, mas um convite à ação. Um horizonte real para além do possível. O zapatismo, escreve Diego Enrique Osorno, apresenta um sistema de vida que é um sistema para a vida: “Teatro-laboratório para um território multitudinário, revelado e mágico, onde convergem presente, passado e porvir”. No entanto, apesar de escrever há duas décadas sobre o zapatismo, Osorno confessa que ainda não conseguiu decifrá-lo: “O que é o zapatismo? Não sei, talvez seja você mesmo quando se livra um pouco de toda essa merda que te vendem de que você é um ser individual e que deve decidir por si mesmo toda a sua vida — e aí, ao fazer isso, percebe que não é nada sem os outros, que o que você é e o que vai ser é com os outros e pelos outros, ouvindo os demais”, escreve no livro.

Diante do enigma zapatista, Diego Enrique Osorno sempre se apoia nos discursos do subcomandante Marcos. Palavras intergalácticas, lançadas décadas atrás à mãe terra, ressuscitadas após uma travessia inesperada sobre a mãe água. Palavras-semente de múltiplas formas de viver coletivamente.

“Muitas madrugadas encontrei a mim mesmo tentando digerir as histórias que me contavam (os indígenas), os mundos que desenhavam com silêncios, mãos e olhares, sua insistência em apontar algo além. Seria um sonho aquele mundo, tão outro, tão distante, tão alheio? Às vezes pensei que eles estavam adiantados, que as palavras que nos guiaram e ainda guiam vinham de tempos para os quais ainda não havia calendários, perdidos como estavam em geografias imprecisas: sempre o sul digno onipresente em todos os pontos cardeais”.

Entre a luz e a sombra, Subcomandante Marcos. Maio de 2014.

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