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O Papa e a intuição do tempo. Artigo de Antonio Spadaro

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15 Mai 2025

"É preciso habitar a mudança elaborando uma teologia que se mova com passo leve, como um caçador na pista do mistério. Não se renega a necessária lentidão do cultivo teológico, mas é integrada ao instinto teológico, sem perder o contato com o rápido desenvolvimento dos tempos em que vivemos". 

O artigo é de Antonio Spadaro, jesuíta, ex-diretor da revista La Civiltà Cattolica, publicado por La Repubblica, 13-05-2025. A tradução é de Luisa Rabolini. 

Eis o artigo. 

Diante da aceleração vertiginosa do nosso tempo, o Papa Francisco trouxe de volta a teologia a um contato vivo com a realidade, dando-lhe valor em termos de uma teologia pública, orientando a reflexão a serviço da sociedade plural como um todo. Ele o fez não apenas atualizando o vocabulário, mas redescobrindo a necessidade de um pensamento instintivo, rápido em captar as moções do Espírito no próprio coração da mudança, valorizando a inquietação agostiniana (e, portanto, leoniana) que ele citou várias vezes.

É nesse sentido que Francisco restituiu dignidade à intuição, entendida como mediação entre a sabedoria e o instinto. O instinto teológico não é uma reação impulsiva, mas uma atenção sutil e afinada aos movimentos interiores que sinalizam a presença de Deus na história para interpretá-los. Inácio de Loyola os definiu como “movimentos” e nunca separava “pensar e sentir”, verbos que são inseparáveis em seus textos. Bergoglio dizia isso aos seus em Buenos Aires, em 2004: “Nem mesmo ao homem mais surdo à voz de Deus falta o instinto de saber onde Ele está e em que direção deve ser buscado”.

E falou de “instinto evangélico” e “instinto da fé”.

Num tempo em que nossa capacidade de conhecer parece dividida entre o pensamento técnico e o neoxamanismo, a teologia, para Francisco, não devia se reduzir a pensamento técnico. Para compreender a radicalidade dessa intuição, é preciso remontar à fonte que alimenta o pensamento do Papa. Filho espiritual de Santo Inácio de Loyola, Bergoglio assumiu uma visão do discernimento como escuta de inclinações íntimas que, se bem reconhecidas, podem guiar o homem a Deus. Como os caçadores paleolíticos, que se moviam guiados pelo instinto e pela prontidão, sem o conforto de um caminho traçado, também o crente é chamado a uma atenção móvel, flexível, sintonizada com o pulsar vivo da realidade. Assim, Francisco se moveu nas estradas acidentadas do nosso mundo em busca de Deus, onde Deus está à caça do homem, como um verdadeiro “sabujo celeste” (the Hound of Heaven), como Francis Thompson o definia, retomado por Tolkien e Chesterton.

Essa é a lição mais radical que Francisco entregou à teologia contemporânea: não pode mais se permitir ser meramente “agrícola”, calibrada nos tempos da semeadura e da colheita, e fundada na sedimentação paciente de conceitos. Não dá para relegar a rapidez da caça à “pastoral”, deixando à teologia a poltrona. Em uma época de rápidas mudanças antropológicas, climáticas e sociais, é necessária uma teologia que assuma o imprinting ancestral da caça, a velocidade, a intuição, o movimento, os tempos.

“Buscar e encontrar Deus em todas as coisas”, dizia Inácio.

Por essa razão, Francisco, com sua Constituição Apostólica Praedicate evangelium, havia restituído prioridade ao Dicastério para a Evangelização, inclusive em relação ao da Doutrina da Fé. A doutrina é funcional à missão, e não o contrário. Que um papa como Leão XIV escolha seu nome com base em uma urgência pastoral como a inteligência artificial, identificada com intuição teológica como “novo desafio”, é uma prova corajosa dessa conversão missionária radical.

É preciso habitar a mudança elaborando uma teologia que se mova com passo leve, como um caçador na pista do mistério. Não se renega a necessária lentidão do cultivo teológico, mas é integrada ao instinto teológico, sem perder o contato com o rápido desenvolvimento dos tempos em que vivemos. Há uma passagem fundamental no discurso de Leão XIV aos jornalistas: “Vivemos em tempos difíceis de percorrer e de contar, que representam um desafio para todos nós e dos quais não devemos fugir. A Igreja deve aceitar o desafio do tempo”. Eis outro papa para quem a importância do tempo supera a do espaço. E conclui com Santo Agostinho: “Nós somos os tempos”. Um dos pontos radicais da abordagem bergogliana à reflexão foi que ela deve nascer da experiência: o conceito nasce do contato. O instinto espiritual é aquele de quem sente a presença do animal antes de vê-lo; o crente — e com ele o teólogo — é chamado a desenvolver um sentido de orientação interior, a perceber a voz do Espírito que sopra onde quer. Por isso, Francisco repetidamente alertou contra uma teologia de casta, que fala de Deus, mas não o reconhece nas encruzilhadas do mundo. “A realidade é superior à ideia” é um dos princípios norteadores do pensamento bergogliano e nele se reflete essa teologia em movimento, que sabe agir antes mesmo de ter explicado tudo, porque vive pela lógica da encarnação, não da abstração.

No mundo contemporâneo, onde as decisões são tomadas com um deslize na tela e onde o pensamento lento corre o risco de ser excluído das dinâmicas sociais; a redescoberta do instinto espiritual também é fruto do engenho, com suas possíveis polaridades contraditórias. Bergoglio demonstrou esse engenho, como pôde observar um escritor do calibre de Javier Cercas em seu "Il folle di Dio alla fine del mondo". E foi isso que Leão XIII pediu: "Nunca ceder à mediocridade".

Francisco nos ensinou que Deus não vive apenas em recintos ou tratados, mas se move, surpreende.

É por isso que hoje não serve uma teologia "refinada", por ser flácida e antiquada. Serve uma teologia capaz de seguir Deus na selva das contradições, treinada no campo, não bombada com esteroides de academia intelectual. E nesse duplo viés – entre caça e agricultura – que se joga grande parte do futuro da Igreja.

Leia mais

  • As ideias. Essas palavras para uma Igreja espiritual longe do poder. Artigo de Antonio Spadaro
  • O futuro. Aquele fio entre inteligência humana e fronteira digital. Artigo de Antonio Spadaro
  • O crepúsculo do “regime de cristandade” abre para uma Igreja a serviço de todos. Artigo de Antonio Spadaro
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  • A teologia de Francisco. Artigo de Andrea Grillo
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