16 Mai 2025
Conversas individuais, perguntas direcionadas, escuta, escolhas sem rupturas. É o método Prevost para formar a nova Cúria Romana. Sua equipe para governar a Igreja. Leão XIV iniciou a "rodada" de encontros cara a cara com os chefes dos dicastérios do Vaticano e com seus principais colaboradores.
A reportagem é de Domenico Agasso, publicada por La Stampa, 14-05-2025. A tradução é de Luisa Rabolini.
No momento, confirmou provisoriamente todos.
A reflexão começou nestas últimas horas, com a audiência com o Cardeal Baldassare Reina, Vigário Geral para Roma. Ele já começou a falar com seu principal colaborador, o Cardeal Secretário de Estado Pietro Parolin. Todos os altos prelados do tabuleiro de xadrez vaticano chegarão aos poucos ao Palácio do Santo Ofício - onde o Pontífice reside atualmente. Não se espera uma revolução, mas uma mudança calibrada e ponderada.
Retorna-se ao secretário pessoal único, Don Edgard Iván Rimaycun Inga, peruano, que mantém uma relação filial com Prevost desde sua ordenação sacerdotal. Após doze anos em que Francisco trocou sete assistentes, o modelo retorna ao de Stanislaw Dziwisz para João Paulo II e Georg Gaenswein para Bento XVI. Uma das primeiras nomeações de Leão XIV será seu sucessor no Dicastério para os Bispos, atualmente chefiado pelo secretário, Monsenhor Ilson de Jesus Montanari. Outros poderão chegar em breve, caso surjam vagas devido aos limites de idade: Arthur Roche, do Culto Divino, e Kurt Koch, da Unidade dos Cristãos, têm 75 anos; Michael Czerny, do Desenvolvimento Humano Integral, tem 78; Kevin Farrell, Lay do Laicos, Família e Vida, 77.
Um sinal forte é a provável confirmação de Parolin. Arquiteto das relações internacionais da Santa Sé com Francisco, decisivo no Conclave – onde recuou em favor de Prevost – Parolin apareceu ao lado do novo Pontífice durante a primeira bênção urbi et orbi. Um gesto eloquente.
O Papa é muito ligado do Sínodo dos Bispos. Ele mantém excelentes relações com os "diretores": Mario Grech, secretário-geral, e Jean-Claude Hollerich, relator-geral; e também com os subsecretários Irmã Nathalie Becquart e Luis Marín De San Martín, agostiniano como o Papa.
Há uma forte amizade com o prior dos agostinianos, que têm a cúria geral perto da Colunata Bernini, Alejandro Moral Antón: algum desenvolvimento poderia surgir, talvez com algum perfil agostiniano ao qual o Bispo de Roma está ligado. Entre os nomes que circulam para possíveis cargos de governo, os cardeais que trabalharam com Prevost no Dicastério dos Bispos. Dom Vincent Nichols, arcebispo de Westminster; Dom José Tolentino de Mendonça poderia permanecer na Cultura, assim como Dom Lazzaro You Heung-sik no Clero. Dom Claudio Gugerotti também poderia ser confirmado nas Igrejas Orientais. Além disso, papéis de liderança são esperados para o Cardeal Marcello Semeraro, prefeito dos Santos, e o Monsenhor Fabio Fabene, secretário.
Excelente a colaboração entre Prevost e a Irmã Raffaella Petrini, presidente do Governo do Vaticano.
Assim como com Irmã Yvonne Reungoat e Maria Lia Zervino. Outros cardeais atualmente longe de Roma, mas apreciados por Prevost: Joseph William Tobin, Paolo Lojudice, Jean-Marc Aveline, José Cobo Cano.
Alguém terá que ajudar Prevost a cobrir o déficit econômico. O vermelho operacional em 2021, publicado pela Santa Sé em 2022, era de 77,7 milhões de euros e tem aumentado ao longo dos anos. Para a necessária e penosa revisão de gastos, os potenciais colaboradores de Prevost são figuras consideradas muito confiáveis: Maximino Caballero Ledo, prefeito da Spe; D. Giordano Piccinotti, presidente da APSA; Gian Franco Mammì, diretor-geral do IOR.
Prevost herda de Francisco um plano de arrecadação de fundos para os cofres do Vaticano, confiado a uma comissão presidida por D. Roberto Campisi. Haverá novamente o arquiatra pontifício, o médico pessoal do Papa, depois de Bergoglio ter sido acompanhado, nos últimos tempos, principalmente por um enfermeiro.
Enquanto isso, ontem Leão XIV foi até os agostinianos na Via Paolo VI. "Um retorno a casa." É assim que seus coirmãos definem a visita de Prevost, que celebrou a missa e ficou para o almoço. "Acredito que o Papa para o seu ensinamento trará o senso de comunidade de Santo Agostinho", conta o Pe. Ian Wilson, um dos assistentes gerais. O Pontífice está enviando sinais importantes com vistas a tranquilizar as relações com o mundo judaico: enviou uma mensagem ao rabino-chefe de Roma, Riccardo Di Segni, comprometendo-se a "fortalecer o diálogo e a cooperação da Igreja com o povo judeu no espírito da declaração Nostra Aetate do Concílio Vaticano II", uma comunicação semelhante ao Rabino Noam E. Marans, diretor de Assuntos Inter-religiosos da AJC.